A Alemanha, um dos países que melhor lidou com a pandemia no mundo, voltou a ter futebol há duas semanas. O total de mortos por lá não chegou aos 9 mil, menos de um terço do número no Brasil. Espanha, Itália e Inglaterra só retornaram aos treinos com a situação sob relativo controle e com o número diário de mortos em 100 ou menos.
Flamengo e Vasco insistem no desejo de voltar o futebol em um país que está matando mais de mil pessoas todos os dias. Com direito até a visita ao presidente da República para buscar apoio - que obviamente seus presidentes receberam. Ontem, o Vasco anunciou que bateria de exames apontou que 16 de seus atletas estão infectados com o novo coronavírus. Você leu direito. Dezesseis jogadores estão com a Covid-19.
Embora a atual diretoria do Flamengo, liderada pelo presidente Rodolfo Landim, se mostre desde o início pouco humana e que o rival cruz-maltino, com Alexandre Campello à frente, também pareça (ou parecia) alheio à gravidade da situação, os exames no Vasco dão uma oportunidade aos dois. Que não cuspam na própria biografia.
Está evidente que não é nem razoável planejar a volta do futebol com a doença exterminando dezenas de milhares de brasileiros. Os 16 infectados em São Januário são um alerta: dá tempo de repensar. O futebol tem que esperar. O futebol precisa esperar.
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