O Real Madrid está bem próximo de anunciar mais um brasileiro para a sua galeria de jogadores nascidos no país. De acordo com a imprensa espanhola, a equipe de Madrid é a favorita para contar com o lateral-direito Éder Militão, ex-São Paulo, que vem defendendo o Porto, de Portugal. O valor da transação pode chegar a R$ 212 milhões, se concretizada.
Caso o negócio seja fechado, Militão se tornará o 28º brasuca contratado pelo Real em toda a sua história. No atual elenco, o técnico Santiago Solaria já conta com outros três atletas do país: o lateral-esquerdo Marcelo, o volante Casemiro e o atacante Vinícius Junior.
O PIONEIRO
A história dos brasileiros no Real Madrid começa em 1935, com a chegada de Fernando Giudicelli ao clube. Revelado pelo América-RJ e com passagem or Fluminense e Seleção Brasileira, tendo disputado a Copa do Mundo de 1930, o meia-atacante foi o pioneiro do país.
A passagem de Giudicelli por Madrid, porém, seria curta. O jogador disputou apenas uma partida oficial pelo clube e não chegou a balançar as redes. No ano seguinte, se transferiu para o futebol francês, onde encerou a carreira.
OS PRIMEIROS CRAQUES
Se Giudicelli foi o primeiro brasileiro a atuar com a camisa do Real, Didi foi o craque inicial. Campeão do mundo com a Seleção em 58, o meia trocou o Botafogo pelo Madrid no ano seguinte. Junto dele, Canário, outro com passagem pelo América do Rio. Didi deixaria o clube cedo, mas o atacante participaria das conquistas de uma Champions no início dos anos 60 e duas ligas espanholas.
No último título de Canário pelo Real, na temporada 62/63, o atacante teria a companhia de outro brasileiro: Evaristo de Macedo. Ídolo e um dos maiores artilheiros da história do Barcelona, o ex-rubro-negro participou de 19 jogos e marcou 6 gols, se sagrando bicampeão espanhol, vencendo também em 63/64.
O RETORNO BRASILEIRO APÓS QUASE 30 ANOS
Entre a saída de Evaristo, em 1964, e a chegada de um outro brasileiro ao clube passaram-se 27 anos. Após o futebol italiano abrir suas portas para o Brasil, no fim dos anos 80, chegou a vez da Espanha também expandir suas buscas. Em 91, Ricardo Rocha deu início a longa geração de brasucas que passaria a defender o clube.
O zagueiro atuou ao lado de nomes como Hagi, Zamorano e Hugo Sánchez, até retornar ao Brasil para defender o Santos, em 93. Antes disso, o Real ainda contrataria o lateral-direito Vítor, multicampeão com o São Paulo. O defensor, no entanto, atuaria apenas pelo time B de Madrid.
LEGIÃO BRASILEIRA
Da metade dos anos 90 para frente, o Real Madrid se tornaria uma verdadeira legião brasileira. O maior expoente deste período foi o lateral-esquerdo Roberto Carlos, multicampeão pelo clube e dono da expressiva marca de 527 partidas e 68 gols marcados.
Ao todo, outros seis brasileiros seriam contratados entre 1996 e 2000: o zagueiro Júlio César, o volante Flávio Conceição, os meias Zé Roberto e Rodrigo Fabri e o atacante Sávio.
A PRIMEIRA ERA 'GALÁCTICA'
O sucesso brasileiro, principalmente de Roberto Carlos e Sávio, abriria ainda mais portas no clube a partir dos anos 2000. Com Florentino Pérez na presidência, inciou-se a chamada primeira 'era galáctica'. Após contratar Figo e Zidane, o Madrid apelou mais uma vez para o talento brasileiro, e trouxe Ronaldo, que, assim como Evaristo, já havia brilhado em Barcelona.
O Fenômeno marcaria 104 gols em 177 jogos pela equipe entre 2002 e 2007. Neste período, receberia ainda a companhia de outros quatro brasileiros: Cicinho, Julio Baptista, Robinho e Emerson. O quarteto, porém, não teria o mesmo sucesso do camisa 9.
A SEGUNDA ERA 'GALÁCTICA'
A segunda 'era galáctica' iniciou com um outro brasileiro como expoente: Kaká. Melhor do mundo vestindo a camisa do Milan, da Itália, o meia chegou ao Real junto com Cristiano Ronaldo para iniciar uma nova supremacia madridista no futebol europeu. O desempenho do apoiador, porém, seria abaixo do esperado.
Na época, o Madrid já contava também com outros dois brasileiros: o lateral-esquerdo Marcelo e o zagueiro Pepe, naturalizado português, que desde 2007 defendiam o clube. Ambos, porém, teriam vida mais longa no time que Kaká, até então, a grande aposta brasileira.
OS ANOS 10
Após a contratação de Kaká, em 2009, o Real Madrid voltaria a se reforçar com brasileiros apenas em 2013. E em larga escala. De uma só vez, a equipe contratou três jovens promessas: Fabinho, hoje no Liverpool, o ex-são-paulo Casemiro e o centroavante Willian José. Só o volante, porém, se firmaria no clube.
Dois anos depois, em 2015, mais duas apostas brasucas: o meia Lucas Silva, ex-Cruzeiro, e o lateral Danilo, hoje no Manchester City, da Inglaterra.
O ELENCO ATUAL
Em 2019, o elenco madridista já conta com três brasileiros. Além do lateral-esquerdo Marcelo, que desde 2007 defende o clube, e o volante Casemiro, na equipe desde 2013, o clube passou a contar também com o atacante Vinícius Jr, de apenas 18 anos. O jovem chegou a equipe no 2º semestre do ano passado, e aos poucos vai se firmando entre os titulares.
Caso Éder Militão seja confirmado como novo reforço, fechará um novo quarteto verde amarelo do Real. Uma quantidade expressivo de atletas nascidos no país, mas que a história mostra não ser tão incomum assim.