Dia 16/04/2025
17:53
Atualizado há 1 minutos
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Na última terça-feira (14) a Polícia Fesderal (PF) instaurou um inquérito contra o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por supostamente ter forçado um cartão amarelo. Entretanto, esse não é o único jogador brasileiro investigado por ações suspeitas que envolvem manipulação de cartões e apostas esportivas. Lucas Paquetá, meio do West Ham, é alvo de investigações por violar regras de conduta de apostas esportivas no futebol inglês entre 2022 e 2023.

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Os dois casos têm diferenças técnicas, da conduta da Justiça e das consequências práticas para o jogador. A primeira e mais importante delas é que os atletas estão sendo julgados por instâncias diferentes e em países diferentes. Enquanto Paquetá está sob investigação da Federação Inglesa de Futebol (FA), o caso Bruno Henrique vem sendo conduzido pela PF do Brasil.

Isso significa que o impacto para os jogadores são diferentes. O atleta do clube inglês está sob risco de ser banido do futebol diante da atuação da FA e do que o seu regulamento prega para apostas esportivas e atuação dos atletas nesse meio. A instituição inglesa iniciou em março deste ano o julgamento do jogador, que em breve irá revelar qual estágio de punição será aplicado.

Paquetá é alvo de investigações na FA. (Foto: Ben Stansall / AFP)

Ainda não há um prazo estipulado para o fim do julgamento na Inglaterra. Nesse cenário, não há perspectiva de uma ação criminal contra o brasileiro por parte das autoridades britânicas, apenas no âmbito esportivo.

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Por parte da PF, o andamento das investigações podem conduzir para âmbito criminal, já que é gerida por um órgão da Justiça brasileira. No caso do atacante do rubro-negro, a polícia é quem conduz o inquérito.

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD, já abriu uma investigação no fim do ano passado contra a ação suspeita de Bruno Henrique, que está arquivada nesse momento e pode ser reaberta com o novo relatório produzido pela PF. Nesse caso, a punição do STJD será no âmbito esportivo.

Volume de cartões

Outro ponto que diferencia as duas situações é o volume de cartões levados por cada jogador. Paquetá é acusado de beneficar familiares e amigos por uma série de advertências de cartão amarelo ao londo de uma temporada, não apenas uma partida.

Bruno Henrique, até então, tem um jogo sob suspeita. Um amarelo levado aos 50 minutos do segundo tempo no duelo entre Flamengo e Santos, pelo Brasileirão de 2023. Naquela ocasião, o rubro-negro perdia por 2 x 1 e o atacante foi punido após reclamar de forma acentuada com a arbitragem.

Bruno Henrique levou amarelo contra o Santos, em 2023. (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Inclusão de Luiz Henrique

O caso envolvendo Lucas Paquetá ainda inclui um terceiro nome de jogador de destaque no Brasil. Por mais que não tenha sido o centro das investigações, o atacante Luiz Henrique, que fez história com o Botafogo em 2024 ao conquistar a Libertadores e o Brasileirão, teve seu nome associado às movimentações de apostas do tio do meia ex-Flamengo.

Bruno Toletino é um dos nomes citados nas investigações como um dos beneficiários dos cartões amarelos levados por Paquetá nos jogos do West Ham. As autoridades encontraram um comprovante no valor de R$ 30 mil de um pix feito pelo tio do jogador para Luiz Henrique por um cartão levado enquanto atuava pelo Real Betis, da Espanha, antes de atuar pelo alvinegro carioca. Atualmente, o atacate defende o Zenit, da Rússia.

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Luiz Henrique teria recebido R$ 30 mil por cartão amarelo quando atuava no Betis, da Espanha. (Foto: Alejandro Pagni/AFP)

CPI da Manipulação de Resultados

Até o começo de 2025 tramitava no Senado Federal a Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE). A comissão tinha como objetivo investigar e ouvir suspeitos de atuar na manipulação de resultados no futebol e que beneficiaram intencionalmente apostadores no Brasil, como o caso dos familiares e amigos de Paquetá e Bruno Henrique.

Essa comissão também incluiu todas as denúncias feitas por John Textor, dono da SAF do Botafogo, entre 2023 e 2024, a Operação Penalidade Máxima, Operação VAR, entre outras ações de investigação das autoridades brasileiras. O documento final consta com mais de 250 páginas.

Entretanto, a CPIMJAE foi encerrada em fevereiro deste ano, o que não inclui esta nova etapa do inquérito da PF no caso Bruno Henrique. Além disso, a comissão foi finalizada sem colher depoimentos de agentes considerados relevantes nas investigações, como os próprios atletas. A bancada tentou estender o prazo ao máximo para incluir depoimentos de Paquetá, Luiz Henrique e Bruno Henrique, mas foi encerrada antes.

A CPI foi presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e teve Eduardo Girão (Novo-CE) como vice-presidente e Romário (PL-RJ) como relator. O documento foi aprovado pela bancada no dia 7 de fevereiro, mas não por unanimidade.

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