Lesão de Jefferson e falhas de Helton Leite fazem Botafogo reencontrar fantasma da década passada

Time sofreu entre 2007 e 2009 com indefinições na posição

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DE 2009 até os dias atuais ninguém discute que Jefferson é titular absoluto do Botafogo. A segurança que o arqueiro transmite aos companheiros faz, inclusive, o Glorioso ser considerado um time sem problemas nesta posição. Mas nem sempre foi assim, o Alvinegro sofreu muito com falhas de goleiros na década passada e apenas com o retorno do capitão que a torcida respirou aliviada. Mas a lesão sofrida por Jefferson no braço esquerdo, uma ruptura parcial do tendão do tríceps, vai afastá-lo dos gramados por pelo menos três meses. E o fato está fazendo o Alvinegro reencontrar um velho fantasma.


Helton Leite, o reserva de Jefferson, entrou no time no segundo tempo do jogo contra o Juazeirense, quando o Botafogo ganhava por 2 a 0. Sofreu um gol de falta, em uma falha indiscutível. O erro custou ao Botafogo anular o jogo de volta pela segunda fase da Copa do Brasil. No domingo passado, na estreia no Campeonato Brasileiro, o time foi derrotado pelos reservas do São Paulo por 1 a 0 e mais uma vez o arqueiro falhou em uma cobrança de falta, que originou o único gol do encontro.

Na cabeça dos torcedores botafoguenses as falhas de Helton Leite ressuscitaram o fantasma da falta de um goleiro confiável, que havia sido exterminado por Jefferson em 2009.

O ano em que o Botafogo mais sentiu os erros de seus goleiros foi em 2007. Naquela ocasião, Max começou o Campeonato Carioca como titular, mas falhou em uma derrota por 3 a 2 para o Boavista que custou a eliminação ainda na primeira fase da Taça Guanabara. O então técnico Cuca resolveu promover a entrada de Lopes, cria da base e que já havia sido titular um ano antes. O arqueiro, porém, não segurou a onda e falhou feio em uma goleada de 5 a 2 aplicada no CSA pela Copa do Brasil. O jogador chegou a pedir desculpas no meio do campo para a torcida com gestos.

Vivendo um drama na posição, Cuca escalou Julio Cesar, então a terceira opção e atualmente na reserva do Fluminense. O jogador começou a corresponder às expectativas e passar segurança aos torcedores. Brilhou em alguns jogos, como nas semifinais da Taça Rio, quando o Botafogo eliminou o Vasco nos pênaltis. No primeiro jogo da final do Estadual, porém, a história dele no Glorioso começaria a mudar. Julio Cesar foi expulso quando o time vencia o Flamengo por 2 a 0 e dominava as ações. Cometeu falta infantil em Renato Abreu para impedir um gol flamenguista. O fato tirou a estabilidade da equipe e mesmo com Max, o reserva, não falhando, o Botafogo levou dois gols e o jogo terminou empatado.

Na segunda partida da final, com Julio Cesar suspenso, Max foi escalado e falhou. O Botafogo, de virada, vencia por 2 a 1 quando o goleiro "aceitou" um chute de Renato Augusto de fora da área e a decisão acabou indo para os pênaltis, com triunfo flamenguista.

Julio Cesar seguiu com prestígio até as semifinais da Copa do Brasil, quando engoliu um frango em um chute de fora da área que gerou a eliminação para o Figueirense. O Botafogo, que havia perdido por 2 a 0 na ida, ganhou por 3 a 1 no Maracanã, mas acabou eliminado. Os erros da bandeira Ana Paula Oliveira serviram para minimizar a falha de Julio Cesar no confronto, mas o lance contribuiu para o arqueiro ver desaparecer a confiança e aos poucos ir perdendo espaço.

Ana Paula Oliveira acabou tirando o foco para a falha de Julio Cesar (Foto: Julio Cesar Guimarães)

No Campeonato Brasileiro Julio Cesar acabou sendo substituído por Marcos Leandro, que foi tirado da reserva do Paraná Clube em um gesto de desespero da diretoria. O novo titular falhou na derrota de 3 a 2 para o Corinthians no Maracanã, pelo Brasileirão, e após o jogo Cuca chegou a mostrar um desânimo com a série de erros e com a impaciência da torcida, que durante o jogo vaiava o arqueiro.
- Precisamos ter equilíbrio neste momento. A torcida sempre pede o outro goleiro. Foi assim com o Max, com o Lopes e com o Julio Cesar - disse Cuca na época.

Com a campanha no Brasileirão naufragando a diretoria decidiu investir e experiência e trouxe Roger, então eterno reserva no São Paulo. O jogador enfrentou alguns problemas de lesão, mas não chegou a comprometer. Porém, foi dispensado no fim do ano.

De volta das férias o Botafogo entrava 2008 com a esperança de ter resolvido o problema com a contratação de Castillo, então goleiro da seleção do Uruguai. O jogador fez alguns bons jogos pelo Glorioso, foi titular em boa parte da temporada, mas teve falhas também e nunca contou com a confiança da torcida. Renan, cria da base, acabou sendo a opção mais viável, inclsuive assumindo a condição de titular em 2009 até a chegada de Jefferson, que afastou os fantasmas da posição de General Severiano. Resta saber se com a lesão de Jefferson, o Botafogo vai reencontrar um drama esquecido.

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