Opinião: Falta de brilho não tira justiça da vitória da Seleção Brasileira sobre a Colômbia
Ainda que o gol salvador do Vinicius Jr tenha saído somente aos 99 minutos, o Brasil teve volume o bastante para não sair de mãos abanando

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O Brasil mostrou evolução e também teve bons momentos na vitória por 2 a 1 sobre a Colômbia. Destacar acertos e pontos positivos não impede que observemos erros e pontos a ser melhorados e faremos isso, mas não é preciso olhar tudo sobre a óptica da negatividade.
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Os primeiros 15 minutos de jogo, por exemplo, deveriam animar até os mais pessimistas. A Seleção trocou passes e avançou em campo com uma facilidade que não era vista havia muitos jogos.
A jogada que originou o pênalti, que resultou no 1 a 0, mostra isso. A Seleção atraiu a marcação colombiana na saída de bola e achou Bruno, livre. O meio-campista quebrou a pressão adversária e avançou sozinho. Raphinha saiu da esquerda para receber por dentro, atrás dos volantes, girou e percebeu Vinícius Júnior infiltrado e fez um passe magistral.

Com saída de bola qualificada, Brasil evolui
Uma singela mudança no desenho tático também influenciou nesse bom começo. A Seleção quase sempre partia de um 4-4-2, com uma linha de campo formada, da esquerda para direita, por Raphinha, Bruno, Gerson e Rodrygo, e uma dupla de ataque composta por Vinícius Jr e João Pedro.
As constantes trocas de posições entre Raphinha, Rodrygo e Vinicius, ora por dentro, ora por fora, confundiam a marcação colombiana, que demorou para se ajustar. Para aproveitar os espaços deixados nos corredores nessas trocas, os laterais se posicionavam ligeiramente mais avançados.
Ao contrário do que foi executado nas últimas 14 partidas do Dorival, a saída de bola não era feita prendendo um lateral ao lado dos zagueiros e liberando outro, jogos em que Danilo se juntou a dupla de defensires para fazer a “saída de 3”.
Dessa vez, os dois laterais permaneciam abertos e os volantes eram quem se aproximavam mais. No jargão tático, isso é chamado de “saída sustentada”, feita com auxílio de mais jogadores.
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Independentemente da nomenclatura, o importante é entender que ela foi mais eficaz, principalmente pela qualidade que Bruno e Gerson agregaram atrás. Quando o flamenguista, lesionado, deu lugar a Joeliton, o Brasil sentiu a troca.
Depois de um começo intenso e já em vantagem, a Seleção baixou as linhas. E, o que parecia ser um respiro, a Colômbia assumiu o domínio. Faltou coordenação na marcação dos atacantes brasileiros: o time de Dorival não conseguiu mais subir a pressão e encurralar os rivais.
Quando a Seleção, momentaneamente, retomava a posse da bola, era vencida por uma forte pressão adversária. A Colômbia ficou com a bola dos 20 aos 40 minutos e, ainda que não tenha construído uma chance clara, cansou a marcação brasileira.
O gol de empate saiu de um lance que parecia controlado. A desatenção do Joelinton, ainda frio na partida, custou caro. E os últimos minutos da primeira etapa foram de sufoco.

Depois de um início de segundo tempo picotado em faltas e alternâncias de posse, a melhora efetiva da Seleção Brasileira veio apenas com as substituições quádruplas, aos 78 minutos de jogo, após a grande paralisação por concussão de Alisson e Davinson Sánchez.
Savinho e Wesley deram outra cara ao corredor direito com muito mais associações e tabelinhas. Matheus Cunha deu mais dinâmica e fez ótima dupla com Vinícius Jr. André foi muito seguro ao substituir o pendurado Bruno Guimarães.
A partir daí, a Seleção teve mais volume, chegou mais à área adversária, mas falhou no último passe ou na finalização das jogadas.
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Para a Colômbia, restou aumentar o número de faltas, chegando a 24 no final da partida. Somando às 15 do Brasil, essa foi a segunda partida com o maior número de faltas na “Era Dorival”, ficando atrás apenas de Brasil x Uruguai, pelas quartas de final da Copa América 2024.
E a vitória veio em uma falta. Em uma cobrança rápida, Raphinha achou Vinicius Jr com espaço na ponta. O atacante do Barcelona infiltrou por dentro e chamou a marcação de três adversários, abrindo espaço para o companheiro cortar para dentro e arriscar de fora. A bola teve um desvio matador, é verdade, mas coroou a iniciativa de Vini.
Se a bola não entrasse e a virada não acontecesse, seria mais uma partida em que o Brasil criou mais e finalizou mais que o adversário, mas não foi decisivo no momento necessário. Dessa vez, foi e isso preciso ser valorizado.
Contra a Argentina, na terça-feira, espero ver novamente o Brasil funcionando melhor no ataque e na saída de bola, mas sem abdicar do controle do jogo e sem dar brecha ao azar.
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