Maior edição no Brasil e terceira da organização no mundo, o UFC 198 entrou para a história do MMA. O evento do dia 14 de maio, realizado na Arena da Baixada, estádio do Atlético-PR, reuniu 45.207 pessoas e a grandiosidade não foi apenas no público como também na capital paranaense em geral.
A torcida, de fato, deu um show e mostrou uma energia única aos presentes, sendo elogiada pelos lutadores tanto na pesagem (com 15 mil fãs) quanto no sábado. O clima ensurdecedor lembrava jogos de futebol, tamanha a força vinda das arquibancadas.
Confirmado no dia 5 de março deste ano, o UFC iniciou as vendas oficiais 25 dias depois - nos dias 28 e 29, os sócios do Furacão tiveram o direito de adquirir bilhetes na pré-venda. Somente no dia 30 que a abertura foi total. E os ingressos não duraram muito para o primeiro evento brasileiro em um estádio.
- Os ingressos foram vendidos em 90 minutos. É uma nova era. Como o evento de vôlei, o jogo entre Brasil e Rússia, no Maracanã, nos anos 80. Chamou atenção de todo mundo. Vamos sentir nos próximos cinco a dez anos - comemorou Giovani Decker, presidente do UFC no Brasil.
Nem mesmo a perda e desistência de Anderson Silva, com uma lesão confirmada na semana da edição, diminuiu o impacto. Com um card recheado de boas lutas (incluindo curitibanos e paranaense) e uma disputa de cinturão entre Fabricio Werdum e Stipe Miocic, a cidade parou para receber a estreia de Curitiba no roteiro da franquia americana.
- Se pagasse para fazer o evento, ainda valeria - afirma presidente do Atlético-PR
De acordo com o Instituto Municipal de Turismo de Curitiba (CTur), 20 mil turistas vieram à capital paranaense somente pelo UFC 198, com paulistas e catarinenses liderando as visitas e ainda tendo brasileiros de outros estados e estrangeiros. A rede hoteleira, por exemplo, teve ocupação de 90%.
O medo de muitos em considerar que o octógono ficasse longe das arquibancadas não se concretizou. A visão era perfeita por todos os assentos e os 12 telões espalhados pelo estádio ainda ajudavam nos possíveis pontos cegos, com ninguém perdendo nenhum detalhe das lutas. A organização e a estrutura, tanto no dia do evento quanto na pesagem, também eram só elogios dos consumidores. "Sensacional", "espetáculo" e "impressionante" eram os mais frequentes.
Na economia, existia a expectativa que o evento do último sábado movimentasse R$ 300 milhões - R$ 100 milhões a mais que o UFC Rio, recorde do Brasil até o momento. Entretanto, o número ficou bem abaixo: em levantamento feito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o estudo apontou que o evento injetou R$ 45,2 milhões na economia da cidade.
Presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR e grande responsável por trazer a organização para o Paraná, após negociações frustradas pelo atraso da instalação do teto retrátil no estádio atleticano, Mario Celso Petraglia comemorou o sucesso ainda na sexta-feira. O clube paranaense alugou o local para o UFC, com o valor não sendo divulgado. Especula-se que gira em torno de R$ 1 milhão, que é o valor pedido pela diretoria para a banda Foo Fighters, não concretizada na ocasião.
- São 149 países assistindo, 1 bilhão e 250 milhões de residências vão ver as lutas com a nossa marca. O que vale isso? Como se quantifica? Se pagasse para fazer o evento, ainda valeria. O retorno é imensurável - exaltou entrevista à Rádio Transamérica.
Apesar do sucesso absoluto, até mesmo para quem foi e não era fã das artes marciais, o UFC não garantiu o retorno à Curitiba em um futuro próximo. A cidade espera que o evento seja realizado, no máximo, de dois em dois anos na capital. Os mais otimistas ainda cogitam uma vez por ano após o dia histórico.
- Precisamos analisar, é uma estrutura muito grande, um investimento grande também, vamos conversar internamente - finalizou o presidente da organização no País, Decker.