Segundo investigações do Ministério Público do Rio Grande do Sul, o deputado estadual suspenso Jardel (PSD) encomendava drogas pelo telefone com o marido de uma funcionária fantasma de seu gabinete. De acordo com informações do UOL, em gravações autorizadas pelas Justiça, Jardel utiliza palavras como “picanha”, “cerveja” ou “cigarro” para se referir ao que os promotores acreditam se cocaína.
Na última segunda-feira foi deflagada a operação “Gol Contra” para apurar supostos desvios de recursos públicos do gabinete de Jardel. Ele teve seu mandado suspenso por 180 dias. As autoridades acreditam, inclusive, que o salário que a funcionária fantasma recebia era para pagar as drogas que o ex-jogador comprava.
Os locais de entrega das encomendas e a discrição exigida pelo deputado para a transação fazem as autoridades acreditarem se tratar de drogas. Em uma das ocasiões, Jardel pede que os produtos sejam entregues “em um canto escuro da garagem” e sem avisar o porteiro de sua chegada.
As investigações da operação "Gol Contra" concluíram que existe uma estrutura criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com Jardel como principal beneficiário. Jardel é acusado de receber parte de pagamentos de seus funcionários e também de membros do seu partido. Além disso, é suspeito de fraudar diárias de viagens, valores de indenizações de veículos. Outra acusação sobre o parlamentar é a de manter funcionários fantasmas. O ex-atacante chegaria a lucrar entre R$ 30 e 40 mil por mês com o esquema de corrupção.
Revelado pelo Vasco, Jardel ganhou notabilidade no Grêmio, onde foi artilheiro e campeão da Copa Libertadores da América de 1995. Fez sucesso ainda em clubes como Porto e Sporting, de Portugal, e Galatasaray, da Turquia. Depois, passou por diversos clubes, mas não conseguiu mais se firmar. Teve passagens por seleções brasileiras de base e principal. O ex-jogador reconheceu ter sido usuário de drogas, creditando a isso a queda vertiginosa em seu futebol em um dado momento da carreira.