O Superior Tribunal de Justiça Desportiva decidiu ontem que o Brusque terá de volta os três pontos perdidos pela injúria racial contra o jogador Celsinho, do Londrina, em jogo pela Série B.
O time catarinense será punido apenas com a perda de um mando de campo, além de pagamento de multa de R$ 60 mil. Júlio Antônio Petermann, presidente do Conselho Deliberativo da equipe e identificado como responsável pela declaração racista, teve sua punição mantida e seguirá suspenso.
Não é de se espantar que o STJD desperdice mais uma chance de criar uma jurisprudência importante para um tema tão crítico quanto atual. Ao reduzir a discussão a uma pena quase simbólica, o tribunal desqualifica o peso do absurdo que houve com o jogador, vítima de racismo em outras partidas ao longo do campeonato.
"Ao invés de evoluir, eles retrocederam. Muito vergonhoso. Que grande decepção", disse Celsinho, em declaração dada ao blog da jornalista Gabriela Moreira, do 'ge'.
Ao Brusque, que no primeiro momento, chegou a publicar uma nota acusando o jogador de falsa imputação de crime, sobraram desculpas vazias e a certeza de que saiu vencedor neste episódio. Celsinho, chamado de macaco e que teve seu cabelo classificado de ninho de abelha, seguirá com o peso inequívoco do abandono.
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