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Rito de passagem: veja como clubes lidam com as lições deixadas pela Copinha

Entre deixar aprendizado para atletas e a busca por lidar com ansiedade de jovens que estão em maturação, equipes lidam com sucessão de peculiaridades

Troféu Copinha
imagem cameraA cobiçada Copa São Paulo de Futebol Júnior chegou ao fim na quarta-feira passada (Divulgação/ Copinha)
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Lance!
São Paulo (SP)
Dia 26/01/2023
04:18
Atualizado em 26/01/2023
09:58

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O encerramento de mais uma edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior expôs como a competição segue como um símbolo entre atletas que querem ascender nos gramados. A euforia do Palmeiras com a dramática conquista após o 2 a 1 diante do América-MG na última quarta-feira (25) no Canindé traz no Verdão o orgulho de ter superado também uma sucessão de desafios.

+ Baixe o wallpaper do Palmeiras bicampeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior 

Acima de aprendizado, um misto de sentimentos cerca a Copinha. Ansiedade, pressão, duelos mais acirrados... Os desafios redobram entre quem lida com este rito de passagem.

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OUTROS OLHARES EM TORNO DA COPINHA

Atlético-MG x Água Santa - SP - Copinha
'Copinha não é o fim de uma carreira', diz Erasmo Damiani, gerente da base do Galo (Foto: Bruno Sousa/Atlético-MG)

Gerente da base do Atlético-MG, Erasmo Damiani destacou o quanto que a Copinha ganha dimensão para os atletas.

- Na verdade, ela tem um atrativo de ser uma competição disputada em janeiro, pois é um momento no qual o calendário do futebol profissional está parado. Por isso, o torcedor a olha com mais carinho, muitos começam a conhecer os jogadores que um dia podem brilhar com a camisa do seu time de coração... E você tem de preparar os atletas para esse tipo de situação. Todos têm de ficar cientes de que quanto mais tiverem destaque, serão vistos - afirmou ao LANCE!.

Damiani não negou que a ansiedade pesa entre os jovens que disputam a competição.

- Eles jogam com uma presença maior de torcida, a maioria das vezes diante de uma torcida adversária, o jogo é televisionado... Mas a gente tenta fazer com que eles não percam o equilíbrio emocional, mesmo disputando partidas diante de grandes adversidades - e acrescentou:

- O nosso desafio é mostrar para eles que a Copinha, independentemente do resultado que acontecer, não é o fim de toda uma carreira que eles têm há muitos anos - concluiu.

O FATOR EMOCIONAL NA COPINHA

Athletico x Gremio Copinha
'Transição é o momento mais sensível da rotina do atleta', diz coordenador da base do Grêmio, Francesco Barletta (Renan Jardim / Grêmio FBPA

A esperança de que o jogador de futebol se consolide entre os profissionais move quem disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Coordenador da base do Grêmio, Francesco Barletta reconheceu que há alguns fatores que cercam esta "migração" rumo ao profissional. 

- Trata-se do momento mais sensível para o atleta. Envolve tanto o seu desenvolvimento, como também o fato de ele ter mais visibilidade, o que gera muita expectativa dos torcedores e inclusive da família para que o jovem consiga "vingar" - afirmou. 

Aos seus olhos, a competição traz um aprendizado fundamental para dar fôlego aos jovens.

- A equipe tenta consolidar seu trabalho em confrontos que trazem mais pressão. Eles lidam com sequência intensa de jogos, começam a estar diante de muitos torcedores... Há uma vivência muito grande. E com o tanto que os atletas se acostumam a se dedicar, ficam com força de enfrentar disputas dos profissionais, que é uma rotina diferente, mas bem forte também - destacou.

HÁ SURPRESAS NO CAMINHO...

Floresta x Athletico-PR - Copinha
Floresta (de verde) surpreendeu o Athletico-PR (Matheus Afonso/Divulgação/Floresta)

Há um sinal de alerta quanto a "sensações" que podem aparecer no caminho. A edição de 2023 da Copa São Paulo de Futebol Júnior trouxe algumas surpresas. Ou equipes que não podem ser subestimadas.

- A gente ficou frustrado, claro, mas não viu na eliminação para o Água Santa (após o empate em 1 a 1 no tempo normal, o Atlético-MG foi derrotado nos pênaltis em Diadema) uma zebra. Eles têm uma estrutura impressionante, investem bem nas categorias de base. O Ituano e outros times de São Paulo também demonstram muita qualidade na base. Nesse ano, a gente viu o Floresta (equipe cearense que alcançou as quartas de final) com jogadores promissores. O próprio Ibrachina, que eliminou o Vasco (o Cruz-Maltino abriu três gols de vantagem, o clube paulista igualou em 3 a 3 e depois venceu nos pênaltis)... Essa é a magia da competição  - afirmou o gerente de futebol do Galo, Erasmo Damiani.

Damiani apontou outro fator que causa impacto no decorrer de uma Copinha.

- Há uma sobrecarga muito grande na Copa São Paulo. Este ano, foram 23 dias de competição! Todos os clubes sofrem com isso e há a necessidade de preparar os atletas para um tipo de jogo no qual a força prevaleça à técnica. Após um início com rotina que beira o desumano, a rotina vai se espaçando - explicou.

BUSCA POR APRIMORAR OS JOVENS SEMPRE

Palmeiras x América-MG -Final Copinha
Palmeiras bicampeão da Copinha: clube é uma das referências de promessas (Alex Silva/LANCE!

A ânsia por ver os jovens que despontaram na Copa São Paulo crescerem entre os profissionais faz parte da rotina de cada clube. Porém, rende muitas peculiaridades.

Responsável por "pinçar" o meio-campista Arthur e o atacante Everton "Cebolinha" no Grêmio, Francesco Barletta revelou que há alguns desafios para saber o momento ideal de abrir caminho para os jovens.

- O jogador gradativamente vai começando a ser chamado entre os profissionais. A gente traça também uma média de que os atletas atingem seu melhor nível numa média de 20 a 36 anos - e frisou:

- Aos poucos, no clube, tentamos encontrar o momento ideal para que o jovem consiga se afirmar, achar seu espaço. Pode acontecer de render logo ou de, depois de ter um espaço no profissional, retornar à base e ficar por um tempo até "maturar" - acrescentou.

Gerente das categorias de base do Atlético-MG, Erasmo Damiani contou que há uma forma de tratar a base.

- Trata-se apenas o fim de uma temporada e o começo de outro momento para cada atleta. Afinal, cada um deles começa a ser chamado para treinar no profissional. Alguns meninos dão um "estirão" e têm espaço, encaram outras ansiedades de lidar com novos jogos televisionados, observadores de fora. Outros retornam à base e a gente tem de ficar atentos, mostrar que não é porque não deu certo agora, significa que o jovem perdeu a chance de ter projeção... - reconheceu.

Damiani constatou que a "maturação" não se resume ao aprimoramento da qualidade técnica.

- Hoje o jogador tem de se aprimorar o tempo inteiro. Tem de colocar as valências física, psicológica, construção de jogo, equilíbrio emocional, parte técnica, de crescimento emocional. Você vai montando e quem se desenvolve a gente vai subindo para o profissional - disse. 

Com o Palmeiras novamente como destaque e deixando lições nesta edição da Copa São Paulo de Futebol Júnior, as atenções dos demais clubes se voltam para fazer com que as suas respectivas promessas consigam se projetar no momento certo para render no futebol nacional.

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