Há erros que são perdoáveis. Outros são inadmissíveis. O que fez ontem na Arena de Itaquera o senhor Thiago Duarte Peixoto é inexplicável. De frente para o lance, a menos de cinco metros, um árbitro não pode confundir camisa 30 com camisa 5. Gabriel, expulso, nem participou da jogada em que Maycon empurrou Keno. O estádio todo viu. Menos ele, seu auxiliar e o quarto arbitro. Seis olhos míopes. O Corinthians, punido pelo erro, dominado todo o segundo tempo com 10 em campo, vingou-se com o gol de Jô. Thiago e seus comparsas não podem sair ilesos. Ou são punidos severamente - afastados do campeonato ao menos - ou a FPF desmoraliza de vez esse Paulistão.
Lágrimas depois do erro
Com a voz embargada e os olhos ainda vermelhos de chorar, Thiago Duarte Peixoto só saiu do vestiário uma hora e meia depois do fim do jogo. Admitiu ter agido mal ao expulsar Gabriel e entendeu o tamanho do seu erro. "Escolhi ser árbitro de futebol, escolhi isso para vida. Se não tiver preparado para os erros e acertos... Se a comissão confiou em mim para estar aqui é porque eu merecia. Espero que eu continue minha carreira. É um aprendizado, é difícil errar em um clássico, em um jogo da importância como essa. Mas foi o que escolhi para mim", declarou. Humildade, ao menos, faz bem nessa hora.
S.O.S. arbitragem
Muito temos falado da falta que faz o uso da tecnologia para auxiliar a arbitragem no futebol. Mas não há câmera de vídeo ou chip na bola que vá resolver o problemas da má qualidade dos juízes brasileiros. Os erros crassos como o de ontem se multiplicam. Falta conhecimento técnico, preparo emocional, capacidade de disciplinar. E não é por acaso. Um jogo tem 22 profissionais em campo, Tem treinadores, médicos, massagistas etc. Todos profissionais. Só o homem do apito não é. Mas já passou da hora de ser. Profissionalizar a arbitragem não é mais uma opção. É uma necessidade.