A quarta-feira foi um dia importante para os profissionais do esporte no Brasil. Em Brasília, o Senado, por unanimidade, aprovou o substitutivo da Câmara dos Deputados que estende o auxílio emergencial de R$ 600 para várias categorias, inclusive "profissionais autônomos da educação física e trabalhadores do esporte, entre eles atletas, paratletas, técnicos, preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, árbitros e auxiliares de arbitragem, trabalhadores envolvidos na realização das competições". Resta, agora, a sanção do presidente Bolsonaro.
A inclusão dos atletas no recebimento do auxílio (R$ 1.800 divididos em três pagamentos) era esperada e outras categorias também foram beneficiadas, como os artistas.
Trata-se de uma decisão muito acertada. Afinal, os futebolistas foram extremamente prejudicados, E não estou falando das principais equipes, que pagam fortunas. Estudo da empresa de consultoria Ernst Young para a CBF mostram que, nos 1443 clubes ativos no Brasil em 2019, 55 % dos jogadores e recebem salário mínimo (de R$ 1.045,00). Ese percentual é maior entre os outros profissionais do esporte. A maioria desses jogadores com remuneração baixa atua em clubes menores de seus estados e boa parte faz contratos curtos para a disputa de Estaduais que, na teoria, teriam as rodadas finais nos próximos dias.
O próximo passo é saber se os clubes terão algum benefício emergencial, como a prorrogação de prazos de pagamentos de tributos, as parcelas do Ato Trabalhista e do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro, que permite aos clubes o parcelamento de dívidas fiscais). Se considerarmos que 80% dos profissionais do esporte recebem pouco, mais de 90% dos clubes brasileiros estão sufocados.