Catimba, reclamações e confusões: arbitragem e VAR têm desafio tenso no Fla-Flu; especialistas opinam
Gol anulado de Léo Santos, pênalti em Everaldo, pênalti em Lucas Silva... Fla-Flu desta quarta-feira foi marcado por polêmicas de arbitragem e consultas confusas do VAR
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O clássico entre Flamengo e Fluminense foi quente do início ao fim. Catimba, reclamações, confusões... a vitória rubro-negra por 2 a 1, na última quarta-feira, foi cercada de polêmicas sobre o árbitro Marcelo de Lima Henrique e o uso confuso do VAR - que enfrentou o seu maior desafio desde que entrou em atividade no Brasil. O LANCE! entrou em contato com especialistas para comentar sobre os lances polêmicos da partida.
GOL DE LEO SANTOS ANULADO PELO VAR
Logo no primeiro minuto, Léo Santos aproveitou sobra do cruzamento e, após bate-rebate na área, finalizou para o gol, sem chances para Diego Alves. O assistente, porém, paralisou o lance. Marcelo de Lima Henrique pediu a participação do VAR, que anulou o tento devido a uma suposta falta do zagueiro Matheus Ferraz, do Fluminense, em Rodrigo Caio, do Flamengo.
- Na minha opinião, o gol foi legal. Matheus Ferraz disputa a bola pelo alto com o Rodrigo Caio, em luta pelo espaço, para mim lance normal. Depois, o Renê falha e o jogador faz o gol. Não há impedimento porque o Renê errou, habilitando o adversário. Gol foi legal - declarou Carlos Eugênio Simon, dos canais Fox Sports.
11 CARTÕES AMARELOS E DOIS VERMELHOS
Fla-Flu teve 11 cartões amarelos e dois vermelhos. Um time inteiro amarelado e os dois destaques dos clubes expulsos. Equipes pilhadas dentro e fora de campo. O árbitro Marcelo de Lima Henrique não conseguiu controlar os ânimos exaltados. Fluminense mais reclamando que jogando bola, Flamengo batendo boca além do normal. Enquanto isso, cartão amarelo para tudo que é lado.
- Em um jogo onde os 22 jogadores não estão afim de jogar e estão afim de brigar, não tem VAR que resolve. Os jogadores estavam em campo para brigar. Pesa também que o Marcelo de Lima Henrique é um árbitro fraco, que deixa as coisas acontecerem. Na expulsão do Bruno Henrique, tudo transborda de vez. Foi um espetáculo de falta de educação dos dois lados - declarou o jornalista Eduardo Tironi, da ESPN.
EXPULSAO DE BRUNO HENRIQUE
A expulsão de Bruno Henrique foi praticamente unânime. O atacante isolou a bola e deixou a perna. A chuteira do atleta do Flamengo acertou o joelho direito do lateral Gilberto, do Fluminense. Cartão vermelho que não teve reclamação e rendeu um pedido de desculpas após a partida.
- Expulsão clara do Bruno Henrique, que atrapalhou o Flamengo pois é um jogador taticamente muito importante. O Fluminense tem um bom toque de bole e ter um jogador ágil era um ponto forte. Com a saída dele, você perde um jogador muito importante. Além disso, a expulsão em um clássico quente como estava ontem fez os jogadores voltarem para o segundo tempo com emocional atrapalhado - declarou Carla Araújo, setorista no Coluna do Flamengo.
VAR EM LANCES QUE NÃO SÃO DE VAR
Quando a partida estava quente, os jogadores de Flamengo e Fluminense passaram a pedir o uso do VAR para qualquer lance. Literalmente, qualquer lance. Desde faltas para cartão amarelo até conferência para ver se a bola saiu pela linha lateral. Marcelo de Lima Henrique batia boca com os mesmos tentando explicar a regra ou se impôr das reclamações.
