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Proibida de ir a Dérbi como visitante por causa da violência, bugrina vê torcida única como única solução

Torcedora do Guarani jamais foi ao Moisés Lucarelli ver seu time encarar a rival Ponte Preta por ordem do pai, que zela pela segurança. Clássico deste sábado é histórico

Torcedora do Guarani
imagem cameraTorcedora do Guarani, a favor da torcida única, guarda ingresso do seu primeiro Dérbi, em 2009 (Arquivo pessoal)
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Lance!
Campinas (SP)
Dia 04/05/2018
16:17
Atualizado em 05/05/2018
07:55

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O primeiro Dérbi Campineiro com torcida única na história divide opiniões. Se do lado dos pontepretanos há muita lamentação, já que estes estarão impedidos de ir ao Brinco de Ouro neste sábado, às 19h, em jogo válido pela quarta rodada da Série B, do outro há quem nunca tenha ido ver um clássico como visitante e apoie a medida para Guarani x Ponte Preta.

É o caso da bugrina Beatriz Pusso. Apaixonada pelo Guarani e até competidora de natação do clube quando criança, a jornalista segue o clube por causa do pai, seu Valdenir. Beatriz acompanha o Bugre de onde quer que esteja, mas a violência sempre a impediu de ser visitante na casa da Macaca. Ordem do pai.

- O Dérbi tem uma vibe diferente, tudo é diferente. Eu nunca fui em um Dérbi no estádio da Ponte e ele nunca me permitiu. Meu pai falou que lá é muito mais perigoso do que no nosso estádio. Nunca cheguei a ver brigas de torcidas, mas ele sempre se preocupou muito com isso, porque é recorrente entre as torcidas organizadas - disse a jornalista, formada na PUC-Campinas em 2014.

- Eu acho que é uma pena ter torcida única, porque parece que perde um pouco de emoção. Mas ao mesmo tempo é difícil controlar as pessoas que vão somente para brigar, causar confusão. Talvez o clássico com torcida única seja a única saída deles mesmo para ver o jogo. É uma solução a curto prazo, porque pode estar impedindo um torcedor que realmente só quer ir para torcer de participar do evento - argumentou a torcedora, de 25 anos.

Nem a mesmo a possibilidade de ter maior segurança no jogo do Brinco de Ouro, com a presença só de bugrinos, fará Beatriz voltar a ver um Dérbi in loco na temporada em que Guarani e Ponte se reencontram após cinco anos. Mas a ausência se dará por questões profissionais: ela não estará em Campinas.

- Eu desejo ouvir o Dérbi pelo rádio ou acompanhar na internet, porque eu estarei em outra cidade. Aposto na vitória do Guarani por 3 a 1. O meu pai também está sempre me atualizando pelo celular. Apesar de eu não ir, o estádio vai lotar, porque a torcida é muita fanática – afirmou a torcedora, que guarda com carinho a lembrança do primeiro clássico no estádio.

- Quando tinha uns 16 anos, foi a primeira vez que fui ao Dérbi. Eu fui com meu pai, nós fomos aqui no Brinco. Foi muito legal e nesse jogo a gente ganhou de 2 a 1, e foi muito emocionante, porque a gente sempre foi de ficar nas arquibancadas e nunca havia ido nas numeradas. Na arquibancada é mais emocionante do que em outros setores do estádio. A gente conseguiu acompanhar o jogo junto com a torcida, mas o meu pai sempre se preocupou muito com a segurança. Eu lembro que estava muito calor nesse dia, chegamos muito cedo e tomamos muito sol na cara. A gente começou o jogo perdendo. Esse jogo foi em 2009 e aí a sofremos o primeiro gol. Eu lembro que eu olhei para o meu pai e falei: "Eu não acredito, a Ponte fez gol, pai". E ele do outro lado me acalmou e disse: "Fica calma, minha filha. O Guarani vai ganhar esse jogo". No segundo tempo, o Guarani conseguiu empatar e virar o jogo e me recordo que fomos embora muitos felizes, sem voz, porque a torcida não parou de cantar. Foi uma sensação incrível, muito maravilhosa - contou.

Beatriz lembra com orgulho também do clássico “inesperado” da semifinal do Paulista de 2012. A jornalista relata em detalhes ao ter visto o “Dérbi do Século” como o mais marcante da sua vida. Ela ficou aflita com a Ponte saindo na frente do placar, além da contusão de Fumagalli no decorrer do embate e agradeceu ao seu pai por ter se tornado “vidente” naquele dia.

- “Nossa, pai. Agora acabou. Sem o Fumagalli, o que a gente vai fazer?". Meu pai falou assim para mim: "Calma, ainda tem jogo. Esse menino (Medina) que vai entrar no lugar dele vai brilhar". E eu falei para ele: "Mas, será mesmo?". Quando ele entrou no lugar do Fumagalli, achei que era o Bruno Mendes, mas não foi ele. O Medina entrou no jogo, marcou dois gols e foi incrível. Foi uma vitória muito legal – relembrou.

Em de 29 de abril de 2012, Medina teve atuação de gala ao entrar na partida e foi decisivo na vitória do Guarani por 3 a 1 sobre a Ponte, resultado que carimbou a vaga no Bugre, vice-campeão paulista contra o Santos.

Questionada sobre a rivalidade com a Ponte Preta, a bugrina não perdeu a oportunidade de alfinetar a Macaca e reforçou o tamanho do peso da camisa do Guarani. A jornalista se mostrou decepcionada pelas crises administrativas e financeiras em um passado recente que o clube enfrentou e demonstrou otimismo na reestruturação do clube. Ela também disse que "secou" quando a Ponte estava no auge brigando pelos títulos e sonha em ver o Bugre fazendo o mesmo caminho.

- Foi muito difícil, a gente nunca espera que o nosso time possa passar por uma situação dessas. Dói, mas eu tenho esperança que as coisas estão melhorando e vão melhorar – explicou.

E o que representa o Dérbi para um bugrino?

- É o momento de torcer muito, de mostrar que o Guarani é superior, mostrar que o verde e branco em Campinas é soberano, de torcer bastante e fazer muita bagunça no bom sentido. Aproveitar para conversar com as pessoas no trabalho, nos bares, nas padarias e é um momento bom de descontração. Vamos ver o nosso time jogando e se possível, obviamente, sempre bom zoar os colegas no trabalho.

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