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Isabelle Favieri
Rio de Janeiro (RJ)
Dia 18/03/2025
12:27
Atualizado há 1 minutos
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Em sorteio realizado na sede da Conmebol na última segunda-feira (17), os sete clubes brasileiros classificados para a Libertadores 2025 conheceram seus adversários na fase de grupos da competição. Após a cerimônia, o presidente da entidade, Alejandro Domínguez, ironizou ao responder como seria o torneio sem a presença de equipes do Brasil:

– Isso seria como o Tarzan sem a Chita, impossível! (risos)

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O questionamento surgiu a partir de uma sugestão da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, para que os clubes brasileiros deixem a Conmebol para se filiar à Concacaf. O motivo da indignação da mandatária foi o caso de racismo contra o jogador palmeirense Luighi, em partida contra o Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20. O clube paulista exigiu medidas mais firmes da entidade sul-americana.

– Nós temos que tomar medidas firmes com relação à Conmebol, porque não é possível... O Brasil representando 60% da receita da Conmebol, e os clubes brasileiros sendo tratados dessa forma. Eu vou lançar até uma ideia. Uma reflexão pra todos nós... Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime, não consegue tratar os clubes brasileiros com o tamanho que representam para a Conmebol, por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf? - declarou a dirigente do Palmeiras.

Nesta terça-feira (18), o presidente da Conmebol se pronunciou sobre o ocorrido e pediu desculpas pela fala da noite anterior.

Pronunciamento oficial do presidente da Conmebol

"Em relação a minhas recentes declarações, quero expressar minhas desculpas. A expressão que utilizei é uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém. A Conmebol Libertadores é impensável sem a participação de clubes dos dez países membros.

Sempre promovi o respeito e a inclusão no futebol e na sociedade, valores fundamentais para a Conmebol. Reafirmo meu compromisso de seguir trabalhando por um futebol mais justo, unido e livre de descriminação."

Indignação do Palmeiras

Como forma de protesto às ações da entidade, Leila Pereira não compareceu ao sorteio da Libertadores, que aconteceu no Paraguai. Paulo Buosi, vice-presidente do clube, representou o Palmeiras na cerimônia e falou sobre os recentes casos de racismo. A equipe paulista vai encarar o Cerro Porteño na fase de grupos do torneio continental, e os dirigentes dos dois times aproveitaram para conversar sobre o ocorrido na competição de base.

– Não tem resolvido. Não tem resolvido, correto? Têm que ter ações práticas. Não tenho nada contra o Cerro. Nós somos contra o racismo. Só que tem acontecido muito com o Cerro Porteño - questionou Buosi.

Em entrevista à "TV Globo", Paulo Buosi também comentou que "a impunidade é o combustível de novas manifestações racistas".

– Enquanto não tiver alguma coisa séria, pesada, infelizmente não vai mudar. Pode fazer comissão, pode fazer o que for. Enquanto não tiver uma posição, a impunidade vai continuar, é o que tem acontecido. O que aconteceu todos os anos tem se repetido. Isso tem que acabar, precisa dar um basta com isso - disse.

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Presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, em sorteio da Libertadores e Sul-Americana 2025 (Foto: DANIEL DUARTE / AFP)
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