O ex-presidente da CBF José Maria Marin foi banido de todas as atividades relacionadas ao futebol, na última segunda-feira. A decisão foi proferida pela segunda instância do Comitê de Ética da Fifa, na última segunda-feira. Marin também terá de arcar com uma mula de um milhão de francos suíços (cerca de R$ 3.855.471 milhões).
O dirigente brasileiro foi um dos envolvidos nos escândalos de corrupção da Fifa, conhecido como 'Fifagate'. Os acusados pela Justiça dos Estados Unidos foram detidos no dia 27 de maio de 2015 em um hotel de luxo de Zurique, na Suíça. Veja a situação atual de alguns deles:
JOSÉ MARIA MARIN
A Câmara de Arbitragem do Comitê de Ética da Fifa condenou José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e ex-membro de diversos comitês da Fifa, por suborno e violação do código de ética da entidade. Marin foi banido do futebol para sempre, na última segunda-feira.
A investigação da Fifa relacionou o brasileiro a vários esquemas de subornos entre 2012 e 2015, e a seu papel na escolha de empresas de direitos de transmissão e marketing de competições da Conmebol, Concacaf e CBF.
O ex-mandatário da CBF está preso desde 2017 nos EUA. No fim de 2018, ele foi julgado no Tribunal Federal do Brooklyn. A juíza Pamela Chen determinou que Marin devolvesse US$ 137.532,60 (cerca de R$ 520 mil) aos cofres da Conmebol e da Fifa.
MARCO POLO DEL NERO
Vice de Marin, Marco Polo Del Nero assumiu a presidência da CBF em abril de 2015, quando o colega foi detido nos EUA. foi banido el Nero foi o último porque adotou uma estratégia defensiva. Resolveu não colocar o pé para fora do Brasil, precavendo-se de eventual detenção e extradição para o solo americano.
As denúncias contra Marin citaram a participação de Marco Polo no esquema de corrupção na negociação de contratos de direitos comerciais. Ele teria recebido pelo menos US$ 6,5 milhões em subornos. A situação motivou o Comitê de Ética da Fifa a determinar o banimento definitivo em abril de 2018.
JOSEPH BLATTER
O ex-presidente da Fifa esteve no epicentro da maior crise na instituição. Permaneceu no cargo por cinco mandatos e, após os escândalos se afastou e convocou de uma assembleia extraordinária para eleger um novo presidente, apenas três dias depois de ter sido reeleito pela sexta vez.
No dia 21 de dezembro de 2015, foi suspenso de "toda atividade relacionada ao futebol, administrativa, esportiva ou de qualquer tipo" por oito anos, pelo Comitê de Ética da Fifa.
RICARDO TEIXEIRA
O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, foi acusado de desvio de 26 milhões de euros da entidade brasileira junto ao ex-secretário da Fifa, Jêrome Valcke, e de ter recebido propinas para votar no Qatar como sede da Copa do Mundo de 2022. Além disso, obteve uma série de vantagens dentro da Fifa pela venda dos direitos da CBF e da Copa da Libertadores. Depois dos escândalos do Fifagate, Teixeira acabou renunciando ao cargo no Brasil, alegando problemas de saúde. Com os julgamentos em andamento feito na Justiça da Espanha e dos Estados Unidos, o brasileiro não pode deixar o território nacional.
JEFFREY WEBB
O ex-presidente da CONCACAF e ex-vice-presidente da FIFA, Jefrey Webb, foi preso pelo caso de corrupção da FIFA em 2015. Em 2016, Webb se declarou culpado de sete acusações, incluindo extorsão, conspiração, fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, que datam de novembro de 2015. Webb foi banido do futebol pelo Comitê de Ética da FIFA e está sob fiança e em prisão domiciliar na Geórgia, desde 2015.
JERÔME VALCKE
Ex-secretário geral da FIFA, Jêrome Valcke foi banido de qualquer atividade ligada ao esporte por dez anos, em 2016, e ainda teve que pagar uma multa de R$ 376 mil. O francês foi acusado no processo de revenda de ingressos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil e de ter movimentado 26 milhões de euros junto a Ricardo Teixeira. O ex-dirigente era braço direito do ex-presidente da Fifa Joseph Blatter. Ele também é acusado de ser o emissário do Qatar para o futebol no Ocidente e suspeito de ter recebido milhões em propinas para garantir os contratos com a Fifa, justamente nos anos em que era o secretário-geral da entidade.
JUAN ANGEL NAPOUT
O paraguaio Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol, foi condenado a nove anos de prisão nos Estados Unidos, em agosto do ano passado, pelo envolvimento no “Fifagate”. Ele foi acusado de receber valores ilegais para favorecer grupos de mídia, além de ter seu nome citado no caso "Panama Papers", como um dos clientes do paraíso fiscal da América Central.
Hoje cumpre a pena em uma prisão federal em Miami, no estado da Flórida.
ALEJANDRO BURZACO
O empresário argentino Alejandro Burzaco era o CEO da empresa Torneos y Competencias, produtora de conteúdo dos canais esportivos mais importantes da América Latina. Foi o primeiro dos acusados a se declarar culpado e a assinar um acordo de delação com as autoridades norte-americanas. Burzaco está em prisão domiciliar desde 2015.
NICOLAS LEOZ
Presidente da Conmebol entre 1986 e 2013, o paraguaio está em prisão domiciliar há quase quatro anos, por envolvimento no escândalo de corrupção na Fifa. Teve a extradição pedida pela justiça dos Estados Unidos e confirmada pela Corte Suprema do Paraguai.
A defesa de Leoz, no entanto, afirmou que ainda vai tentar uma ação de inconstitucionalidade para anular as decisões de primeira e segunda instância paraguaias.
JOSE HAWILLA
O empresário Jose Hawilla, dono da Traffic, foi preso pelo FBI, a Polícia Federal Americana, no dia 9 de maio de 2013, acusado de obstrução de Justiça. No dia seguinte, fez um acordo de colaboração com as autoridades americanas, tornou-se delator e aceitou devolver US$151 milhões (cerca de R$495 milhões). Hawilla entregou uma grande quantidade de documentos e topou grampear dirigentes de futebol, sócios e concorrentes.
Admitiu que Traffic, sua agência de marketing esportivo, subornava dirigentes de futebol para conseguir baixar os preços dos direitos comerciais de competições da CBF e da Conmebol.
Morreu em maio de 2018, aos 74 anos, no Brasil, antes de retornar aos Estados Unidos para a leitura de sua sentença, que ocorreria em agosto do mesmo ano.