O Campeonato Carioca de 2021 tem início neste sábado, pelo menos para seis clubes. Presente na competição desde 2017, a Seletiva desta vez não deixa suas novidades restritas aos reforços que os clubes apresentam na luta pela classificação. O regulamento teve mudanças significativas: além de ser disputada em turno e returno, a fase preliminar classificará apenas o primeiro colocado para a fase principal (se juntando a outros 11 clubes: Flamengo, Fluminense, Botafogo, Vasco, Bangu, Boavista, Macaé, Madureira, Portuguesa, Resende e Volta Redonda).
- A gente tem que ser sabedor. Ter o mínimo possível de falhas. As seis equipes têm qualidade para disputar o Campeonato Carioca. Já temos de começar vencendo, pois, com certeza, com uma grande vitória, coloca uma pressão nas demais equipes - afirmou Richarlyson, reforço de impacto do America para a competição, durante live no "De Casa Com o LANCE!" na última quarta-feira.
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Todos os jogos da primeira rodada acontecerão neste sábado, às 15h. Mas não faltam histórias entre os clubes de menor investimento que abrirão as cortinas do espetáculo no Estadual.
AMERICA TEM EM RICHARLYSON NOVA ESPERANÇA DE ASCENSÃO
Após ter se salvado do rebaixamento no ano passado, o America depositou em um nome de peso para voltar ao cenário do futebol carioca. Com a vivência de quem conquistou um Mundial de Clubes e três Brasileiros consecutivos pelo São Paulo, além de uma Copa Libertadores pelo Atlético-MG, o meia Richarlyson agora ostentará a camisa 20 do Mecão. O jogador de 38 anos não se omite perante o desafio que encarará.
- Sei do tamanho da minha responsabilidade e vou fazer o que todos esperam. Estou supertranquilo, bem fisicamente. Eu me apresentei no dia 21 de dezembro, isso me deu muita sustentação física para estar bem na nossa estreia - destacou, em entrevista no "De Casa Com o LANCE!".
O camisa 20 exaltou o trabalho de Álvaro Gaia, que será novamente comandante da equipe.
- Nunca tinha treinado com ele, mas tem bastante conhecimento. Tem implementado coisas que são diferentes. Tiro todas as informações possíveis para ajudar da melhor forma dentro ou fora de campo. Espero fazer o meu melhor - disse.
Richarlyson, porém, não será o único veterano do elenco. O goleiro Deola, que iniciou sua carreira no Palmeiras e tem passagens por clubes como Guarani, Grêmio Barueri, Vitória e Fortaleza, está de volta ao Mecão.
O jogador de 37 anos aponta como a equipe tentará driblar a pressão a cada jogo.
- É minha terceira Seletiva, lógico que a experiência agora é bem maior. É um campeonato bem equilibrado, não tem uma equipe que destoa da outra no início do campeonato. Antes eram menos jogos, então um ponto fazia diferença. A comissão técnica procurou fazer uma equipe um pouco mais forte, com jogadores renomados para a experiência refletir e suportar essa pressão. Acredito que o entusiasmo é muito grande - disse.
'Sei do tamanho da minha responsabilidade e vou fazer o que todos esperam. Estou supertranquilo, bem fisicamente', afirmou Richarlyson, em live no 'De Casa Com o LANCE!'
O goleiro inclui a chegada de Richarlyson nesta renovação de ânimo da equipe na competição.
- Ele acaba aumentando bastante o nível da equipe. Os adversários vão ter um respeito maior, não por ele ou por mim, mas outros jogadores são respeitados tanto aqui no Rio quanto no Brasil e isso ajuda porque tem um jogador a mais para os adversários se preocuparem - afirmou.
O técnico Álvaro Gaia falou sobre como foi planejado o elenco para a competição.
- Nosso objetivo foi trazer atletas que estão acostumados a vencer e passar este sentimento de vitória aos mais jovens - garantiu.
Além da dupla, outro jogador conhecido no futebol carioca reforçará o America: Christianno, lateral-esquerdo que foi campeão carioca pelo Vasco. Gaia não mede palavas ao falar sobre a Seletiva do Carioca.
