Anthony Garotinho quer ser governador do Rio de Janeiro pela segunda vez - o primeiro mandato foi de 1999 a 2002. Candidato pelo PRP (Partido Republicano Progressista), ele garante que tem a missão de colocar o Estado de pé novamente e coragem não lhe falta para mudar a atual situação. No que diz respeito ao Maracanã, avisa que o o Governo voltará a administrar o estádio e promete ingressos a preços populares como fez outrora.
Além disso, o candidato afirmou que vai recuperar imediatamente o Célio de Barros e o Júlio Delamare e reestruturar o Gepe, oferecendo, inclusive, troca de experiências e práticas internacionais mais sofisticadas.
Garotinho atendeu aos questionamentos do LANCE! por e-mail e falou sobre o papel que o esporte terá na gestão dele.
O LANCE! inicia, nesta terça-feira, uma série de entrevistas com os candidatos ao governo do Rio de Janeiro.
LANCE! - Por que se candidatar ao Governo?
Anthony Garotinho: Eu tenho esse sonho de voltar a governar o Estado do Rio de Janeiro. Tenho uma missão a cumprir. Quero colocar o nosso estado de pé. Eu já fiz isso uma vez. Em 1999, eu o encontrei falido. Para reverter essa situação caótica, não basta ter vontade ou ser famoso, é preciso ter coragem, experiência e independência. Coragem não me falta, até porque venho denunciando diariamente (e, até bem pouco tempo, quase que sozinho) toda essa roubalheira que a gente está acompanhando, inclusive nas obras de reforma do estádio do Maracanã. Experiência porque, como disse, já fui governador e, na época, resolvi um problema parecido com o atual. Eu sei o que é necessário fazer para colocar tudo nos trilhos novamente.
"O governo vai voltar a administrar o estádio. Os clubes vão jogar no Maracanã a um custo mais baixo, e os ingressos também terão preços que o povo possa pagar. O projeto Gol de Placa vai voltar, com ingressos a R$ 5"
Quais os projetos para a gestão do Maracanã?
Vamos devolver o Maracanã para o povo. Quando me elegi governador, queriam demolir o Maracanã. Impedi o que seria um dos maiores crimes contra a memória do futebol brasileiro. Reformei o estádio e, no ano de 2000, trouxemos a final do Mundial Interclubes para o Rio de Janeiro. Através do projeto Gol de Placa, o ingresso do Maracanã custava R$ 1 em partidas do Campeonato Carioca. O governo vai voltar a administrar o estádio. Os clubes vão jogar no Maracanã a um custo mais baixo, e os ingressos também terão preços que o povo possa pagar. O projeto Gol de Placa vai voltar, com ingressos a R$ 5.
E para o Célio de Barros e o Júlio Delamare?
Precisam ser recuperados imediatamente. É uma brincadeira de mau gosto transformar um estádio com a história do Célio de Barros em parque de diversão. Vamos conversar com a Federação de Atletismo. Tem atleta treinando na rua. Os estádios têm de voltar a ser centro de treinamento e local de competição.
Há também a Aldeia Maracanã...
Como tudo neste governo atual, o local está abandonado. Vou conversar com integrantes da Aldeia e definir, conjuntamente, um projeto para ocupação do local que deverá prioritariamente guardar relação com a temática indígena.
No início, não havia a previsão de legado esportivo da Rio 2016 para o estado, mas, de alguma forma, há algum projeto de se envolver na gestão das arenas?
As arenas estão, hoje, sob responsabilidade do município e da União. Se for eleito, eu me colocarei à disposição do prefeito e do ministro dos Esportes para atuar em conjunto nesse tema. O estado pode, sim, ajudar!
'Quando assumi o governo, em 1999, o GEPE estava extinto. Eu recriei o GEPE, que passou a ser modelo para todo o Brasil"
Há algum projeto específico em relação ao Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios)?
