Anunciado oficialmente na segunda-feira, quatro dias após a demissão de Cristóvão Borges, o técnico Paulo Autuori foi apresentado no final desta semana no Atlético-PR. Experiente e estudioso, o treinador demonstrou estar em dia com o futebol e quer apagar os últimos três trabalhos realizados no futebol brasileiro.
- O clube acendeu os brilhos dos meus olhos para treinar novamente um time do Brasil. Todos sabem como sou crítico e faltam ideias no nosso futebol. Eu acredito em interagir com a formação e o Atlético-PR sempre teve isso. Não me encanto com qualquer coisa. Se formos competentes, com tudo que foi proposto aqui, a tendência é conquistar coisas importantes aqui - afirmou.
Foi assim que o treinador iniciou a coletiva de imprensa na sexta-feira, na Arena da Baixada. Com essa explicação, o carioca de 59 anos comentou o porquê aceitou alterar seu caminho profissional para voltar a treinar.
Mas o convencimento para retornar à área também passa pelo futuro. A forma que o Furacão faz futebol foi fundamental para aceitar o desafio. E a ideia, após o período como técnico, é dar continuidade a sua formação. Autuori, recentemente, fez o curso de Gestão Técnica na Universidade do Futebol, além de ter outras especializações no currículo para trabalhar nos bastidores.
- Ninguém é radical. A essência é dar ênfase à formação, ter um futebol próprio do clube, desenvolvendo uma metodologia única. E eu acredito nisso. É uma oportunidade e um passo para fazer essa transição para outra função (diretor executivo). Agradeço o Atlético-PR por isso - elogiou.
O clube paranaense, das categorias de base até o profissional, adotou o sistema tático 4-2-3-1 como padrão. Quem não se adapta não dura no comando técnico. Apesar da imposição, o treinador fará ajustes ao longo do tempo. O experiente profissional lembrou que o time atual, normalmente, tem o domínio das partidas, mas que está tendo dificuldade na criação e finalização.
- É um padrão que vamos seguir, mas terá variações e equilíbrio. Temos que falar menos em sistema e mais dos momentos, fases do jogo, bolas paradas. Tem que saber fragmentar isso para treinar e colocar em prática. - Não adianta ter posse por posse, mas saber utilizar para ser eficaz. Você vai ver o tempo passar e não concretizar em gols a favor. Tem que saber como usar a posse de bola - salientou.
Entretanto, o treinador sabe que esse projeto e essa vontade passam por resultados dentro de campo e que o (bom) discurso precisa ser colocado em prática no CT do Caju e, principalmente, nos diversos gramados que a equipe jogará. Por isso, o novo comandante sabe da responsabilidade e imediatismo do seu trabalho.
- Tempo, no Brasil, ninguém pode pedir no futebol. A pressão está aí sempre. Você precisa de convicções e ter argumentos sobre seu trabalho. Todos querem ganhar, mas tem que ser inteligente o suficiente para ver os passos sendo dados - ponderou.
Por fim, Autuori ainda comentou sobre o avanço da tecnologia no auxílio aos árbitros. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretende implantar, ainda na Série A de 2016, o uso de imagens da TV para auxiliar a arbitragem durante os duelos do Campeonato Brasileiro.
- Sou aberto e o futebol não pode ficar alheio à tecnologia. Não acredito em medidas isoladas e sim um sistema. Não adianta implementar apenas uma situação, tem que ter um conjunto de ideias para acontecer realmente. Mas, mesmo assim, sou a favor dessas mudanças gradativas - finalizou.
Paulo Autuori estreia pelo Atlético-PR neste sábado, na Arena da Baixada, diante do PSTC, pela nona rodada do Campeonato Paranaense. Com 13 pontos, o Furacão é o quarto colocado na competição.