O réu foi declarado culpado. A condenação inédita por corrupção para alguém que comandou o futebol brasileiro se concretizou nesta sexta-feira. O veredito anunciado pela Justiça dos Estados Unidos foi direcionado a José Maria Marin, presidente da CBF entre 2012 e 2015, que foi conduzido a uma prisão federal.
O ex-dirigente foi considerado culpado em seis dos sete crimes nos quais foi enquadrado. Ou seja, ele foi responsabilizado por três crimes de fraude - nos esquemas da Copa América, Libertadores e Copa do Brasil -, dois de lavagem de dinheiro - Copa América e Libertadores - e por integrar uma organização criminosa dentro do futebol, que se espalhou pelas Américas do Sul, Central e do Norte.
A única acusação pela qual Marin foi inocentado é a de lavagem de dinheiro no esquema da Copa do Brasil. José Maria Marin foi acusado de receber US$ 6,5 milhões em propinas durante o período que passou na CBF e fez parte do círculo da Conmebol, substituindo Ricardo Teixeira.
O júri popular no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, também decidiu pela condenação de Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol, por dois crimes relacionados às Copas América e Libertadores. O terceiro réu do processo, o peruano Manuel Burga, ainda não sabe qual veredito receberá.
Apesar de terem sido declarados culpados, Marin e Napout não sabem qual a sentença exata que terão que cumprir, mas ambos foram transferidos para uma prisão federal dos Estados Unidos. O passo da sentença final será dado posteriormente. A condenação, por outro lado, é em primeira instância e cabe recurso.
Aos 85 anos, Marin já estava preso desde o fatídico 27 de maio de 2015, quando foi capturado na Suíça, assim como outros dirigentes. Desde que foi transferido para os Estados Unidos, o brasileiro ficou em prisão domiciliar na Trump Tower, um dos endereços mais valorizados do Nova York.
No julgamento, a defesa do ex-presidente da CBF tentou jogar para o atual mandatário, Marco Polo Del Nero, a responsabilidade pelas decisões e arranjos na época. Del Nero e Marin andavam muito juntos, mas Marco Polo, que não é réu e não viaja, garante que é inocente.