Botafogo ataca por meio da vibração, mas para na limitação ofensiva

Alvinegro, empurrado pela torcida no Estádio Nilton Santos, ataca Cruzeiro durante boa parte do jogo, mas para na falta de criatividade; LANCE! analisa atuação do Alvinegro

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O Botafogo, definitivamente, se vê em maus lençóis no Campeonato Brasileiro. A derrota para o Cruzeiro, nesta quinta-feira, no Nilton Santos, pela 29ª rodada, colocou a equipe a 3 pontos da zona de rebaixamento. Em campo, uma equipe que tentou, a todo tempo, o gol, mas que parou na falta de criatividade e foi castigada por um Cruzeiro com uma estratégia defensiva. O LANCE! analisa a atuação do Glorioso.

JOGO AMARRADO

Disputas pelo alto foram comuns no jogo (Vitor Silva/Botafogo)

Era um jogo coberto de tensão. Quatro pontos separavam o Botafogo, 13º, do Cruzeiro, primeiro clube da zona de rebaixamento. Por isto, a partida começou bastante estudada e com as equipes tomando poucos riscos. Seja por cautela ou medo de se jogar no ataque pela necessidade do resultado, foi difícil ver triangulações, laterais avançando ao mesmo tempo e ataques organizados.

O Botafogo, por exemplo, apenas ameaçava quando tinha uma oportunidade de bola parada. Foi assim no começo, quando Carli resvalou uma falta, mas nenhum jogador completou para o gol. Foi assim também que o Cruzeiro, com Cacá, abriu o placar: o zagueiro subiu mais que todo mundo e completou um escanteio para o fundo das redes. Depois do tento, Abel Braga recuou o time. O resultado já estava ali.

NÃO FALTOU VONTADE, MAS...

Nilton Santos recebeu bom público (Sergio Santana)

Imediatamente após o gol, a torcida do Botafogo, que esgotou o setor Leste, começou a cantar. O time, dentro de campo, pareceu sentir a vibração que veio das arquibancadas e sobrou em transpiração. A qualidade técnica, porém, não apareceu no mesmo pacote.

Não falou vontade. Quando tinha a bola, o Botafogo tentava acelerar o jogo com os pontas, principalmente por meio de lançamentos de Gabriel. Contudo, isto não era suficiente. Faltou jogo coletivo: o meio-campo não se aproximou do ataque e o sistema ofensivo do Alvinegro se tornou monótono. Não houveram triangulações, o que facilitou a defesa do Cruzeiro. No geral, a etapa inicial foi marcada por um jogo tecnicamente ruim, com mais correria do que jogadas trabalhadas.

MUDANÇA DE POSTURA

Valentim promoveu alterações na equipe (Vitor Silva/Botafogo)

Alberto Valentim voltou do intervalo com uma alteração: Igor Cássio entrou no lugar de Victor Rangel. O Botafogo melhorou no segundo tempo e iniciou a etapa no campo de ataque, pressionando em busca do gol. As ações ofensivas, porém, ainda foram muito guiadas pelos sons que viam das arquibancadas. O Glorioso chegava em forma de empolgação, mas não empolgava tecnicamente.

A mudança de postura foi positiva. O Botafogo estava incomodado e assustou - principalmente, em uma finalização de longa distância de Marcinho, que passou perto do gol de Fábio. Incomodado com o resultado negativo, a conversa no vestiário fez bem para a equipe.

VIBRAÇÃO

Bochecha foi titular (Vítor Silva/Botafogo)

Em certo momento, o segundo tempo se tornou uma partida de uma única nota, com o Botafogo atacando. O Cruzeiro, portanto, resolveu esfriar o jogo. Seja segurando a bola enquanto podia ou por meio de certa cera, a Raposa teve o claro objetivo de deixar o tempo passar. O resultado de 1 a 0 era apenas favorável ao time mineiro e a equipe comandada por Abel Braga se garantiu em uma atuação defensiva acima da média - neste contexto, Cacá, além do gol marcado, se destacou.

O Alvinegro, porém, não freou. Tampouco, parou de tentar. Ao todo, foram 20 finalizações e, pelo menos, três oportunidades em que a bola passou perto do gol adversário - todas por meio de bolas paradas ou cruzamentos. A vibração se fez presente, mas o máximo que o Alvinegro conseguiu foi chegar próximo.

GOLPE FATAL

Cruzeiro venceu fora de casa (Marcello Dias/Light Press/Cruzeiro)

Com a chegada da reta final da partida, o Botafogo se lançou ao ataque. Sem ajustes táticos ou padrões estratégicos, Joel Carli virou centroavante e Alberto Valentim tirou Gustavo Bochecha para a entrada de Vinícius Tanque, um atacante. Era tudo ou nada. Nada mais justo para uma equipe que necessitava, dentro de casa, de um resultado positivo.

O Botafogo teve 34 cruzamentos ao longo da partida, mas apenas sete destes foram corretos. No último lance, com a maioria dos jogadores no ataque e exaustos, o Cruzeiro garantiu a vitória: Ariel Cabral saiu sozinho na entrada da área e rolou para Éderson, que completou para o gol. A Raposa conseguiu a vitória fora de casa e saiu da zona de rebaixamento.

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