E(L!)eições SP – Toninho Ferreira: ‘Vou atuar contra a privatização do Pacaembu’

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Estreante em corridas eleitorais, o advogado Toninho Ferreira é o candidato do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) ao Governo do Estado de São Paulo. Caso eleito, ele promete atuar contra o movimento de privatização do estádio do Pacaembu, na capital, e estudar uma forma de acabar com a determinação do Ministério Público e da Polícia Militar a respeito de torcida única em clássicos. 

Em entrevista ao LANCE!, Toninho respondeu a uma série de perguntas voltadas ao esporte. Confira o que pensa o candidato:

Por que se candidatar?
Queremos mudar a logica de governar. O Estado precisa estar a serviço de quem precisa. Os trabalhadores e a população pobre. Hoje é apenas um comitê para gerir os grandes negócios. Estão privatizando tudo. A aguá, o transporte, a saúde a educação. É preciso inverter esta logica de governar apenas para grandes empresários. Fazer auditória e deixar de pagar a divida publica. Deixar de pagar banqueiro para ter verba para investir no social. E por ser a única candidatura ao governo do Estado de São Paulo que apresenta uma saída revolucionária socialista para o Estado. Como a Vera faz nacionalmente com um chamado a Rebelião operária e popular.

O que pretende fazer para incentivar a prática esportiva em SP?
Começar pelas escolas, todas escolas devem ter ginásio poliesportivo com professor de educação física para o desenvolvimento de diferentes modalidades desde o inicio do ciclo básico. Incentivar a pratica de esporte também na terceira idade. Através da Secretaria Estadual incentivar a pratica do esporte amador. Tenho saudade de quando, em cada rua tinha um campinho pra jogar pelada ou futebol de salão. Penso que a Secretaria não deve estar voltada ao esporte de alto rendimento. Deverá investir e ajudar nos projetos municipais reais, sem corrupção. Para ter dinheiro é preciso parar de pagar a dívida pública que é um roubo do nosso dinheiro para entregar a banqueiros, romper com a Lei de responsabilidade fiscal e substituir por uma lei de responsabilidade social.

A Polícia Militar do Estado de São Paulo continuará com uma grande presença em eventos esportivos?
Penso que devemos fazer grandes campanhas pela não violência nos estádios e fora deles. Se a condição social muda creio que esta violência também diminui. A nossa proposta é desmilitarizar a policia unificando numa unica policia civil sobre o controle dos trabalhadores com o delegados eleitos em cada localidade. Procurar treinar a policia para não ser também um centro de violência.

Os clássicos disputados em São Paulo acontecem com torcida única desde abril de 2016. Esse procedimento continuará?
Uma das coisas mais bonitas nos estádios são os movimentos das torcidas. Temos de estudar formas de voltar a ter duas torcidas. Com civilidade, com cordialidade. Evidentemente chamando a justiça junto nas decisões. Muitas vezes as brigas ocorrem longe dos estádios. Infelizmente tem candidato que incentiva esta tipo de pratica. E tem jogadores, infelizmente, que também embarca numa dessas. Futebol é um laser, não uma guerra. E com com a mudança na segurança pública é possível ter clássicos disputados com duas torcidas.

Vale ressaltar que há casos de brigas longe da região da partida. Como aumentar a segurança e evitar esses episódios?
Se não mudar a segurança de conjunto na sociedade não é possível. Temos de ter uma outra politicas de combate as drogas, apenas a repressão violenta, como é combatida a 80 anos, já está provado que não resolve. Apenas enxuga gelo. E serve apenas para manter os barões do trafico e os barrões que vendem segurança. Ou seja, é preciso pensar a segurança de conjunto.

A mobilidade aos estádios irá melhorar? Torcedores enfrentam dificuldades para ir ao Morumbi, como também acontece em Itaquera, em jogos às 21h45.
A mobilidade é escandalosa não apenas para os estádios. A cidade de São Paulo tem apenas 82 km de linhas de Metro. Deveria ter por volta de 500 km, para ser razoável. Não podemos conceber uma cidade onde o Metro não chega até os grandes estádios, não chega até as universidades, não vai até os aeroportos. Em dias de jogos deveria funcionar até mais tarde. O transporte deveria ser todo estatal, não pode servir apenas para dar lucro. Outra questão sentida, é a mudança de horário dos jogos a noite, não pode ser que responda apenas ao desejo da emissora de TV. A CBF e a FPF deverá em primeiro lugar pensar no torcedor. Era bem melhor quando os jogos começavam as 20h.

São Paulo terá duas sedes na Copa América de 2019. Como será a preparação para o evento?
Já deveria estar preparando o evento. Mesmo porque este ano tem a novidade de receber duas seleções asiáticas. Infelizmente a Copa do Mundo de 2014 não deixou nenhum legado. Ficou apenas nas promessas dos governantes.
Deixou foi um rastro de corrupção e destruição. Além de desalojar muitas famílias, destruíram alguns monumentos do futebol como o Maracanã. Local que deveria ser tombado pelo patrimônio histórico.

Buscará a prefeitura para ações conjuntas na área esportiva, independentemente de questões partidárias? Como agirá nesse sentido?
Sim. Como já falamos em item anterior. O objetivo deve ser sempre a população. Vamos impulsionar que o investimento nas escolas que faremos sejam feita pela prefeitura também. Gostaria também de preservar o Pacaembu. Atuar contra sua privatização.

Pretende introduzir ou aperfeiçoar algum tipo de programa de bolsa para o desenvolvimento de atletas?
Temos que garantir o esporte dos jovens. O esporte amador que são o que mais desenvolvem nossos jovens e crianças. Em relação aos idosos uma boa medida é oferecer uma cesta básica a quem praticar esporte, orientado por profissionais do estado ou da prefeitura. Com isso economizaríamos na saúde.
Estatisticamente está provado que cada Real investido no esporte, economiza quatro na saúde.

São Paulo conta com um moderno Centro Paralímpico Brasileiro. Haverá um incentivo ainda maior no esporte paralímpico?
Sim. Temos aqui também que aumentar em muito o investimento.
Infelizmente nossas cidades são inóspitas aos deficientes e aos idosos. Uma realidade que precisa ser atacada.

Bate-bola com a (o) candidata (o):

Pratica ou praticou algum esporte?
Já. Futebol. Hoje apenas caminhada.

Ídolo no esporte:
Tostão - pelo profissionalismo e pela capacidade de fazer autocritica, pelo ser humano que é. Sócrates, por tudo que representou no futebol e na luta contra a ditadura militar.

Lembrança que tenha ligação com esporte:
Me encantei primeiro com a torcida e depois com o time. Por razões obvias, cheguei de Minas Gerais no ano de 1977.

Time do coração: Sport Clube Corinthians Paulista.