Finalistas após disputas de pênaltis nas semis, Corinthians e São Paulo decidem o título do Paulistão neste domingo, a partir das 16h, na Arena em Itaquera. Depois do empate sem gols no duelo de ida, uma nova igualdade levará novamente à disputa de pênaltis. Do lado do Timão, o volante Júnior Urso falou sobre a estratégia para sair vitorioso. Já do lado do Tricolor, o meia Nenê valorizou o fator psicológico.
- Controle emocional na hora da cobrança de pênalti é muito importante. Contra o Santos (na semifinal) eu consegui me manter tranquilo e focado, sabendo o que tinha que fazer. Saí convicto de que conseguiria marcar o gol e também já com o lado que iria bater definido. Então sabia que o Vanderlei estava pulando no canto cruzado do batedor, então imaginava que ele poderia pular no canto que eu bati, porém fui com a ideia de bater forte e alto como treinei e graças a Deus consegui marcar - disse Júnior Urso, que está em tratamento de uma lesão na coxa direita e deve ser desfalque na final.
- Acho que é um momento de muito foco, porque se deixar os ruídos de fora entrarem na sua mente, esquece. Então tento só pensar na minha batida, ter a visão do que fazer e dos treinamentos para ficar tranquilo e fazer a melhor batida - afirmou Nenê.
Estudos mostram que 85% dos atletas convertem a primeira cobrança da série, mas na quinta cobrança esse número chega abaixo de 60%. Para Amanda Ciaramicoli, master coach na empresa Performa Coaches, que trabalha exclusivamente com o esporte, o controle emocional do jogador na hora dos pênaltis é fundamental.
- Costumamos trabalhar com nossos atletas que eles têm que estar preparados técnica e psicologicamente para essas situações de maior responsabilidade, faz parte da profissão. Eles têm que encarar de forma tranquila. O controle emocional do atleta é fundamental durante toda a partida, em especial numa situação como a disputa de pênaltis, quando a temperatura emocional supera o limite que o organismo suporta e toda a musculatura acaba sendo afetada - afirmou Amanda, que trabalha com Emerson Sheik, hoje dirigente do Corinthians, e outros atletas.
- Existem técnicas que podem ajudar o atleta a controlar essa situação fazendo com que os impactos físicos diminuam, como a respiração controlada. Essa técnica traz um estado de tranquilidade e diminui o impacto negativo que a falta de controle emocional traz, recuperando rapidamente a tensão muscular e o foco de visão, além de outros fatores que fazem a diferença - acrescentou Amanda.