O deputado federal Pedro Paulo (DEM-RJ) criticou a conduta da CBF diante da pandemia do novo coronavírus. Na live "O Novo Marco Civil Regulatório do Futebol", promovida nesta quinta-feira pela OAB Nacional, o relator do projeto do clube-empresa foi categórico.
- Entramos nesta crise e a cadeia produtiva do futebol foi desligada tanto em meio problemas graves de endividamento dos clubes quanto de um grave problema de liderança. Vai minha crítica ao papel da CBF, que ofereceu às agremiações uma quantia inferior ao que lucrou em 2019 - disse.
Em seguida, Pedro Paulo direcionou suas críticas à postura das agremiações.
- Vemos em países como Espanha, Alemanha e França, clubes coordenados como ligas. Em todo lugar no qual o futebol é um bom negócio, há uma organização em liga, com os clubes tendo uma visão mais profissional, até mesmo para definir questões como patrocínios, cotas de TVs... - e emendou:
- Financeiramente, o Campeonato Brasileiro está mais próximo ao Campeonato Turco e ao Campeonato Russo - completou.
O parlamentar também falou sobre a portaria divulgada na quarta-feira passada pelo Ministério da Cidadania. Devido à pandemia do novo coronavírus, os parcelamentos tributários de maio, junho e julho foram prorrogados.
- O Ministério da Cidadania prevê três meses de postergação das dívidas do Profut. Já um projeto de lei do meu colega de partido, o deputado Arthur Maia (DEM-BA) prevê um alívio de 12 meses. São iniciativas que, por mais que tenham algum mérito, não trazem uma contrapartida - e, em seguida, destacou:
- O Profut tentou em 2015 um tratado de governança, mas continua com os mesmos erros, repete a atrofia da economia. Não adianta a decisão parar em um dirigente ou em um conselho no qual as pessoas que baterão o martelo não têm qualquer tipo de responsabilidade e gastam dinheiro do bolso dos outros - completou.
Pedro Paulo também apontou os rumos que a migração para o clube-empresa podem trazer.
- Além da discussão societária, os clubes terão incentivo, simplificação tributária e a possibilidade de quitação acelerada, que não é um novo Refis (parcelamento de débito), mas uma forma de abrir janela para descontos - declarou.
Além disto, o deputado federal alertou para o novo panorama que o futebol precisa ter.
- Já era importante uma reformulação das regras reformulação das regras do futebol, que é todo arcabouço trabalhista de legislação. O futebol tem uma série de particularidades que precisam ser revistos, como a modificação de contratos com entidades esportivas - disse.