Ronaldo Fenômeno anunciou, na manhã desta quarta-feira (12), a retirada de sua candidatura para presidir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Através de suas redes sociais, o três vezes melhor do mundo disse ter deixado de lado as intenções na cadeira principal da entidade máxima do futebol brasileiro.
- Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião - afirmou o ex-jogador.
Em dezembro de 2024, Ronaldo havia declarado ter um planejamento para assumir a confederação, tendo como um de seus objetivos a contratação de Pep Guardiola, do Manchester City, para o comando da Seleção Brasileira, cargo atualmente ocupado por Dorival Júnior. O ex-Cruzeiro e Corinthians já havia aberto conversas com presidentes da Fifa e da Conmebol para caminhar em sua candidatura.
Na declaração, Ronaldo relatou ter procurado contato com responsáveis das federações estaduais, mas 23 das 27 deram apoio à gestão atual de Ednaldo Rodrigues. O mandatário, que presidiu a CBF de forma interina em 2021, foi eleito de forma fixa no ano seguinte, se tornando o primeiro negro e nordestino a ocupar o cargo; suspeitas de irregularidade levaram à deposição em dezembro de 2023, mas um acordo com dirigentes no STF o garantiu no cargo através de uma liminar até 2026.
As questões a serem resolvidas pelo Fenômeno também não facilitaram o caminho. Além de necessitar do apoio de pelo menos quatro federações e quatro clubes das séries A ou B, era preciso vender o Real Valladolid, clube que tem o ex-atacante como dono. O processo de transação já estava em andamento, a fim de não haver conflito de interesses com os negócios da CBF.
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📃 Ronaldo desiste da CBF: leia a nota na íntegra
"Depois de declarar publicamente o meu desejo de me candidatar à presidência da CBF no próximo pleito, retiro aqui, oficialmente, a minha intenção. Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião.
Conforme já havia dito, os meus primeiros passos seriam na direção de dar voz e espaço aos clubes, bem como escutar as federações em prol de melhorias nas competições e desenvolvimento do esporte em seus estados. A mudança necessária viria desse alinhamento estratégico, com a força da visão compartilhada.
No entanto, no meu primeiro contato com as 27 filiadas, encontrei 23 portas fechadas. As federações se recusaram a me receber em suas casas, sob o argumento de satisfação com a atual gestão e apoio à reeleição. Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo.
O estatuto concede às federações o voto de maior peso e, portanto, fica claro que não há como concorrer. A maior parte das lideranças estaduais apoia o presidente em exercício, é direito deles e eu respeito, independentemente das minhas convicções.
Agradeço a todos que demonstraram interesse na minha iniciativa e sigo acreditando que o caminho para a evolução do futebol brasileiro é, antes de mais nada, o diálogo, a transparência e a união."
As eleições para definir o novo presidente da CBF ainda não tem data para acontecer. Com a desistência de Ronaldo, Ednaldo Rodrigues é o único candidato até o momento; como o mandato expira em março do próximo ano, a janela de um ano para a convocação do pleito presidencial já está válida.