Ednaldo Rodrigues é o quinto presidente seguido da CBF a se envolver em polêmicas; relembre casos
Por motivos diversos, os últimos presidentes da CBF também foram afastados
A cadeira mais alta da CBF se tornou palco de mais uma confusão. O último presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, foi destituído do cargo na quinta-feira (7), por meio de decisão judicial. O motivo seria a ilegitimidade das eleições que o possibilitaram chegar à presidência. Mas Ednaldo é apenas mais um de uma longa lista de ex-mandatários da CBF envolvidos em polêmicas.
EDNALDO RODRIGUES
No caso mais recente da CBF, Ednaldo foi deposto do cargo de presidente da entidade após decisão da 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. De acordo com os desembargadores, o TAC, Termo de Acordo de Conduta, feito entre o Ministério Público (MP) e a CBF é ilegal, pelo fato de o MP não ter legitimidade para atuar em assuntos internos da confederação. O órgão público não poderia interferir no tema por se tratar de uma entidade privada, segundo a decisão.
O processo corre na Justiça há mais de um ano e diz respeito ao TAC. O documento foi um facilitador para a eleição que permitiu Ednaldo Rodrigues chegar ao cargo de presidente da confederação. Mas alguns vices da gestão anterior questionam a legitimidade do acordo.
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RICARDO TEIXEIRA
O nome mais antigo dessa lista é Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e ex-membro do Comitê Executivo da Fifa, foi investigado e condenado por suborno. A pena para o dirigente foi o banimento de qualquer atividade relacionada ao futebol, a nível nacional e internacional.
Teixeira foi presidente da CBF de 1989 a 2012, mas os casos investigados se referem ao período entre 2006 e 2012. O então presidente possuía papel importante na negociação de contratos de direitos de mídia e marketing relacionados a torneios da CBF, Concacaf e Conmebol.
JOSÉ MARIA MARÍN
José Maria Marin foi condenado na Justiça americana por seis crimes relacionados a sua gestão à frente da CBF. Em 2015, o ex-presidente da entidade foi detido em um hotel de Zurique (SUI) e extraditado meses depois para os Estados Unidos, onde cumpriu prisão domiciliar até o julgamento, em dezembro de 2017. Marin foi considerado culpado pelos crimes de organização criminosa, fraude bancária (3x) e lavagem de dinheiro (2x).
A condenação veio apenas em agosto de 2018, quando José Maria Marin recebeu a pena de quatros de prisão, pelos crimes cometidos entre 2012 e 2015 - período em que esteve como presidente da CBF.
Os crimes cometidos pelo ex-mandatário tinham relação com a negociação de contratos comerciais da Copa Libertadores da América e Copa América. O ex-dirigente foi absolvido das acusações sobre corrupção nos contratos da Copa do Brasil.
MARCO POLO DEL NERO
A punição de Marco Polo Del Nero segue a mesma linha do seu antecessor no cargo, José Maria Marin. Na investigação que levou à prisão de Marin, o seu sucessor também foi citado pelo recebimento de propina em contratos relacionados a competições sul-americanas. No entanto, a investigação ocorreu nos Estados Unidos e desde que foi mencionado, o ex-presidente da entidade não deixou mais o Brasil - onde não é investigado.
A investigação norte-americana dá conta de que o ex-presidente da entidade recebeu suborno de US$ 6,5 milhões em troca de beneficiar empresas de marketing esportivo. As primeiras punições para Marco Polo foram duas suspensões por 45 e 90 dias. Na sequência, o ex-dirigente foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol.
ROGÉRIO CABOCLO
O último presidente antes de Ednaldo Rodrigues assumir, Rogério Caboclo foi afastado de suas atividades relacionadas a CBF após ser acusado de assédio sexual. Duas ex-funcionárias da entidade acusaram formalmente o então presidente de assédio moral e sexual.
As denúncias aconteceram em 2021 e Caboclo foi suspenso pela Comissão de Ética por 21 meses - medida confirmada pela Assembleia Geral da CBF. No início de 2022, Caboclo foi afastado definitivamente da entidade e Ednaldo Rodrigues assumiu o cargo.
CINCO PRESIDENTES ENVOLVIDOS EM POLÊMICAS
Os últimos cinco representantes do posto mais alto da Confederação Brasileira de Futebol estão envolvidos em polêmicas. Entre condenações e afastamentos, o cargo se mostra como alvo de disputa política dentro da própria entidade. Mas é válido ressaltar que Ednaldo Rodrigues ainda pode recorrer da situação e provar a legitimidade de sua eleição.