- O objetivo é tirar o America dessa situação incômoda e levá-lo à elite do futebol carioca. Falo aos atletas que é uma Libertadores. Todo jogo é uma final de campeonato - afirmou.
O Mecão recebe um estreante na elite do Campeonato Carioca: o Sampaio Corrêa. A equipe de Saquarema é vista com preocupação.
- Já joguei contra eles na B1 e na Copa Rio. É uma equipe com condições boas, sempre fez bons times. Não mudou a filosofia de jogo mesmo por mudar de treinador, mas está fazendo boas contratações. Tem jogadores que são respeitados e acho que é um time bem qualificado. Os times estão bem parelhos. Teremos de estar bem focados na estreia e deixar um concorrente forte para trás - declarou Deola.
SAMPAIO CORRÊA TRAZ DE EX-BOTAFOGO A 'DIRIGENTE-ATACANTE'
A edição de 2021 abrirá espaço para um clube jovem que já dá o que falar. Prestes a completar 15 anos de sua fundação, o Sampaio Corrêa se destaca por algumas peculiaridades. Além da estrutura de qualidade de pagar os vencimentos de 15 em 15 dias, Rômulo Gomes se divide em duas funções.
Além de ser dirigente do Galinho da Serra (respondendo inclusive pelos problemas de fora de campo), o jogador de 40 anos, que tem passagens pelo Friburguense e Cardoso Moreira, está inscrito como atacante.
Além de Alexandro, Galinho da Serra traz nomes como Andrey, Régis e Diogo Oliveira
Outra opção badalada para o setor ofensivo é Alexandro. Marcado pela "Dança do Créu" que fez quando marcou dois gols pelo Resende em uma partida contra o Flamengo, não falta experiência ao jogador. Ele rodou por diversos clubes do Rio de Janeiro e também defendeu Botafogo, Fortaleza e Ponte Preta. E não se omite diante da missão de ser o goleador do Sampaio.
- É uma responsabilidade boa. Tenho uma identidade com o clube, é minha terceira passagem aqui. Meu grande objetivo é colocar o Sampaio Corrêa entre os grandes da elite do Carioca. Todos sabemos que não vai ser fácil, mas nos preparamos muito para a competição. Estamos bastante confiantes - assegurou.
Outro ex-jogador do Botafogo também está no elenco: o goleiro Andrey. O clube também acertou as contratações do lateral Régis, que defendeu o São Paulo, e do volante Diogo Oliveira, jogador com passagem pelo Fluminense.
O técnico Tinoco falou sobre o desafio de comandar a equipe em sua primeira empreitada na Seletiva do Campeonato Carioca. Além disto, contou o que pesou para contratar jogadores do Duque de Caxias, clube que comandou na Série B1.
- É um desafio muito grande mas, ao mesmo tempo, muito prazeroso. Nos planejamos muito para isto. Demos mais espaço para a contratação de atletas que estão em ritmo de jogo, como os que disputaram a Série B1 e jovens para dar uma encorpada. São jogos sempre quarta e sábado, temos de evitar lesões - disse.
NOVA IGUAÇU CHEGA COM MORAL APÓS ACESSO
A manutenção da base dita o Nova Iguaçu para fazer um retorno em grande estilo. Um dos destaques da conquista da Série B1, o veterano goleiro Luis Henrique diz que seu desempenho torna ainda mais desafiadora sua caminhada na nova disputa.
- Atingimos marcas na B1 que poucas equipes conseguiram alcançar. Por mais que o campeonato seja outro, todos esperarão um desempenho próximo do que tivemos na nossa conquista. Isso é bom, nos motiva e queremos usar a nosso favor. Trabalharemos em cima de uma coisa que nos deu certo. Agora, sabemos que a responsabilidade é grande, devido ao tamanho de todas as seis equipes envolvidas - afirmou.
'Por mais que seja outro campeonato, todos esperarão um desempenho próximo do que tivemos na nossa conquista (da Série B1). Isso é bom, nos motiva e queremos usar a nosso favor', disse Luis Henrique
Do alto de seus 41 anos, o jogador traça rumos sobre a disputa da Seletiva.
