O empresário Luiz Taveira, que faz negócios com o Santos frequentemente, chegou a Medellín na última segunda-feira com duas missões difíceis: tratar com Thiego e Guerra seus futuros no futebol. Porém, a missão do agente ficou ainda mais difícil e inimaginável 15 minutos após chegar à Colômbia.
- Meu avião pousou em Medellín 15 minutos depois do acidente da Chapecoense. Logo que entrei no táxi, o motorista falou que um avião com um time de futebol tinha caído. Só podia ser a Chapecoense. Fui direto para o hospital - disse em contato com a reportagem do LANCE!.
Ao chegar em um dos hospitais, Taveira teve a confirmação do envolvimento da delegação catarinense na tragédia que matou 76 pessoas. Logo, passou a participar dos atendimentos.
Na porta do posto de atendimento, foi descoberto como um dos únicos que falava português e foi avisado de que um jogador estava chegando.
- Eu cheguei no hospital, fiz perguntas em espanhol, estava o Dudu, responsável pela logística da Chapecoense. Falaram que chegaria um jogador e fiquei para reconhecer. Quando vi, era o Alan Ruschel (lateral-esquerdo). Ele estava consciente, mas zonzo. Ajudei na comunicação com o médico para saber onde doía e o que sentia. Ele me deu a aliança de casamento e guardamos. Ele foi transferido e está com dois tripulantes. Está bem - relatou.
O empresário também conversou com o jornalista Rafael Henzel, um dos poucos sobreviventes da aeronave que caiu. Segundo Luiz Taveira, ele entrou em contato com a família do repórter para avisar do ocorrido e tranquilizar.
Após o atendimento de Alan Ruschel, o empresário brasileiro, junto de dois amigos colombianos, percorrem hospitais da região para buscar informações referentes ao zagueiro Neto e ao goleiro Jackson Follmann, outros sobreviventes.
Diferentemente de Luiz Taveira, que partiu de São Paulo em um voo comercial para Medellín, a delegação da Chapecoense foi em outro voo comercial para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, para pegar um avião fretado para Medellín. A Agência Nacional de Aviação Civil havia negado o pedido do clube para partir de uma aeronave particular do Brasil, já que a empresa contratada era boliviana, o que vai contra a Convenção de Chicago, que proíbe que a empresa que realiza voos fretados seja de outro país que não da origem ou do destino.