‘Será esse o verdadeiro 7×1 ?’

Amir Somoggi, especialista em gestão esportiva da Academia LANCE!, analisa o impacto da eliminação na Copa América diante do Peru

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A eliminação precoce do Brasil na Copa América Centenário dos EUA talvez seja o nosso verdadeiro 7x1. E seus desdobramentos poderão trazer concretos impactos para o futuro do futebol brasileiro.

Escrevo isso pois quando o Brasil foi humilhado no Mineirão pela Alemanha no famoso 7x1, as justificativas por parte do comando da seleção na época chamaram nossa maior derrota em mais de 100 anos de história de apagão.

E mesmo os analistas justificaram o vexame por conta do excelente trabalho do futebol alemão, frente a nós que paramos no tempo.

Entretanto o verdadeiro 7x1 aconteceu ontem. Sim, ser eliminado na primeira fase de uma competição em um grupo que contava com Peru, Equador e Haiti é o verdadeiro fundo do poço. A derrota para a Alemanha era apenas o alerta.

Não há justificativa plausível para essa humilhação. Se a ideia da CBF era aproveitar o evento nos EUA para mostrar ao mundo essa realidade, seria melhor ter ficado em casa. Qualquer americano que começou a acompanhar soccer nos EUA por conta do evento, seguramente enxerga o Brasil como uma seleção similar a essas que nos eliminaram.

Para nós brasileiros, o que parece impossível aconteceu. Sim hoje não somos mais respeitados, admirados e temidos. Nos transformamos em um time de segunda linha, até entre os sul-americanos. De maior força do continente, agora somos coadjuvantes.

A CBF é a única responsável por isso. E o mercado patrocinador, que é quem banca a sua gestão pode e deve se cansar. A tendência é que a CBF sofra cada vez mais para atrair recursos. Em 2015 faturou R$ 340 milhões com seus patrocinadores, nada menos que 61% de sua receita total.

No ano passado os patrocínios fecharam em queda de 6%, o pior resultado em mais de uma década.

A população a cada dia está mais distante da seleção e o mundo já não nos respeita. Esse é o resultado do atual trabalho de quem comanda o futebol brasileiro e a seleção.

Obviamente vão mudar de técnico e de diretor de seleções. O problema está muito acima disso. Temos que alterar todo o comando da CBF, com novas eleições o quanto antes. Para que se inicie um novo rumo para o nosso futebol, do zero!

E pensar que a Alemanha começou sua revolução em 2000 quando foi eliminada precocemente na fase de grupos de uma Euro.

Mais um gol da Alemanha...

Por Amir Somoggi, especialista em gestão esportiva da Academia LANCE!

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