Dois momentos distintos, duas formas semelhantes de reagir à pressão da torcida. No Allianz Parque, Deyverson abriu o placar para o Palmeiras diante do Sport minutos depois de perder uma oportunidade claríssima de gol. Não comemorou, andou de cabeça baixa, apontou para a arquibancada, onde estava a esposa, e depois escondeu o rosto com as mãos, como se estivesse chorando. Não custa lembrar, o atacante tem sido constante alvo de críticas da torcida, e ao fim do jogo disse que comemorou, sim, mas estava “pensativo”.
No Nilton Santos, Bruno Silva falhou no primeiro gol sofrido pelo Botafogo na derrota para o lanterna Atlético-GO. Desde que teve sua contratação “anunciada” pelo Cruzeiro para 2018, o volante, um dos destaques alvinegros na temporada, passou a ser perseguido pela torcida. O erro fez as vaias e os xingamentos ao atleta ficarem mais altos. Ao ser sacado do time, no segundo tempo, Bruno Silva fez um gesto, digamos, sugestivo, como se quisesse dizer que estava de saída – ele foi questionado sobre isso ao fim do jogo, iria falar com o repórter de TV, mas foi impedido pelos companheiros.
Cada um lida com críticas e pressão de jeitos diferentes, e nem sempre é fácil ouvir algo negativo a seu respeito e ficar calado, mas confrontar a arquibancada, seja em silêncio ou com provocação, só torna o ambiente ainda mais hostil.