A saída do técnico Wagner Lopes para o Albirex Niigata-JAP e a chegada de Cristian de Souza surpreenderam na semana passada. Com pouca experiência no futebol profissional, o novo treinador do Paraná acredita estar preparado para a missão de levar o clube novamente à Série A mesmo não sendo conhecido no cenário nacional.
Ex-jogador até os 24 anos, o comandante paranista iniciou sua carreira fora do gramado como auxiliar-técnico e, aos poucos, assumiu o pratagonismo no banco de reservas. Ele passou pelas categorias de base de Grêmio, Ceará e Figueirense, além de times de menor expressão. Antes vir à Vila Capanema, colocou o Rio Branco-AC na final do Campeonato Acreano - abandonou a equipe, entretanto, antes dos dois jogos finais para assumir o time paranaense.
- É o meu maior desafio. Eu vinha de uma sequência de trabalhos mesclados entre base e profissional já tem uns cinco, seis anos, e buscando essa afirmação de passar ao próximo passo. Passei por todas as etapas para ser um treinador, respeitei, rodei várias regiões do país. Acredito que um treinador precisa passar por isso. Chegou a hora. Me sinto pronto e maduro para poder tocar esse desafio - garantiu.
Aos 39 anos, Souza não pretende mexer na base do modelo de jogo adotado pelo antigo técnico do Tricolor. O treinador vai manter a consistência defensiva, o perde-pressiona no adversário e explorar a transição ofensiva rápida que deram certo no primeiro semestre. O Paraná foi líder da primeira fase do Estadual, sendo eliminado nas quartas de final pelo Atlético-PR e está nas oitavas de final da Copa do Brasil e quartas de final da Primeira Liga.
- Metodologia é uma coisa, conceito é outra. Metodologia é como se treina, como o teu desempenho leva à campo. Os conceitos de futebol é como se joga. A ideia que o Wagner vinha propondo nada mais é do que a lógica hoje do futebol moderno. A escolha dele (Rodrigo Pastana, executivo de futebol, pela vinda de Cristian) foi para manter esses conceitos e não causar muito constrangimento e troca de ideias dentro do grupo de jogadores - afirmou.
Aos poucos, entretanto, o novo comandante acredita que possa implementar novos processos dentro do time para continuar evoluindo. Souza chegou a conversar com Lopes para trocar informações e visões de como pode ajudar o clube paranaense daqui para frente.
- Com o tempo, paciência e inteligência, nós vamos colocando algumas coisas. Falei com o Wagner (Lopes) ontem à tarde e ele também via algumas coisas que queria colocar na equipe. Modelo de jogo não é algo que se atinge e segue, não, ele está sempre em construção - finalizou.
O Paraná volta a campo diante do ABC-RN no sábado, às 16h30, pela estreia da Série B.