- Tenho experiência recente na competição. Já passei em uma e fui eliminado em outra na última rodada. Mas esse grupo valoriza a oportunidade e está lutando no dia a dia para colocar o Nova Iguaçu na fase principal - e ressaltou:
- Com minha experiência, tento fazer com que os mais jovens valorizem cada treino, cada jogo, para no final colhermos os bons frutos e chegamos ao acesso - completou.
A equipe laranja ainda tem como jogador de qualidade Anderson Künzel. O volante, que atuou pelo America, foi crucial no acesso do Larajinha e é a esperança de armar jogadas.
Carlos Vitor, que fez parte da comissão técnica por seis anos, agora comanda a equipe. E é taxativo ao falar sobre a árdua competição.
- Evidente que é uma missão audaciosa e grandiosa. São seis equipes lutando pelo mesmo objetivo. Mas a gente prefere dar um passo de cada vez com relação à competição. Você não pode se antecipar, pois o futebol sempre surpreende - e, em seguida, ressalta a permanência dos jogadores:
- É normal a valorização. Você passa a ter um prestígio muito grande por tudo o que construiu. Foi uma campanha muito sólida, consistente. Agora você agrega atletas que vão somar muito - completou.
A equipe mede forças com o Friburguense, no Estádio Laranjão.
NO FRIBURGUENSE, A APOSTA É EM VELHOS CONHECIDOS
A luta do Friburguense para obter a vaga na fase principal do Campeonato Carioca passa por nomes conhecidos. Além do experiente camisa 10 Jorge Luiz, o japonês Toshiya volta a ser a esperança de gols da equipe na Seletiva. Contudo, a confiança passa pela regência de um nome muito carismático: Cadão.
O ex-jogador do Frizão emplaca mais uma temporada na beira do campo fala sobre a montagem do elenco.
- Foi um início de ano atípico devido à pandemia. Tivemos dificuldades para concluir a montagem do elenco. Por isso, apostamos em jogadores que disputaram a Série B1, que estão com mais ritmo de jogo e certamente terão uma boa adaptação para a sequência do campeonato - acredita.
Aos seus olhos, as mudanças na competição rendem novos desafios para o Friburguense.
- Antes, se não iniciávamos bem, já tínhamos problemas. Tendo jogos de ida e volta, podemos conseguir mais chances de reação. Mas é claro que manteremos nosso desejo de minimizar os erros, de ficar ligados.... Temos de estar com a mente boa para encarar as decisões. Tem de prevalecer vontade, raça e precisamos estar bem fisicamente - declarou.
AMERICANO RECORRE A TIME 'BOM E BARATO'
O planejamento modesto aliado a figurinhas carimbadas também fez parte da rotina do Americano. Além de jogadores indicados pelo técnico Caé Cunha, os reforços vieram da Série B1 do Carioca e também foram incorporados jogadores das categorias de base.
Um dos reforços é o zagueiro Espinho, que coleciona diversas passagens pelo Cano.
- É bom voltar para casa e lutar para que o Americano volte a se firmar. O professor Caé tem ajustado bem o jeito da gente jogar, o trabalho é muito bom. Estou feliz de estar de volta para ajudar a equipe - e emendou:
- Sabemos que é difícil, mas tento passar para os jogadores confiança, exigir dedicação ao extremo, chegar na hora e executar as coisas da melhor maneira possível. Sabemos que o time está em linha de montagem, que está em formação, mas não podemos perder pontos principalmente em casa. O Americano é uma camisa pesada e é isso que tento passar para todos - completou.
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A lista de reforços ainda inclui os atacantes Sorriso e Pepeu. O técnico Caé Cunha conta como tem lutado para dar ritmo ao Americano para a competição.
- A questão mais complicada é que os jogadores não vieram todos de uma vez. Tive de implementar aos poucos nossa metodologia. Mas temos feito alguns amistosos, alguns jogadores estão assimilando bem para fazer uma competição dificílima - e frisou:
- Temos de estar muito atentos para ficarmos muito bem. Se correr tudo bem, a gente acredita que no decorrer da competição, vamos ganhar força. Sabemos que o torcedor do Americano está sedento, buscaremos nosso objetivo jogo a jogo - completou.
