Bruno sequer fez seu primeiro treino como reforço do Boa Esporte, mas sua iminente chegada já transformou a rotina do clube em um turbilhão. Dias após anunciarem o acerto com goleiro, que recentemente deixou a cadeia devido a um habeas corpus concedido pelo STF, os bovetas veem uma repercussão negativa pelo acordo.
O primeiro impacto pela contratação do jogador de 32 anos, que esperará em liberdade o resultado do processo que o condenou a 22 anos e três meses de prisão por sequestro, morte e ocultação de cadáver da modelo Eliza Samudio, veio na noite de sábado. A empresa de suplementos nutricionais, Nutrends Nutritions, rompeu seu vínculo de patrocínio.
No dia seguinte, o site oficial do Boa Esporte foi invadido por hackers, que deixaram uma mensagem na qual acusam o clube mineiro de "apoiar diretamente o femincídio". Além de recordar a morte de Eliza Samudio, a mensagem trazia ameaça de boicote ao Boa e aos patrocinadores.
A repercussão fez o presidente do Boa Esporte, Rone Moraes, emitir uma nota oficial ainda no domingo, na qual afirmava que o clube não cometera "nenhum crime perante a lei dos homens e perante a lei de Deus". A nota não aplacou as severas críticas nas redes sociais do clube.
Nesta segunda-feira, o clube boveta perdeu mais três patrocínios para a sequência da temporada: a clínica cardiológica Cardiocenter e a Magsul, empresa de ressonância magnética, anunciaram a quebra de contrato. Após uma reunião, a "baixa" foi na patrocinadora máster. A Góis & Silva rescindiu seu contrato depois de uma rescisão de contrato.
Segundo o "Estado de Minas", a leva de afastamentos pode ficar ainda mais extensa. A Kanxa fará uma reunião para decidir se continua a fornecer o material esportivo ao Boa Esporte.
O goleiro deixou o Rio de Janeiro na manhã desta segunda e era aguardado em Varginha. Havia expectativa de que Bruno falasse à tarde, mas, segundo a assessoria do Boa Esporte, a entrevista coletiva foi transferida para a terça-feira, data de sua apresentação.