Em início ruim, Paraná sofre com questão física e reforços que pouco jogavam

Elenco se apresentou dia 2 e já jogou 15 dias depois. A maioria das contratações não atuava regularmente pela equipe anterior.

imagem cameraNeris, que fez três jogos em todo 2017, já fez o mesmo número de jogos pelo Paraná nesta temporada. (Divulgação/Paraná)
Avatar
Lance!
Curitiba (PR)
Dia 29/01/2018
17:29
Atualizado em 29/01/2018
21:48
Compartilhar

Após o acesso à Série A, no ano passado, o Paraná está tendo um início ruim em 2018 e a torcida já protestou no empate por 1 a 1 diante do Londrina, no último domingo, na Vila Capanema. As contratações questionáveis, da questão técnica, por parte da diretoria ainda sofrem com outra questão: O LANCE! levantou que grande parte dos reforços pouco jogava na temporada anterior e isso reflete na falta de ritmo de jogo. A tendência é que demore um tempo para a equipe possa encaixar de forma mais competitiva.

- É um começo ruim, óbvio que queríamos vencer todos os jogos. Estamos no meio da pré-temporada, ainda existe um desenvolvimento dos aspectos físicos, táticos e técnicos nesse período - avaliou Wagner Lopes, após a rodada do final de semana, com o Tricolor na lanterna do Grupo A, com um ponto.

Das 17 contratações realizadas até o momento, com sete jogadores que ainda não estrearam, a maioria não vinha atuando regularmente no ano passado. Mesmo com o avanço de conceitos dos treinamentos, quando as comissões mais modernas partem do princípio de realizar simulações de jogo em treinos com menos espaços e mais curtos em tempo, e rechaçarem o fato de que um jogador que possui essa metodologia não pode estar atrás em condições do companheiro titular, o começo de temporada mostra uma discrepância no elenco.

O goleiro Thiago Rodrigues, por exemplo, chegou no início da semana passada e já foi titular no revés por 3 a 0 contra o Atlético-PR na quarta-feira. No Figueirense, ele fez apenas 12 jogos pela Série B e a última partida havia acontecido no início de julho. Já Alemão, lateral-direito, realizou somente seis partidas na Segundona pelo Internacional, atuando entre setembro e outubro - antes e depois disso, não entrou em campo. Os zagueiros Neris, com problemas cirúrgicos, atuou só uma vez pelo Sport, enquanto Charles foi eliminado da Série C pelo Joinville ainda em setembro. Márcio, outro reforço, jogou pela última vez no Coritiba na vigésima primeira rodada da Série A.

No meio, Alex Santana era um dos destaques paranistas em 2017 até o Inter solicitar seu retorno. Em Porto Alegre, o meio-campista não foi utilizado, pediu pra voltar e foi vetado pela direção colorada. Agora retorna após ter vestido a camisa vermelha e branca só uma vez. Essa tônica é a mesma dos alas Marcelo Baéz, que não jogava regularmente no Guarany-PAR, e Mansur no Sport (emprestado pelo Atlético-MG), assim como o volante Torito González no Cerro Porteño-PAR e os meias-atacante Diego Gonçalves no Inter e Lucas Fernandes no Atlético-PR (emprestado pelo Fluminense). O meia Matheus Pereira, revelado no Corinthians e que estava emprestado ao Bordeaux-FRA pela Juventus-ITA, é outro exemplo de quem está vindo e não estava atuando em seu time.

Dos que vieram, João Paulo e Zé Carlos jogavam direto por Santa Cruz e CRB-AL, respectivamente. Mesmo assim, o experiente centroavante sofre com problemas físicos e claramente está longe da forma ideal - até por esse receio, o contrato foi feito somente para o Estadual. O goleiro Luis Carlos, titular do Vila Nova-GO, se machucou nos treinos e não teve condição de jogo ainda.

Coincidência ou não, as questões físicas e técnicas estão atrapalhando o rendimento paranista. Um exemplo pode ser visto contra o Tubarão. Nos 30min iniciais, o time se portou bem, com marcação no campo de ataque, muita intensidade na recuperação da bola e transições rápidas - características do próprio Tricolor de Lopes e seus sucessores no ano passado. O gol saiu assim: Alemão roubou a bola no lado direito, sofreu falta e Neris marcou após a cobrança. A bola parada também era outro ponto forte de 2017. Depois, a equipe cansou e recuou, com o Londrina achando sua igualdade ao natural.

Além desses problemas, somando a curta pré-temporada, ainda pesa contra o fato de que a diretoria, encabeçada pelo executivo de futebol, Rodrigo Pastana, não conseguiu manter a base do time que subiu na Série B. O ala Cristovam, os zagueiros Brock e Iago Maidana, o volante Gabriel Dias, os meias João Pedro e Renatinho e o atacante Robson não ficaram. O centroavante Alemão até foi mantido, mas acabou emprestado para o futebol asiático após um problema de comportamento.

- A gente não pode comparar (time de 2017 e 2018), pois as expectativas são outras. Pessoas, personalidades e talentos diferentes. Nós estamos em desenvolvimento e ano passado tivemos um tempo maior de trabalho, principalmente na parte física. Temos muito o que melhorar - comentou o treinador.

O fraco desempenho, com duas derrotas e um empate, já coloca o time em desconfiança - ainda mais com um duelo decisivo na quinta-feira, diante do URT-MG, pela Copa do Brasil. Um empate classifica o Paraná. A torcida vaiou e pediu mais qualidade nos reforços neste final de semana, tendo que vir o presidente Leonardo Oliveira à público pedir "paciência e voto de confiança" ao torcedor.

A tendência para o jogo desta semana é de que Lopes faça alterações nos 11 titulares. O lateral-esquerdo Gabriel Pires, que vem atuando no meio-campo, deve ganhar uma vaga. Lucas Fernandes, que estreou, é outro com boa possibilidade de começar jogando.

- Temos atletas que estão pedindo passagem e que entraram bem nos últimos jogos. Então vamos encaixando não só lá na frente, mas atrás também. Temos observados nos treinamentos e para o próximo jogo nós já temos algumas situações que nos dão confiança e uma certeza que teremos um time mais competitivo - avaliou o comandante.

Siga o Lance! no Google News