A equipe campista duela com a Cabofriense no Ferreirão. Todos os seus jogos como mandante acontecerão em Cardoso Moreira, cidade localizada a 57km de Campos.
CABOFRIENSE DEPOSITA FICHAS NA COMPETITIVIDADE
Do lado da Cabofriense, a expectativa é que a intensidade fale mais alto na disputa da Seletiva. O técnico Rogério Corrêa, que vem de trabalhos no Artsul e em especial na Portuguesa. Sua confiança se volta para jogadores que desembarcaram no Tricolor praiano.
- O Tiago Amaral é um jogador com bastante experiência, tem condições de fortalecer nosso elenco. Ricardinho. O Walber vem de uma boa fase, o Dedé trabalhou comigo na base do Artsul. Temos um grupo com muito potencial para evoluir no decorrer da competição - disse.
Aos seus olhos, o fato da Cabofriense ter disputado a Série D contribui com os atletas.
- Como a participação na competição chegou ao fim no dia 28 de novembro, deu para a gente fazer uma pré-temporada segura. Além disto, o clube está dando uma boa estrutura para a gente. Voltamos com muita força para essa Seletiva - declarou.
ROBERTO BAGGIO E DI MARIA: OUTROS 'ASTROS' DA SELETIVA
A Seletiva do Carioca ainda trará dois nomes de alto nível no elenco. Roberto Baggio e Di María farão parte da briga por uma vaga na próxima fase do Campeonato Estadual. Mas ambos falam português.
Nascido em 1996 e que tem em sua certidão de nascimento o nome do camisa 10 da Itália na Copa do Mundo de 1994, Baggio é um dos reforços do Sampaio Corrêa para a competição. Ele chega ao clube de Saquarema após ter se destacado no Angra dos Reis na Série B1.
- Sou muito grato pela oportunidade que tive lá. Espero repetir o bom rendimento. Sabemos da responsabilidade que é jogar uma competição muito curta, mas tenho certeza que o trabalho que é passado para todo o grupo será fundamental para nós - disse.
Em seguida, o jogador de 25 anos contou com bom humor sobre as inevitáveis comparações com o "xará".
- É, sempre perguntam, mas eu acho legal. O problema é que, às vezes, não me deixam bater pênaltis (risos). Às vezes pesa um pouco ter esse nome, porque as pessoas querem me comparar com o próprio Baggio - brinca e fala sobre seu estilo de jogo:
- Gosto de me movimentar mais pelo meio e estou trabalhando para chegar mais ao ataque - completou.
'Xará' do italiano, Roberto Baggio brinca: 'Às vezes querem me comparar com ele e não me deixam bater pênaltis'. Di Maria leva na brincadeira o apelido que recebeu na base
Di Maria, por sua vez, surge como nome da esperança de gols do Americano por outro motivo. Ter o apelido em referência ao ponta argentino não é visto como um problema por Jeferson Carvalho da Silva.
- Logo que cheguei aos treinos da base do Americano, as pessoas falavam: "olha o Di María aí!", "olha o Di María aí!". E segue até agora. Eu fico tranquilo sobre carregar esse apelido. Levo na boa e procuro fazer o meu trabalho. Prefiro mostrar minha dedicação em campo - garantiu Di Maria (cuja grafia não traz o acento visto no nome do ponta), promessa do clube campista.
O jogador de 21 anos não esconde sua luta para se aprimorar nesta Seletiva.
- Terei muita dedicação, profissionalismo, além de buscar melhorar a cada treino, a cada trabalho, a cada jogo. Vou me entregar bastante em campo. Estamos muito focados. Fizemos uma pré-temporada forte para chegarmos à Seletiva com bastante seriedade e comprometimento. Nosso objetivo é colocar o Americano na elite do futebol carioca, lugar da onde nunca deveria ter saído - afirmou.
Não faltará empenho até que o primeiro colocado da Seletiva se garanta na fase seguinte do Campeonato Carioca.