A Federação Paulista de Futebol abriu votação para saber quem foi o melhor jogador da Copa São Paulo de Futebol Junior e o resultado surpreendeu. Não pelos nomes, mas por serem dois vencedores. Pedrinho, do Corinthians, e Gerson, do Batatais, ficaram empatados na eleição e dividem o prêmio da FPF. Em comum também, ambos desabafaram após suas conquistas.
Cotado para subir para o profissional ainda neste início de temporada, foi o jogador mais regular da conquista corintiana. Com bela assistência na decisão, o jovem atleta comemorou o título, e agradeceu àqueles que fizeram partida de sua sofrida caminhada até aqui.
- Só quem esteve comigo, sabe a dificuldade que eu passei na vida, o sofrimento que foi para se firmar em um clube, graças aos meus pais, minha família inteira e meus amigos de verdade, estavam juntos nos momentos mais difíceis e Deus mais uma vez me honrou, me colocou em um grande clube, para estar vivendo esse momento único - afirmou.
A expectativa para fazer parte do grupo principal do Corinthians não é pequena e ela se tornou possível desde antes da Copinha começar, mas Pedrinho tem cautela e prefere agradecer, por enquanto, o título.
- No final do ano passado eles me chamaram junto com o Vitinho para poder dar um suplemento melhor, academia, melhorar nosso condicionamento físico, e graças a Deus fico feliz e espero que quem for subir, possa representar bem o profissional, e agradecer a Deus por tudo, por essa oportunidade, por esse momento maravilhoso - ressaltou.
Dividindo o prêmio com Pedrinho, está Gérson, ou Gersinho, herói do Batatais nas quartas de final da Copinha e dono de uma história de vida incrível, que só poderia ter final feliz, independentemente do resultado final.
- Pelo amor de Deus, para um cara que tinha parado de jogar bola e está saindo como o melhor da Copa São Paulo, não tem jeito de não ficar feliz. É muita alegria, agradeço minha irmã lá em cima, que sem ela nada disso teria acontecido. Mesmo com o vice-campeonato eu me sinto campeão, por tudo o que a gente passou, estar chegando em uma final de Copa São Paulo, e levantando esse troféu, não tem palavras, não tem dinheiro que pague - comentou.
A irmã de Gerson, Emmanuelle, morreu em um acidente de carro em 2015, tragédia que deixou a família inconsolável. O goleiro, inclusive, chegou a abandonar o futebol, mas voltou para disputar a Copa São Paulo pelo Batatais. Se a vitória não veio dentro de campo, na vida ele já teve sua gratificação.
- Queria falar uma outra coisa também, antigamente eu via minha mãe chorando em uma cama, dizendo que queria se matar, hoje eu chego ali no alambrado e ela igual louca com um sorriso de orelha a orelha. Deixa o primeiro lugar para lá, para mim esse é o primeiro lugar da vida: a família. Troféu, medalha, é bom, é bem legal ganhar, mas não é mais importante do que o sorriso de uma mãe - declarou.
Sobre o seu futuro como profissional, ele deixa por conta do destino, sem pressa ou desespero para definir.
- Vida que segue, vamos ver o que Deus preparou para mim, entrego tudo nas mãos dele, ele sabe o que faz, se for pra continuar, vamos continuar, se for para parar de novo, nós paramos de novo, vamos levando a vida, passo a passo a gente chega onde a gente quer - finalizou.