- Eu acho que esse é o menor problema - a ignorância sobre os momentos que o VAR pode ser adotado. Para mim, o maior é a ação do VAR para jogadas interpretativas. Todo mundo tem que saber que o VAR é usado para cartão vermelho, identidade, lance de gol... mas o problema está sendo nas jogadas de interpretação. Se é um lance que dá margem para interpretação, ele (árbitro) tem que decidir. Ele tem que parar de apitar com a mão no ouvido para ouvir o cara lá da sala. O VAR tem que ser o grande corretor. Mínima interferência com máxima eficiência, como diz a Fifa - comentou Paulo Vinicius Coelho, dos canais Fox Sports.
RECLAMAÇÕES DE PENALTI PELO FLAMENGO
O Flamengo pediu o uso do VAR em duas oportunidades: no primeiro, o volante Allan espirrou para afastar a bola, que teria resvalado em seu braço. No segundo, Caio Henrique afastou o cruzamento com o peito e os atletas do Flamengo pediram a revisão. O árbitro Marcelo de Lima Henrique não chamou o árbitro de vídeo em nenhum dos lances.
- Existe uma cultura implantada no Brasil onde jogadores e comissões técnicas observam o árbitro como inimigo comum, como alguém que tem que ser sabotado o tempo todo. Os jogadores passam todo tempo tentando ludibriá-lo para ter vantagem e não o vêem como um mediador. Essa visão, que é parte da nossa cultura de ganha a qualquer custo, está subvertendo todas as inovações do que se tenta dar credibilidade ao jogo. O jogador é educado para ser o mais malandro porque a gente acha bonito ganhar de qualquer custo. O que inviabiliza o bom andamento do jogo é a falta de educação no quesito esportivo - declarou Carlos Eduardo Mansur, do Jornal O Globo.
PÊNALTI EM EVERALDO
Pênalti para o Fluminense. Everaldo fez ótima jogada individual, invadiu a área pela esquerda e foi derrubado. Jogador reclama muito, mas Marcelo de Lima Henrique, muito tranquilo, manda o jogo seguir. Após consulta ao VAR, o árbitro voltou atrás e marcou pênalti de Léo Duarte.
- Para mim não aconteceu o pênalti. Everaldo entra na área, mira o fundo e o Léo Duarte está virando. O pé dele está na grama e o Everaldo busca o contato. A perna do zagueiro do Flamengo está parada, então não houve pênalti. Marcelo de Lima Henrique estava bem posicionado e deixou seguir - declarou Carlos Eugênio Simon, dos canais Fox Sports.
PENALTI NO FINAL DA PARTIDA
No final da partida, Lucas Silva foi derrubado na área por Léo Santos, e Marcelo de Lima Henrique marcou pênalti para o Flamengo perto do fim do jogo. Éverton Ribeiro cobrou com muita categoria, sem olhar para o gol, e marcou: 2 a 1 para o Flamengo no Maracanã.
- Aquele empurrão nas costas do jogador do Flamengo, para mim, foi pênalti claro. Não precisaria de recurso de VAR porque o arbitro estava bem posicionado e o assistente também indicou a penalidade pelo contato faltoso dentro da área. Nossos jogadores acham que não pode haver penalidade em determinados minutos, que tem um cronograma. É o poder de decisão que o árbitro tem e concordo com a marcação - disse Marcio Chagas, ex-árbitro e comentarista da RBS TV
EXPULSÃO DE GANSO
Após o gol do Flamengo, cartão vermelho para Ganso, por reclamação. Depois, o meia xingou o quarto árbitro: "você é um babaca". Expulsão o tira da semifinal do Campeonato Carioca, caso o Fluminense se classifique. Clube enfrentará Flamengo ou Vasco sem o camisa 10.
- Eu nunca vi o Ganso tão alterado como daquele jeito, nem no inicio da carreira onde poderia não estar tão maduro. Pode ter o lado positivo, porque mostra estar interessado na causa do Fluminense. Mas o negativo é na o ter ele na semifinal. O Fluminense vive sem ele e o Diniz pode achar soluções para continuar jogando bem - declarou Mario Marra, da Globo/CBN e ESPN
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