Desembargador questiona soltura de Bruno e confia em julgamento ainda neste ano
Doorgal Andrada, desembargador do 'caso Eliza Samudio', diz que tem ponto de vista da lei diferente do STF, e garante: 'Processo está afunilando'
A situação de Bruno na Justiça pode ganhar novos desdobramentos. Em entrevista ao UOL nesta quarta-feira, o desembargador Doorgal Andrada manifestou sua irritação com o pedido de soltura do goleiro, que, graças a uma determinação do STF, obteve um habeas corpus e aguardará em liberdade o recurso para sua condenação a 22 anos e três meses de prisão por homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio.
- A lei não quer que ninguém fique preso sem ser julgado, que é o que chamamos de prisão preventiva. Mas ele não é um preso preventivo sem julgamento. Responder um processo preso não pode ser algo comum, mas o caso de Bruno não se encaixa nisso. Ele teve ampla defesa, passou por um júri popular, fez sustentação oral. Ele não está na preventiva. Foi julgado, é diferente daquele preso que não passou por julgamento.
Segundo o desembargador, a soltura de Bruno aconteceu por uma interpretação diferente do ministro do STF, Marco Aurélio de Mello, sobre a situação do goleiro:
- Tem um ministro que diverge. Majoritariamente, prevalece a decisão dele. Ele (Marco Aurélio de Mello) interpretou daquela maneira. Eu interpreto de outra forma.
Andrada mostrou expectativa para julgar o recurso do processo pedido pelos advogados do goleiro ainda neste ano:
- Tranquilamente será nesse ano. Eu estou com o processo, posso dizer pela minha experiência que está afunilando. O advogado tem um limite. A não ser que um tribunal superior mude alguma coisa, mas aí não sou eu. Eu entendo que já está no ponto.
O goleiro de 32 anos foi apresentado recentemente como reforço do Boa Esporte. Sua chegada rendeu a fuga de patrocinadores do clube, além de protestos em Varginha.