Calçada da Fama: após perder item, Maraca refaz homenagem a Marta

Única atleta a ser eleita melhor do mundo em seis oportunidades e primeira mulher a entrar no Hall da Fama do estádio, craque também terá um espaço no museu do Maracanã

imagem cameraMarta em duas fases: à esquerda, em 2007, com a peça que sumiu. E ontem no repeteco da homenagem (Divulgação)
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Lance!
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 10/12/2018
17:33
Atualizado em 11/12/2018
14:06
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Nesta segunda-feira, Marta esteve vez no Maracanã para colocar seus pés na Calçada da Fama localizada no museu do estádio. Foi a segunda vez que a atleta passou pelo ritual. Apesar de a assessoria da concessionária que administra o estádio desde 2013 ter divulgado como se fosse a primeira homenagem, Marta já havia sido eternizada na Calçada da Fama 11 anos atrás, em 2007, após a conquista da medalha de ouro no Pan.

Na época, ela foi homenageada e deixou a marca dos pés registrada em uma placa de gesso que seria exposta no estádio. O objeto, porém, desapareceu.


Primeira mulher a estar presente no Hall da Fama do Maracanã, Marta também ganhará um espaço destinado à sua carreira e suas conquistas no museu do estádio que será inaugurado em breve. "Maracanã Tour" possui ingressos com preços que variam entre R$ 25 e R$ 60.

Aos 32 anos, Marta é a única atleta - contando as modalidades masculina e feminina - que conseguiu o prêmio de melhor jogadora do mundo em seis oportunidades (2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2018). Em um hall da fama que possui nomes como Ronaldo, Pelé e Garrincha, o feito prova a importância que a atacante possui dentro do cenário do futebol brasileiro. 

Além dos prêmios individuais, Marta também conquistou muitos em termos coletivos. Um deles, a medalha de ouro dos Jogos Pan-Americanos de 2007, foi justamente no Maracanã, quando a Seleção Brasileira derrotou os Estados Unidos por 5 a 0, com dois gols da atual melhor jogadora do mundo. 

- Voltar ao Maracanã, receber essa homenagem novamente, relembrar os momentos que a gente esteve aqui, tudo o que futebol feminino vivenciou aqui é fantástico. É algo incrível e estou muito feliz com mais esse reconhecimento. É mais uma cerejinha do bolo representando todas as mulheres que lutam constantemente no esporte em geral, então eu fico muito feliz. Da primeira vez, em 2007 (se referindo ao Pan-Americano), eu espero que eu não seja a única e que venham outras mulheres a deixar suas marcas aqui - afirmou.

Ao ser perguntada sobre políticas futuras, Marta afirmou que não deve ser pensado em melhorias só para o futebol, mas para os esportes em geral, com o incentivo principalmente para os jovens cidadãos. Nos últimos Jogos do Rio-16, o Brasil ganhou 19 medalhas: sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. 

- A gente não pode só falar do futebol feminino, temos que falar do esporte em geral. A gente tem atletas em várias modalidades com um talento enorme e que passam por muitas dificuldades, principalmente de apoio, de opção de trabalho, de manter um padrão de atleta para que, quando chegarmos a uma Olimpíada, estar 100% preparado, em todos os sentidos. Peço em nome do esporte brasileiro que haja políticas de incentivo, principalmente nas escolas, para que a gente possa ter cada vez mais ter a oportunidade de representar o nosso país e inspirar as crianças a praticar o esporte - completou.

Apesar de já ter recebido prêmios da Fifa, Marta disse que estar no Hall da Fama do Maracanã é especial não apenas para ela, mas para todas as mulheres que buscam seu espaço em um país que ainda possui certa desigualdade de gênero. Além disso, a atacante realça a felicidade de ter alcançado essa marca.

- Toda homenagem a gente fica emocionada, porque é um passo à frente que estamos dando. É importante demais, porque a gente incentiva as mulheres a lutarem pelo seu espaço em todas as áreas. Sem dúvida, isso tem motivado cada uma delas a seguir lutando. Fico feliz por isso (estar na Calçada da Fama) ser no meu país, que é considerado o país do futebol.

Marta analisou as diferenças de 2006, quando ganhou o primeiro prêmio de melhor jogadora do mundo, para 2018. 

- Acho que estou mais experiente, mais tranquila na hora de se colocar, de falar. São momentos diferentes, (em 2006) eu estava começando minha trajetória e hoje em dia a gente olha para trás e vê que tudo valeu a pena, que tudo foi importante, não só na minha vida, mas também na de outras pessoas. Honrada em poder ter tomado essa decisão de fazer esse esporte - apontou.

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