Para um público de apenas 9.976 pagantes, Vasco e Flamengo disputaram o primeiro jogo da final do Carioca no último domingo, no Estádio Nilton Santos, cujo placar terminou com vitória dos rubro-negros por 2 a 0. O Cruz-Maltino optou por transferir o jogo do Maracanã para o palco no Engenho de Dentro e, no fim das contas, os clubes dividiram um prejuízo de R$ 332.873,00.
Luis Fernando Santos, vice-presidente executivo do Botafogo, procurou o LANCE! para elucidar os motivos das despesas extras do clássico e defender o estádio de críticas em relação à logística de chegada, por exemplo.
- As despesas fixas do Estádio Nilton Santos foram de R$ 505.443,00, o que representa 59% dos custos do jogo. Neste valor, estão incluídos os itens infraestrutura e operação de catracas, aluguel do estádio, segurança privada, posto médico e despesas operacionais do estádio - disse Luis.
O prejuízo elevado está diretamente ligado à estimativa inicial passada pelo Vasco: 45 mil pessoas, ou seja, lotação do Niltão. Luiz Fernando Santos afirmou que, sem incluir impostos, o custo por torcedor neste prognóstico é de R$ 11.
- O Nilton Santos é um estádio barato, embora não como gostaríamos que fosse, pois não foi feito por alguém que tivesse olhando para frente, não muito preocupado para o operacional em seguida, já que a maior preocupação foi visando o Pan-Americano (2007), principalmente. Posso dizer que temos uma localização boa, não acho que esse seja um problema.
- Acredito que o público tenha sido menor por conta de ser o primeiro jogo, um dos efeitos. O bolso do torcedor não suporta dois jogos caros na mesma semana. Além disso, as semanas que têm antecedido os jogos têm sido de muita colocação em relação à violência, indefinições. Não se tem briga no entorno do Nilton Santos. O acesso é fácil, mais fácil do que o do Maracanã, pois o torcedor sai do trem e já está dentro do estádio - completou Santos.
Por falar em segurança, o Vasco optou por ampliar o efetivo da segurança privada em mais de 50 homens, além da extensão das grades para apoiar na separação do acesso ao setor Sul e para o isolamento do Portão 2, e o aumento do efetivo de orientação, somando 70 profissionais, muito por conta da mudança, às vésperas do jogo, a respeito dos setores do estádio. Outro ponto que naturalmente aumentou as despesas foi a da empresa própria para confecção e venda de ingressos, na casa dos R$ 50 mil. O restante, por volta de R$ 110 mil, é oriundo de impostos e taxas da Ferj.
Em suma, a receita do clássico foi de R$ 521.920,00, enquanto as despesas ficaram em R$ 854.793,00. Do saldo, o prejuízo para o Vasco ficou em R$ 166.436,50 e, para o visitante Flamengo, que arcou com os exames antidoping, em R$ 172.636,50.
BOTAFOGO À DISPOSIÇÃO
Cabe destacar que o Vasco definiu o primeiro jogo da decisão no Nilton Santos por não querer mais mandar jogos no Maracanã após a decisão do Governo do Estado do Rio de Janeiro de ceder a concessão do estádio a Fla e Fluminense.
Por falar na concessão, cuja validade é até dezembro deste ano, Luis Fernando Santos confirmou o que o governador Wilson Witzel já havia dito, sobre ter sido procurado por Flamengo e Fluminense para administrar o Maracanã, e mostrou que o Alvinegro está à disposição para conselhos, tendo em vista a experiência de administração do Nilton Santos desde agosto de 2007.
- O Vasco nos consultou (na última semana) querendo saber se o estádio estava pronto. Mostramos quais seriam os custos de acordo com o público estimado por eles. O fato é que o Vasco não se sentiu dentro da administração do consórcio de Flamengo e Fluminense. O Flamengo nos consultou, perguntou se gostaríamos de participar dele, mas tivemos um entendimento diferente, pois já temos que administrar um estádio, e o Flamengo compreendeu prontamente. Há, no entanto, o interesse em participar de qualquer solução a longo prazo que venha a ser dada pelo Maracanã. Se pudermos ajudar em relação à nossa experiência de administração, já que são quase 15 anos gerindo o Nilton Santos, estamos à disposição.