Anunciada na última terça-feira como piloto de desenvolvimento da Williams, a britânica Jamie Chadwick, de 21 anos, espera dar um passo significativo para marcar seu nome em um grupo seleto de mulheres que passaram pela F-1.
Chadwick chamou a atenção após conquistar dois pódios em duas corridas da W Series, categoria exclusivamente feminina, da qual ela é líder. A piloto venceu na abertura da temporada, em Hockenheim, e chegou em segundo em Zolder, atrás de Beitske Visser da Holanda. Também é a única mulher que já venceu uma corrida na Fórmula 3 britânica.
Até hoje, a Fórmula 1 teve apenas cinco nomes do gênero na disputa de Grandes Prêmios: Maria Teresa de Filippis, Lella Lombardi e Giovanna Amati, da Itália, Divina Galica, da Inglaterra, e Desiré Wilson, da África do Sul.
Juntas, elas acumulam 29 corridas com mulheres, entre os anos de 1958 e 1992. Nenhuma obteve poles positions, pódios, vitórias ou títulos. Outras participaram de testes, como fará Jamie.
GIOVANNA AMATI
Giovanna Amati foi a última mulher a disputar um Mundial de Fórmula 1, na temporada 1992, pela equipe Brabham. Na ocasião, ela tentou se classificar para as três primeiras disputas do ano, na África do Sul, no México e no Brasil, mas não conseguiu e foi substituída pelo britânico Damon Hill. O piloto também não se qualificaria para nenhuma prova daquele ano.
DESIRÉ WILSON
Desiré Wilson teve apenas uma tentativa de se classificar para um GP, na Inglaterra, em 1980, pela Williams, mas não conseguiu. Naquele mesmo ano, na curta série de Fórmula 1 Britânica, também conhecida como Aurora F1, disputada com carros antigos de Fórmula 1, ela se tornou a única mulher a vencer uma corrida com um carro de F-1, quando triunfou na etapa de Brands Hatch. Em homenagem a essa conquista, Desiré tem uma arquibancada no local com o seu nome.
Wilson ainda disputou a Indy Lights, e também correu em grandes provas do automobilismo mundial, como as 500 Milhas de Indianapolis, as 24 Horas de Le Mans e as 24 Horas de Daytona.
MARIA TERESA DE FILLIPIS
A italiana Maria Teresa de Filippis foi a primeira mulher a pilotar um carro de Fórmula 1. Ela tentou se classificar para cinco grandes prêmios, quatro pela equipe Maserati (1985) e um pela Porsche (1959). Conseguiu se qualificar para três. Sua melhor atuação foi na segunda corrida, na Bélgica, em 1958, quando largou em 15º e terminou em 10º.
No GP da França daquele ano, a italiana foi proibida de correr, por ser mulher. O diretor de provas, Toto Roche, mostrou uma fotografia da Maria Teresa durante a coletiva de imprensa e afirmou que “uma jovem tão bonita como aquela não deveria usar nenhum capacete a não ser o secador do cabeleireiro”. Ela faleceu em janeiro de 2016, aos 89 anos.
LELLA LOMBARDI
A estreia da italiana Lella Lombardi na Fórmula 1 foi no GP da Grã-Bretanha de 1974, pela equipe Brabham. Em 1975, ela disputou 12 das 14 provas da temporada. No GP da Espanha, conquistou a melhor colocação de uma mulher na F-1, com a sexta posição, que lhe valeu meio-ponto. Até hoje, é a única mulher a marcar ponto na categoria.
Ao todo, Lella participou de 17 GPs, entre as temporadas de 1974, 1975 e 1976. Após a passagem pela F-1, a piloto disputou a NASCAR e as 24 Horas de Le Mans. Ela morreu em 1992, aos 50 anos, devido a um câncer.
DIVINA GALICA
A britânica Divina Galica participou de treinos para três grandes prêmios pela Hesketh, mas nunca se classificou para nenhum. De qualquer forma, seu nome ficou marcado no Grande Prêmio da Inglaterra de 1976, o único na história em que duas mulheres estavam inscritas. A outra era Lella Lombardi. Porém, ambas não se classificaram.
Galica também foi uma atleta olímpica e defendeu a bandeira da Grã Bretanha nas provas de esqui alpino, slalom e esqui de velocidade nos Jogos Olímpicos de Inverno de Innsbruck-1964, Grenoble-1968, Sapporo-1972 e Albertville-1992.
SUSIE WOLFF
Em 2012, a Williams convocou a britânica Susie Wolff, esposa do chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, para participar de testes em túneis de vento e de desenvolvimento do carro. Ela participou de quatro sessões de treinos livres entre as temporadas de 2014 e 2015. Mas, já em novembro daquele ano, anunciou a aposentadoria.
Em junho de 2018, foi nomeada chefe da Venturi, equipe que atualmente disputa a Fórmula E.
TATIANA CALDERÓN
A colombiana Tatiana Calderón é uma das esperanças femininas na Fórmula 1 atualmente. Por enquanto, ela é piloto de testes da Sauber, onde chegou a andar com o carro da equipe em 2018 em filmagens promocionais, além de ter participado de testes da FE. Também tem passagens pela F3 Europeia, além de ter feito três temporadas na GP3.
SARAH FISHER
Em setembro de 2002, a americana Sarah Fisher teve a chance de guiar um carro da McLaren depois dos treinos livres de sexta-feira em Indianápolis, local do Grande Prêmio dos Estados Unidos de 2012. Ela pilotou o modelo MP4-17.
KATHERINE LEGGE
A britânica Katherine Legge fez um teste pela equipe Minardi no Circuito de Vallelunga, na Itália, em novembro de 2005. Ela bateu o carro logo após dar duas voltas no circuito. Ela voltou a testar o carro alguns dias depois. O teste durou apenas 27 voltas e seu melhor tempo foi de 1m21s176.
SIMONA DE SILVETRO
Em 2014 a Sauber assinou contrato com Simona de Silvestro como "pilota afiliada. A equipe declarou na época que a intenção era transformá-la em piloto titular em 2015. Mas, devido a questões financeiras e falta de patrocínio, ela não teve mais oportunidades de competir pela equipe.
MARIA DE VILLOTA
Em 2012, a espanhola María de Villota foi contratada pela Marussia como piloto de testes. Em julho daquele ano, ela sofreu um grave acidente durante os testes aerodinâmicos realizados no aeroporto de Duxford, no leste de Londres. Em outubro do ano seguinte, foi encontrada morta em seu quarto de hotel. O óbito teria sido causado por sequelas do grave acidente.