Claro! Quando assumi o governo, em 1999, o Gepe estava extinto. Eu recriei o Gepe, que passou a ser modelo para todo o Brasil. É muito importante você ter um grupamento de elite da polícia que pense especificamente na atuação com grandes públicos em estádios. Vamos reestruturar o Gepe, oferecer equipamentos mais modernos e implantar novos métodos de treinamento, buscando a troca de experiências e práticas internacionais mais sofisticadas.
E em relação aos projetos socioesportivos junto à Suderj, o que se é imaginado?
Eu acredito no esporte como ferramenta para a construção de uma sociedade melhor. Isso vale para todo mundo. Vamos incentivar a prática esportiva em todo o estado. Você deu o exemplo da Rocinha, mas temos também o Caio Martins, em Niterói, a Vila Olímpica do Sampaio e o Piscinão de São Gonçalo. Vamos promover atividades e projetos esportivos voltados para diversos segmentos da sociedade. A prática esportiva vai alcançar crianças, jovens, adultos e idosos de todas as classes.
Vamos realizar concurso público para professores e graduados em educação física, criando um quadro permanente da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer. Para o interior, também vamos estabelecer um calendário fixo para a realização de jogos abertos ao longo de todo ano.
A Secretaria tem alguns projetos em parceria com clubes. Como enxerga isso?
Toda parceria será bem-vinda. Vamos buscar também parcerias para outras modalidades esportivas.
Em maio foi criado o Conselho Estadual do Futebol Masculino e Feminino do Rio de Janeiro (Conefut-RJ). Há algo visando esse conselho?
Acredito que o Conselho possa contribuir muito, principalmente na proposição de ações voltadas para a formação do atleta, futebol feminino e o futebol para pessoas com deficiência. É um dever do estado fomentar essas modalidades e ter um grupo de pessoas com notório conhecimento, discutindo isso no dia a dia. A Secretaria de Esportes, no meu governo, trabalhará em parceria com o conselho e estará atenta às discussões e deliberações ali tomadas.
"Eu acredito no esporte como ferramenta para a construção de uma sociedade melhor. O esporte te ensina a competir, a ganhar, perder, a ter disciplina"
A Secretaria tem parcerias com outras áreas do Governo, como a com o Novo Degase e o programa Novo Plano Juventude Viva. Como enxerga o papel do esporte como oportunidade de uma melhora de vida?
Eu acredito no esporte como ferramenta para a construção de uma sociedade melhor. O esporte te ensina a competir, a ganhar, perder, a ter disciplina. O jovem aprende a trabalhar seus sentimentos, seja a euforia ou a frustração. O esporte bem ensinado demonstra ao jovem que o seu adversário não é um inimigo. Sem falar nos benefícios à saúde. Isso vale para todos, principalmente quando se trata de jovens em condições de vulnerabilidade, como é o caso do Juventude Viva.
O jovem interno não pode ficar “à toa”. Tem que estudar e aprender uma profissão. A prática de esportes no Degase é fundamental para ocupar o jovem e diminuir as tensões ali existentes.
Agora, temos também o esporte de alto rendimento. Aquele em que a pessoa escolhe uma modalidade como carreira.
Vamos difundir a prática esportiva em todo o Estado e dar atenção ao jovem que se destacar, para oferecer a ele um programa diferenciado voltado ao alto rendimento.
Bate-bola com Anthony Garotinho
Pratica ou praticou algum esporte?
Faço minha caminhada na esteira. Mas já fui centroavante num time de Campos, de forma amadora.
Um ídolo no esporte
Zico
Uma lembrança que tenha ligação com esporte
O tri (da Copa do Mundo), em 1970
Time do Coração
Flamengo. Uma vez Flamengo, sempre... Uma vez Garotinho, sempre...
Quem é:
Nome completo: Anthony William Garotinho Matheus de Oliveira (PRP)
Vice: Leide Duarte (PRB)
Data de nascimento: 18/04/1960
Coligação: Para o Povo Voltar a Ser Feliz - PRP / PRB / PTC / PATRI / PMB
Ocupação: Locutor e Comentarista de Rádio e Televisão e Radialista
Valor em bens declarados: R$ 205.174,20
*Nesta quarta-feira, vai ao ar a entrevista com o candidato Índio da Costa, do PSD