‘O futebol nacional terá de passar por uma reengenharia’, diz Feldman
Em 'live' promovida pela Fisesp nesta quarta-feira, secretário-geral da CBF reconhece que clubes e atletas lidarão com cenário desafiador após pandemia do novo coronavírus
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A pandemia do novo coronavírus tende a trazer novas diretrizes para o futebol. Em "live" promovida nesta quarta-feira pela Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, reconheceu desafios para que os clubes consigam manter suas estruturas financeiras.
- Necessariamente, depois da pandemia vai haver uma reengenharia inexorável, não temos para onde fugir. Haverá novas relações contratuais. Estão em busca de aprovação no Congresso uma redução dessa nova relação contratual que hoje exige que, em caso de cancelamento, seja pago 100% até o fim. Uma série de medidas para que o futebol seja salvo como um todo - afirmou.
O coordenador de futebol feminino da CBF, Marco Aurélio Cunha, traçou um panorama desafiador.
- É uma situação difícil, pois contrato assinado tem de ser mantido. Porém, cabem discussões e os atletas, cientes de tudo que está acontecendo, precisarão abrir mão de parte de seus salários não só no Brasil, mas no mundo todo. Virá uma nova onda de análises, com jogadores ganhando menos, contratos menos estratosféricos... - acredita.
Perguntado sobre mudanças também na bilheteria, Walter Feldman apontou que há uma incógnita quanto aos preços dos ingressos.
- Os clubes sobrevivem dos contratos de televisão, dos patrocinadores de camisa e placas ou na bilheteria. Nesta volta após a pandemia, talvez tenhamos um longo período de partidas com portões fechados, o que é um fato novo, que vai levar a grandes audiências. Ainda está muito incerta como será também a postura do público na volta do futebol - e, em seguida disse:
- Os consumidores farão suas opções sobre o que é essencial. Dependendo da reação, talvez sejam necessárias medidas de redução. Os clubes terão de recuperar parte do seu produto, do entretenimento - completou.
O secretário-geral da CBF falou sobre o forte impacto que a pandemia do novo coronavírus teve no futebol nacional:
- O futebol não é só entretenimento, mas um sistema econômico relevante. Atualmente, equivale a 0,72% do PIB brasileiro, R$ 54 bilhões tem mais de 56 mil trabalhadores, é uma grande cadeia produtiva - detalhou.
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