Felipe Garcia, ex-Santos e atualmente no Tombense, realiza um Campeonato Brasileiro da Série B próspero junto do time mineiro, ocupando a primeira parte da tabela, além de ter feito boas atuações individuais na competição. De acordo com dados da Footstats, o goleiro é o 3º que mais praticou defesas difíceis no torneio. Entretanto, o começo da temporada foi complicado e repleto de questões profissionais e pessoais do atleta.
- Esse ano não foi um ano muito fácil para mim. Foi muito difícil. Eu peguei Covid. Minha mãe ficou doente, pegou câncer. Meu filho na gestação teve uma doença grave e Deus acabou operando um milagre através dele. E até mesmo aqui no clube sofri um momento complicado, tive que dar a volta por cima aqui - revelou o jogador.
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A mãe do jogador recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), para cada ano do triênio 2020-2022 cerca de 66.280 novos casos deste tipo de câncer foram identificados no Brasil. Ainda de acordo com o jogador, sua mãe, que já passou por uma cirurgia, precisará passar por nova operação.
Entretanto, o goleiro reafirma que conseguiu uma superação profissional dentro do clube e, com muito esforço e apego na sua religiosidade, está conseguindo alguns êxitos com o decorrer da temporada.
- Trabalhando quietinho e respeitando a todos. Deus tem feito maravilhas, milagres na minha vida e restituiu minha família. Então eu tô procurando pensar a cada dia e a cada jogo pensando nessa história, em dar o meu melhor para conseguir, primeiramente, os objetivos do clube e, depois, os meus objetivos para, se Deus quiser, coroar esse ano aí com a campanha maravilhosa que a gente vem fazendo - concluiu o goleiro do Tombense.
Confira a entrevista na íntegra:
L!: Comumente, um time que vem da Série C luta para não voltar para não retroceder de divisão e a realidade é completamente diferente, a equipe é uma das postulantes a conseguir uma vaga na Série A. Como é que você identifica o objetivo da temporada de forma realista? Dá para conseguir alcançar algum dos grandes que estão ocupando a zona de acesso?
Todo time que sobe da Série C, o primeiro objetivo é permanecer e o nosso não é diferente. A permanência, com certeza, é o nosso principal objetivo. Até por conta que o nosso clube pela primeira vez participa da série B. E, logicamente, o nosso primeiro objetivo é esse é se manter só que as coisas foram andando. Por isso, caminhando de uma forma bem positiva, a nossa equipe se preparou muito para esse momento, para essa competição. A gente não vem de um começo de ano tão bom do campeonato estadual e a gente sabia que tínhamos que nos preparar melhor para enfrentar uma série B que dizem que é, se não for a melhor, uma das melhores séries de todos os tempos, com grandes campeões dentro da competição. Então, a gente sabia que ia ser muito difícil, até porque o nosso começo da competição não foi tão bom. Tivemos seis empates, ficamos ali em último colocado ou então dentro da zona, então isso foi rotulando a nossa equipe com uma das férias candidato a rebaixamento, mas as coisas foram encaixando as coisas foram melhorando os resultados começaram a vir e a gente começou a subir a tabela. A gente conseguiu se manter acima da décima posição, na parte de cima da tabela, mas logicamente que hoje ainda o principal objetivo é a permanência. Isso daí a gente não pode se enganar. Perante a nossa classificação e consequentemente esse depois conseguir. Qual objetivo que é permanente a gente quem sabe de oportunidade de conseguir coisas grandes dentro. A gente vai em busca, a gente vai continuar focado jogo a jogo. Para que possamos, quem sabe, primeiro concluir nosso objetivo que é que é permanente e depois quem sabe aí com que tá com que seguir algo maior dentro da competição.
L!: Pegando um recorte recente, vocês tiveram dois adversários bem complicados: o Vasco e o Sport. Como é enfrentar equipes que têm tanta história na Série A do Campeonato Brasileiro, ainda mais sendo uma das grandes fontes de experiência e de liderança do grupo?
