Gramado do Maracanã ganhou buraco para acoplar robô na abertura

Imagem revela cratera no centro do campo após cerimônias paralímpicas

imagem cameraGramado do Maracanã foi castigado com as festas das Paralímpiada (Foto: Divulgação/Rio 2016)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 21/09/2016
15:16
Atualizado em 21/09/2016
18:38
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Foram quatro cerimônias olímpicas no Maracanã e, como herança, além da necessidade de ajustes nas arquibancadas, teto e outros pontos, o gramado do estádio ganhou um buraco. A situação do campo foi registrada nesta terça-feira pela Rádio Globo, com uma foto aérea.

O buraco está bem no círculo central e gera uma preocupação a mais para os clubes, especialmente Flamengo e Fluminense, que sonham em poder usar o estádio antes do dia 30 de outubro, que é a data prevista em contrato para devolução por parte do Comitê Rio-2016.

Segundo Marcelo Rubens Paiva, um dos diretores das cerimônias dos Jogos Paralímpicos, o buraco foi feito para encaixar um robô utilizado na abertura da Paralimpíada.

- O palco do projeto inicial da cerimônia da abertura da Paralimpíada tinha 2m de altura. Porque tínhamos um robô KUKA para encaixar abaixo, que dançaria com a atleta Amy, cuja altura, dobrado, é de 1m30. Descobrimos que os atletas cadeirantes, que pediram para entrar logo no começo, não conseguiriam ver a cerimônia sentados ao redor. Decidiu-se cavar um buraco de 30 cm para encaixá-lo e atender ao pedido dos atletas. O palco ficou com 1 metro de altura. Não afetou a irrigação, nem é esta a obra que atrasará ou não atrasará a devolução do estádio ao futebol - escreveu Rubens Paiva, em seu blog no site do "Estadão".

Com a propagação da imagem do gramado esburacado, Marcelo Rubens Paiva passou a rebater torcedores, especialmente flamenguistas, no Twitter. Os internautas contestam a versão do jornalista e diretor porque a imagem sugere um cenário muito mais grave do que o descrito por ele desde o início dos Jogos.

O Comitê Rio-2016, segundo o LANCE! apurou, entende que o buraco não é um problema tão grave assim de ser resolvido, sendo possível cobri-lo em cerca de cinco dias. Mas o buraco não é o único problema a ser sanado no Maracanã. O gramado, pela previsão, só ficaria apto a receber partidas de futebol em 15 de outubro. Paralelamente a isso, o Comitê precisa desmontar diversas estruturas, como a tribuna de imprensa, e recolocar as cadeiras cativas. Na segunda-feira, o presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, explicou a dificuldade.

- A responsabilidade do Comitê é devolver o Maracanã como estava. Foram uma série de modificações feitas, questão de luz, som, alta tecnologia, fogos, tudo isso concatenado com música. Nosso objetivo é fazer o maior esforço possível. Já tivemos o pedido feito pelos clubes. Mas o mais importante é que possamos entregar e queremos fazer poder atender aos clubes, mas garantir isso hoje é impossível - afirmou Nuzman na ocasião.

O buraco tem 6m comprimento, 4m de largura e 1,5m de profundidade. Ele foi feito no centro do campo, para não afetar o sistema de drenagem do estádio, que não tem tubulação na área central do campo. A base do gramado será totalmente reconstruída, segundo o Comitê. O buraco será preenchido por quatro camadas, sendo uma profunda de argila, para compactar a base, outra de 10cm de pó de pedra, como base de sustentação, outra com 10cm de Brita 0, para ajudar a drenagem, e outra de 30 cm de areia com matéria orgânica, para fixar a grama.

Esta primeira operação deve durar entre 10 e 15 dias. Depois, serão necessários outros cinco dias para retirar a grama, que foi desgastada pelas cerimônias, e preparar a nova. Em seguida, a organização precisará de mais cinco dias para colocar o novo tapete de grama, que esta em Saquarema. Depois, ainda será preciso esperar 10 dias para o campo ficar em condições de uso frequente, sem danos.

"Nosso compromisso sempre foi devolver o Maraca em perfeitas condições até 30 de outubro. A operação está dentro do prazo. Vamos fazer de tudo para deixar o campo novo até esta data. Mas não podemos sacrificar a qualidade pela pressa", informou a assessoria de imprensa do Comitê.

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