Em tempos de crise, miniaturas de estádios paranaenses geram renda extra a torcedor

De hobby a contas pagas: a venda do artesanato ajuda a pagar escola do filho do paranista Deyllington

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Deyllington Whatson dos Santos, 33 anos, é marceneiro e tem gosto pela paixão nacional: o futebol. Aos poucos, um hobby pessoal tem gerado uma grana extra e as maquetes de estádios da capital paranaense, não aproveitadas por muitos clubes, vão ganhando admiradores e compradores.

Tudo começou quando estudava na Ferraria Campo Largo, em 1997, em um trabalho na escola. Na brincadeira, ele formou algo parecido com o Estádio Couto Pereira, do Coritiba, mas em um tamanho muito grande.

- A professora pediu para fazer uma maquete sobre os Estados. Sobrou bastante isopor, coloquei duas tiras e, assim, formou uma arquibancada. Aí inventei de fazer uma curva e foi formando um estádio. Ele ficou tão grande que está na casa da minha mãe até hoje, enorme mesmo - relembrou. 

Há 10 anos trabalhando em uma marcenaria próxima da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) foi incentivado por sua mulher, Juliana Moreira dos Santos, 28 anos, e está começando a tomar gosto pela diversão. A primeira maquete foi inspirada no principal estádio do seu clube de coração.

- Sou paranista roxo. Fiz uma primeira maquete da Vila Capanema, ficou legal e entreguei para o Casinha (Luiz Carlos Casagrande, ex-presidente em 2015 e no clube há mais de 25 anos). Aí viram no Facebook e me pediram uma para dar de presente neste ano. Fiz mais cinco e agora vou tentando fazer mais - falou.

No momento, Santos já fez maquetes da Vila Capanema, Vila Olímpica e Arena da Baixada - todos os estádios de Curitiba. O Couto Pereira e o Janguito Malucelli também estão nos planos. Até da suburbana de Curitiba já pediram. Em média, ele leva uma semana para concluir o trabalho de cada cancha.

- Comecei a fazer do Couto, mas é um estádio mais complicado. É um estádio difícil de fazer. Se alguém se interessar e pedir de qualquer lugar, vou tentar fazer. Um amigo meu é diretor do Ipyranga, da suburbana, e também pediu o dele. Vou topando e assim vou indo - comentou. 

Miniatura da Vila Capanema está presente na sala da presidência paranista. (Reprodução/Facebook)

O dinheiro vindo das vendas da maquete ajuda nas contas da casa. Com dois filhos (Gabriel Moreira dos Santos, 4 anos, e Mariana Moreira dos Santos, 2 anos), o marceneiro conta que os valores ajudam no famoso "tapa buraco", ainda mais na crise financeira que vive o País.

- É um hobby, não uma profissão. Eu faço quase sozinho, minha mulher me ajuda. Fico complicado fazer em grande escala, mas se tiver um pedido forte, vou me virando e fazendo. Esse é famoso "tapa-buraco" nas contas, principalmente da escola do filho.

Os valores variam para cada estádio, pois dependem do material a ser utilizado e do preço de cada uma. A Vila Capanema custa R$ 150, a Vila Olímpica R$ 130 e a Arena da Baixada R$ 180. Como os demais ainda não possuem um modelo pronto, o montante não está definido.

- Depende do trabalho que dá, o detalhe diferente de cada estádio. O material é bem bom, fica bonito para deixar exposto em algum lugar visível - garantiu o marceneiro, que pediu para entrarem em contato pelo Facebook, em nome de Deyllington Santos.

Na fase final do Campeonato Paranaense, o torcedor tricolor está confiante. Neste sábado, às 16h20, o Paraná encara o Atlético-PR pela jogo de ida das semifinais. Do outro lado, PSTC e Coritiba se enfrentem em Cornélio Procópio. Santos aposta no clássico Paratiba na final e o fim do jejum de 10 anos sem título.

- Sinto que o time tem uma raça contra time grande, em clássico. Acredito que empata na Arena, suado como sempre, e vence na Vila apertado. Enfrenta o Coxa na final e desconta a derrota na primeira fase. O Paraná é guerreiro e esse ano é nosso - finalizou.

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