São equipes tradicionais do futebol brasileiro, consequentemente, tem jogadores de qualidade. O time do Vasco mesmo tem os dois jovens que fizeram os gols, que já estão sendo sondados por grandes clubes europeus. Então são jogadores que têm um futuro brilhante, e tem o Nenê que ainda continua em alto nível. Então são jogadores que, individualmente falando, decidem uma partida e foi o que aconteceu contra o Vasco. Cometemos alguns erros individuais e que pesaram no resultado e pode ver que não jogamos mal, jogamos bem. Tivemos chances ainda de fazer gols, conseguimos fazer um. Mas, tivemos algumas oportunidades claras para converter em gol e não conseguimos. Contra uma equipe grande e é isso a gente não pode dar brecha. Porque, com jogadores qualificados que tem, eles vão lá e são bem eficientes. O jogo contra o Sport, graças a Deus, conseguimos um resultado muito importante, era um resultado que a gente tinha como objetivo.
L!: Durante sua carreira, você passou por equipes grandes e tradicionais do Brasil. Inclusive, foi revelado pelo Santos e lá integrou a equipe que conseguiu conquistar a Copa do Brasil de 2010. Como foi conquistar um título inédito que, até agora, foi a única vez que o clube conseguiu conquistar?
Em 2010, foi um time do sonho. Um time que marcou a geração. O Neymar com Ganso e a experiência do Robinho, e tantos outros jogadores. Enfim, foi um grupo muito bom de trabalhar, um grupo que sabia o que queria dentro da competição. O Dorival chegava para agregar ainda mais esse grupo. Então foi um momento histórico que eu vivi, um momento importante que eu vivi na minha carreira, um momento que ficou marcado, que eu aprendi a viver momentos bons e ruins. Mas, eu exalto mais momentos bons que eu vivi. Foram os títulos, os jogos que eu tive experiência com grandes jogadores, e que hoje estão brilhando, principalmente o Neymar. Então, apenas gratidão por aquele momento que eu vivi.
L!: Você jogou nesse período do Santos com Paulo Henrique Ganso, Elano, Neymar, etc. Como é que foi o desenvolvimento dessas estrelas e gostaria de saber se você ainda mantém algum contato com eles?
No último jogo contra o Vasco, a gente treinou lá no Rio. E aí, tive o prazer de reencontrar o Ganso, ele estava treinando no mesmo horário. Na série B, a gente tem a oportunidade de encontrar alguns jogadores que trabalharam juntos, o Rafael Cabral no Cruzeiro e outros jogadores. Como o Germano que hoje é diretor lá no Londrina e tive o prazer de reencontrar ele lá. Então são os jogadores que nós tivemos juntos em 2010. Passam anos e anos, mas a gente acaba esbarrando. Nessa vida de viagens e jogos, é sempre bom rever esses jogadores desse grupo maravilhoso lá de 2010.
L!: Quais são os seus planos para o futuro? Ainda tem a pretensão de jogar uma série A? Acha que o seu destino está no Tombense? Enfim, quais são os seus planos para o futuro de maneira profissional?
Então, eu vivo a cada momento, lógico que a gente faz planos. Nós jogadores, a gente sempre quer almejar sempre o melhor para nossa carreira, para nossa vida. Então, logicamente, a gente sonha em voltar para a Série A. Eu procuro viver a cada dia, cada momento focado no presente não adianta pensar no futuro e fazer o presente mal feito, eu procuro fazer o presente bem feito, treinar e me dedicar a cada treino. Esse ano não foi um ano muito fácil para mim. Foi muito difícil. Eu peguei Covid. Minha mãe ficou doente, pegou câncer. Meu filho na gestação teve uma doença grave e Deus acabou operando um milagre através dele. E até mesmo aqui no clube sofri um momento complicado, tive que dar a volta por cima aqui dentro do clube. Trabalhando quietinho, respeitando a todos. Deus tem feito maravilhas na minha vida, milagres na minha vida e restituiu minha família. Então eu tô procurando pensar a cada dia e a cada jogo pensando nessa história, em dar o meu melhor para conseguir, primeiramente, os objetivos do clube e, depois, os meus objetivos para, se Deus quiser, coroar esse ano aí com a campanha maravilhosa que a gente vem fazendo.