E aí, pessoal, estão curtindo este início de temporada? Já tivemos emoções nas duas primeiras rodadas. Eu insisto e defendo os Estaduais. Não com a fórmula de hoje, confusa e mirabolante, que afasta cada vez mais os torcedores dos estádios e dão prejuízos aos clubes. Mas quem ganha com isso? Falo sobre o assunto mais abaixo. Quero aqui começar falando das competições em si. O bom delas é a rivalidade, mesmo que os cartolas das federações façam de tudo para “esvaziar” os estádios e “quebrar” os clubes.
Vamos tirar por este fim de semana. Por exemplo: no Rio de Janeiro, Botafogo x Flamengo. Na capital paulista, Santos x São Paulo. E as zoações já começam. Eu vejo pela redação do LANCE! e pelo que acompanho nas redes sociais. Próximo a mim sentam alguns sonhadores. Um já começa a chorar antes do tempo e na hora de tratar as fotos, o outro é pessimista e sempre reclama que vai mal, além das insônias, enquanto o que mora no alto de Santa Teresa, bairro nobre do Rio, já vislumbra o Mundial de Clubes, sem antes mesmo de sentir o cheiro da Copa Libertadores.
No momento em que escrevo a coluna, o amigo e conterrâneo RS10, bate no meu ombro e, se referindo à goleada do Fluminense sobre o Americano, por 4 a 0, vai logo falando:
– Menos de dois títulos esse ano eu não comemoro. Falei para o chefe, o Carioca já é nosso.
Aí eu pergunto: E a Copa Sul-Americana e o Campeonato Brasileiro?
– A Sula já está no papo. O Brasileiro, vamos disparar no segundo turno. Nada de rebaixamento, porque “time grande” não cai – terminou de falar o meu amigo tricolor lá do outro lado da redação, quando o botafoguense do tratamento das fotos citado acima começa a ri e lembra cada ano das Séries B e C que disputou o Tricolor Carioca. Silêncio!
Estão vendo? Sacaram, meus amigos? Por isso que defendo os Estaduais, não o da fórmula mirabolante e confusa, repito. Essa rivalidade sadia e as zoações é que fazem o futebol ter graça. Até mesmo com a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior, os amigos vascaínos e são-paulinos estavam sofrendo. O “Narrador”, por exemplo, dava chute e soco no ar a cada jogada errada do Vasco e provocava risadas na redação. Aliás, parabéns aos times pela bela final, com o Tricolor paulista conquistando o título nos pênaltis.
Como neste já temos Botafogo x Flamengo, veremos as emoções à flor da pele. No domingo, o San-São para animar ainda mais. Teremos ainda em fevereiro, que já está virando a esquina, Vasco x Fluminense, e Palmeiras x Corinthians. Então, é ou não é de perder o fôlego?
Mas realmente os cartolas fizeram (e continuam fazendo) de tudo para cada vez mais esvaziar os Campeonatos Estaduais. Embora eu defenda, como já está claro, essas competições justamente pelo lado saudosista, como citado pelo amigo Leonardo Pereira na coluna da última quinta-feira, as confusas e mirabolantes tabelas, além das taxas exorbitantes das federações – como lembrado pelo também colunista Felipe David –, deixam cada vez mais os estádios às moscas. Em duas rodadas, só o jogo do Flamengo com o Bangu teve mais de 40 mil pessoas, e isso porque a torcida estava (e ainda está) embalada pelas contratações milionárias.
Quero deixar bem claro que estou me referindo aos Campeonatos Carioca e Paulista. Lamentável o que fazem com os Estaduais. Essa rivalidade – dentro de campo e na arquibancada –, como disse, é sadia. Agora, então, com toda essa tecnologia, internet e redes sociais, aí que é mais engraçado.
Na minha frente, um vascaíno e um botafoguense justamente lembravam esse lado saudosista. Mas não futebolístico e, sim, musical e noveleiro. E, no embalo do “Menino do Rio”, Tom Jobim e Roberto Carlos (lembrando o bloco Exalta Rei), dou o ponto final de hoje juntamente com esses amigos de redação Vinícius Faustini e Leonardo Pereira, quando este último avisa: “Chove muito”. Isso porque já trovoava e chovia há trinta minutos, tanto no Rio quanto em São Paulo. Obrigado, Léo, pela lembrança. E essa chuva de sexta-feira à tarde deve ter sido porque o calor do “Menino do Rio” provoca arrepio.
Semana que vem voltamos para falar dos times que vão se classificar para as finais ou não. Só cuidado com as zebras, porque contratações milionárias (isso é para o Flamengo e o Palmeiras) não são sinônimos de títulos.