A Fifa anunciou nesta sexta-feira que o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi suspenso pelo Comitê de Ética da entidade por 90 dias. Com a vacância - ainda temporária - na cadeira mais poderosa do futebol brasileiro, quem assume é o Coronel Nunes, vice-presidente mais velho.
A punição é provisória e se dá em um momento em que Del Nero está sendo constantemente citado no julgamento na Justiça dos Estados Unidos que enquadrou dirigentes do futebol sul-americano. Testemunhas afirmam que o presidente da CBF recebeu propina, fato citado anteriormente pelos procuradores americanos. Del Nero, no entanto, não é réu no processo.
A suspensão a Marco Polo pode ser estendida por mais 45 dias. Durante o período fora, Del Nero não pode participar de qualquer atividade relacionada ao futebol, tanto no âmbito nacional quanto no internacional.
Apesar da punição, continua em curso uma investigação dentro do próprio Comitê de Ética da Fifa contra Marco Polo. O nome dele também é citado pela procuradoria dos Estados Unidos como receptor de propina na venda dos direitos de transmissão das competições sul-americanas e da Copa do Brasil.
Antes mesmo de ser suspenso, Del Nero já não estava viajando para compromissos da Seleção Brasileira no exterior e abdicou dos cargos na Conmebol e na Fifa. Nesta semana, ele sequer foi ao Maracanã para a final da Sul-Americana, onde estava o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez.
No contato mais recente com a imprensa, no fim de outubro, Marco Polo Del Nero se dizia muito tranquilo em relação ao futuro e citou até uma mágoa pelas acusações, segundo ele, infundadas.
- Sempre estive (tranquilo). Quando alguém fala alguma coisa de você, você fica abatido, magoado. Mas logo você levanta, porque não tem nada a temer. Vamos viver melhor. No Brasil, isso um dia vai ser melhor - comentou o dirigente, que planeja se reeleger no pleito inicialmente previsto para abril.