A Taça Guanabara é uma disputa simbólica, que hoje serve apenas para dar algum brilho aos cambaleantes estaduais. Mas, na tarde deste domingo, nem isso foi possível. Uma briga política para definir quem ocuparia o setor sul do Maracanã ganhou uma proporção desmedida, e o resultado foi a realização da final entre Fluminense e Vasco com portões fechados até os 30 minutos do primeiro tempo, quando a Justiça enfim liberou a entrada para os torcedores do Vasco, mandante da partida.
A inabilidade de dirigentes que deveriam zelar pela rivalidade transformou um domingo de clássico em um dos capítulos mais tristes do futebol brasileiro. Na véspera, Pedro Abad, presidente do Tricolor, convocou a torcida para a "guerra" contra o adversário. Uma declaração tão populista quanto perigosa. Do lado de fora do estádio, enquanto milhares de torcedores esperavam por uma definição, houve confusão, correria e pessoas passando mal com bombas de gás disparadas pela polícia.
E no meio disso tudo existe a Ferj, uma federação incapaz de intermediar conflitos, mas que não deixa de lucrar com suas taxas de 10% da renda bruta dos jogos. A bola rolou, o Vasco conquistou a taça e, apesar da presença tardia de torcedores, o retrato do Rio é um Maracanã em silêncio.
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