O Botafogo perdeu a chance de se livrar do risco de rebaixamento no Campeonato Brasileiro com as suas próprias pernas. Com a derrota para o Internacional, no Nilton Santos, o Alvinegro terá que torcer para um revés do Cruzeiro sobre o Vasco na próxima segunda-feira. O LANCE! analisa a atuação do Glorioso no duelo deste sábado, pela 36ª rodada.
COMEÇO AGITADO
Estádio cheio, torcida abraçando o time e equipe com possibilidade de se livrar do rebaixamento... Os eventos que levaram ao Nilton Santos eram especiais e o começo da partida do Botafogo não deixou a desejar. Com Luiz Fernando aparecendo bem no ataque, o Alvinegro criou uma chance clara de gol logo aos 4 minutos, mas Rhuan, cara a cara com Marcelo Lomba, parou nas mãos do goleiro colorado.
O camisa 9, inclusive, foi a principal arma ofensiva do Botafogo na parte inicial da partida. Como há muito tempo não se via, Luiz Fernando partiu para cima dos marcadores e foi um incômodo para a defesa do Internacional.
PAROU NO POSTE
O Botafogo fez, até os 28 minutos do primeiro tempo, a melhor atuação desde o retorno de Alberto Valentim ao comando do clube. Com a estratégia de esperar o Internacional no seu próprio campo e criar as chances em transições rápidas aproveitando as costas da defesa adversária, o Alvinegro foi intenso e, mesmo sem ter a posse de bola, assustou mais.
A principal chance caiu nos pés de Diego Souza. Em uma rápida recuperação de bola no meio-campo, o camisa 7 apareceu livre - aproveitamento justamente o espaço deixado entre os zagueiros do Internacional -, e, cara a cara com Lomba, chutou de cobertura, mas a finalização bateu no travessão.
RITMO CAIU
O bom momento do Botafogo ruiu. Da segunda metade da etapa inicial para frente, o Internacional tomou conta das ações da partida e passou a assustar. Principalmente com tramas criadas pelo lado direito, o Colorado teve chances claras com Neílton e Guilherme Parede, mas ambos erraram o alvo.
No lado da equipe comandada por Alberto Valentim, faltou perna. O Botafogo, com um ritmo acelerado de pressão e contra-ataques desde o primeiro minuto da partida, cansou. O time, porém, não conseguiu criar um paralelo entre defesa e ataque e foi mero espectador na reta final do duelo. Os visitantes, portanto, terminaram a primeira etapa melhor.
INTER MELHORA
O segundo tempo iniciou da mesma forma que os primeiros 45 minutos terminaram: o Internacional com posse da bola, criando chances, principalmente, pelos lados do campo e o Botafogo com dificuldades de responder às ações do Colorado.
A equipe visitante finalizou, ao todo, dez vezes no segundo tempo - mais do que o Botafogo em toda a partida. A estatística diz muito sobre o duelo: quando tinha a bola, o Colorado acelerou o jogo e arriscou, seja de média distância ou dentro da área. Para o Botafogo, a entrada de Leonardo Valencia representou uma melhora no ataque - dos pés do chileno saiu a melhor chance do Alvinegro na etapa complementar, quando Lomba parou um chute de Luiz Fernando dentro da pequena área.
PRESSÃO RESULTA EM FALHA
Apesar da melhora com a entrada de Valencia, Alberto Valentim adotou uma postura cautelosa em sua última mudança na partida: Jean no lugar de Cícero. O Internacional, que já estava no campo de ataque, intensificou as ações no setor ofensivo, já que os jogadores de lado do Botafogo - em tese, responsáveis por puxar os contra-ataques - estavam cansados.
No fim, a pressão do Internacional deu resultado. Após João Paulo afastar um cruzamento para a entrada da área, Guerrero arriscou de longe e Gatito Fernández aceitou. A derrota, em termos de classificação, ainda não tira a possibilidade do Botafogo em se livrar do rebaixamento - o objetivo pode ser conquistado em caso de derrota do Cruzeiro, mas a parte negativa fica pela inconsistência da equipe dentro do jogo.