Reclamação lá, confusão cá: entenda a rixa da venda de ingresso do Fla-Flu
Torcedores de ambas as equipes tiveram dificuldades para comprar seus ingressos devido a limitação dos pontos de venda para os dois clássicos disputados nos últimos dias
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O clássico entre Flamengo e Fluminense sempre foi marcado por discussões e polêmicas. O clima quente visto no Maracanã, na última quarta-feira, foi apenas um reflexo do cenário de rivalidade criado. Mas, até quem não entrou em campo e deveria ser parte importante do espetáculo acabou sofrendo com isso. Torcedores de ambas as equipes tiveram dificuldades para comprar seus ingressos devido a "rixa" dos pontos de venda. O LANCE! explica.
Inicialmente, é preciso entender que os problemas na venda de ingressos não começaram neste Campeonato Carioca. Com o crescimento do sócio-torcedor e das vendas on-line, o hábito de compra de bilhetes foi alterado no futebol carioca. Isso facilitou por um lado, mas abriu margem para momentos como os deste Fla-Flu, onde duas partidas decisivas realizadas em menos de quatro dias potencializaram a rivalidade.
O ponto inicial aconteceu no domingo, quando as equipes se enfrentavam pela 6ª rodada da Taça Rio. O Flamengo, mandante da partida, precisava da vitória para se classificar. Como a operação ficou de encargo do clube, os pontos de venda foram definidos: enquanto os rubro-negros tinham ampla maioria de possibilidades de compra e troca de ingressos, os Tricolores ficaram limitados a apenas Maracanã ou Laranjeiras.
Claro, a ação gerou reclamação, como sempre. O resultado? A presença da torcida do Fluminense na partida foi pífia - apenas 2.334 torcedores estiveram presentes no setor sul do estádio para acompanhar o clássico. Nas redes sociais, chuva de reclamações, críticas e pedidos por uma "devolução" no próximo clássico.
Borderô de @Flamengo e @FluminenseFC indica um lucro de R$ 128.180,00 para cada clube. Chama atenção a venda para o Setor Sul, exclusivo aos tricolores: apenas 2.334 entradas. Público total foi de 48.385 no Maracanã. #lanceFLA #lanceFLU pic.twitter.com/47WPTvJTHP
— Matheus Dantas (@matheusdantasfr) 26 de março de 2019
No placar, vitória por 3 a 2 do Flamengo e classificação garantida para enfrentar o... Fluminense, novamente, desta vez pela semifinal da Taça Rio. Entretanto, desta vez o Tricolor foi o mandante da partida por ter melhor campanha na fase de grupos da Taça Rio. Responsável por organizar a operação, o tratamento foi o mesmo.
Os pontos de vendas para a torcida do Flamengo também foram limitados. Os rubro-negros que quiseram acompanhar a partida tiveram que se deslocar ao Maracanã ou para a Gávea para comprar ou trocar os ingressos. Exatamente o mesmo problemas enfrentado por um, sendo devolvido pelo outro três dias depois.
O resultado novamente foi visto nas arquibancadas: público de apenas 24.614 torcedores, antes da bola rolar, o setor sul - destinado ao Fluminense - teve mais ingressos comercializados que o setor norte - destinado ao Flamengo. Foi a vez de centenas de rubro-negros reclamarem das redes sociais do tratamento recebido, enquanto uma batalha virtual sobre "quem começou" foi iniciada
Nova parcial de ingressos para o Fla-Flu: 17.800 mil, 1.745 gratuidades. Setor Sul, do Fluminense, segue como maioria comparado ao Setor Norte, do Flamengo. #lanceMARACA
— Marcello Neves (@mneves_) 27 de março de 2019
É preciso entender pontos importantes. Apesar de serem sedes dos clubes, Laranjeiras e Gávea não são os pontos centrais de venda de ingressos. Isso normalmente acontece nas lojas oficias das equipes, em shopping espalhados pela cidade. A necessidade de deslocamento em horário ruim e em longa distância afasta o torcedor. Isso vale para Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. É comprovado por números.
No final, dois clássicos que tinham tudo para terem estádios lotados ficaram esvaziados. Vale lembrar que Flamengo e Fluminense são as bolas da vez para administrarem o Maracanã após a concessão ser cancelada e o estádio voltar para o Governo. A primeira relação entre eles não foi positiva.
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