A notícia de que o Consórcio Maracanã pode devolver o estádio para o Governo do Estado do Rio de Janeiro é mais uma prova da incapacidade das empreiteiras em desenvolver uma gestão eficiente no futebol. A concessionária, com contrato para administrar o Maracanã por 35 anos amarga pesados prejuízos que, após os anos de 2013 e 2014, já ultrapassaram R$ 125 milhões.
Com os números de 2015 as perdas podem chegar a mais de R$ 200 milhões. A Odebrecht, detentora de 95% do consórcio, foi vítima uma série de fatores. Além de seus próprios erros de gestão e do ambiente de negócios amador do futebol brasileiro, há calendário horroroso e falta de parceria efetiva com os clubes.
A empresa, cujo presidente está preso envolvido até o pescoço na Lava-Jato, não conseguiu alavancar o negócio, tanto pelos erros de precificação de ingressos como também nas vendas de camarotes, patrocínios, eventos e comercialização de espaços.
O mesmo ocorreu com a OAS e Andrade Gutierrez, mais duas empresas envolvidas em denúncias de corrupção e totalmente incapacitadas para gerir arenas de futebol. Enfim se o Maracanã virar um gigantesco elefante branco de mais de R$ 1 bilhão não quero imaginar qual será o fim das outras arenas, com muito menos potencial comercial.