A partida desta quinta-feira (27) contra o Independiente, na Arena Castelão, é considerada o maior jogo da história do futebol cearense pelo Fortaleza. O clube precisará de uma vitória diante dos argentinos para se classificar para a segunda fase da Copa Sul-Americana após a derrota no confronto da ida por 1 a 0.
Para isso, o Fortaleza terá como seu protagonista a arquibancada. Até a tarde de quarta-feira (26), mais de 45 mil torcedores já haviam garantido seu ingresso para o jogo decisivo. Marca registrada dos tricolores, um mega mosaico deverá ser exibido em um dos setores do Castelão em alusão ao momento histórico vivido pelo time treinado por Rogério Ceni.
O Fortaleza vive um período de austeridade depois de passar oito anos na terceira divisão do futebol brasileiro. A reconstrução começou em 2017, quando conseguiu o acesso para a Série B do Brasileirão e desde então escalou passo a passo o caminho até a elite do país, onde não só permaneceu em 2019, como também fez história ao se classificar para a Sul-Americana.
- O clube vive uma situação estável. O segredo é gerar novas receitas diariamente em busca de equilíbrio. A ideia é fazer tudo de uma maneira racional e com os pés no chão. O sucesso dentro de campo ajuda muito e a participação do torcedor é essencial - explica Marcelo Paz, presidente do Fortaleza e um dos protagonistas na reconstrução do clube após assumir o posto no fim de 2017.
O número de torcedores do Fortaleza em Avellaneda para o primeiro jogo foi histórico. Cerca de 3 mil tricolores estiveram presentes no jogo que contou com diversas ativações por parte do clube para levar o máximo de pessoas para o território argentino. A diretoria do Leão chegou a fretar um avião para levar torcedores e comissão à partida.
A título de comparação, o Flamengo, em 2017, também jogando em Avellaneda na primeira partida da final da Copa Sul-Americana, teria levado aproximadamente 1500 torcedores.
O sócio-torcedor e o torcedor do Fortaleza, aliás, vem sendo peças importantes na participação do Fortaleza já há alguns anos. Na última semana, o Tricolor de Aço chegou a marca de 35 mil sócios – três vezes maior que os 11 mil associados registrados em setembro de 2017. No Brasileiro de 2019, a média de público do Leão foi a segunda melhor do país, com 32.999 pagantes - ficando atrás apenas do Flamengo, com 55.025.
Para este ano, o Tricolor projeta um faturamento anual de 18 milhões com o programa de sócios, abrir mais duas lojas e criar um laboratório de inovação para desenvolver ações que possam melhorar o relacionamento e a experiência para o torcedor.
- O planejamento estratégico é vital para o nosso trabalho ao longo da temporada. É o terceiro ano que utilizamos esta ferramenta, em parceria com a ‘Gomes de Matos Consultores Associados’, uma empresa local com vasta experiência no meio empresarial. E a diretoria já habituada ao trabalho e a disciplina que requer esse tipo de montagem e execução de planejamento - completa Marcelo Paz.
No final do ano passado, por exemplo, a diretoria criou uma camisa popular, em uma ação conjunta com ambulantes, visando baratear o preço do uniforme oficial e ao mesmo tempo acabar com a pirataria em dias de jogos.