A 19ª edição da Copa da Ásia, o segundo torneio continental entre seleções mais antigo do mundo, começará neste sábado. O torneio, que será disputado nos Emirados Árabes Unidos, pode ser uma prévia para a próxima Copa do Mundo em termos de ambiente e números de torcedores, já que o Mundial de 2022 será sediado no Catar.
Como todo torneio, muitos jogadores entram com mais 'status' que outros, seja por boas atuações recentes ou um histórico positivo vestindo a camisa de sua seleção. O LANCE!, em parceria com Leonardo Hartung, jornalista que é especialista em futebol asiático, separou uma lista de atletas que podem se destacar na competição. Confira!
Ali Mabkhout (Emirados Árabes Unidos)
Ídolo e artilheiro do Al Jazira, o atacante Ali Mabkhout terá uma árdua tarefa com a camisa da Seleção dos Emirados Árabes Unidos: fazer com que a torcida local não sinta falta do ídolo e craque local Omar Abdulrahman, que não disputará a competição por conta de uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito.
Com 28 anos de idade, Ali Mabkhout está em altíssimo nível na Liga dos Emirados Árabes Unidos: 15 gols marcados em 12 jogos. Aliando físico, habilidade e técnica, ele é a grande esperança de gols da Seleção comandada pelo italiano Alberto Zaccheroni. A torcida da casa agradece.
Chanatip Songkrasin (Tailândia)
O tailandês de 25 anos é facilmente identificável dentro de campo com os seus 1,58m de altura. E Chanatip Songkrasin fica ainda mais fácil de ser identificado quando tem a bola aos seus pés. Dono de uma mistura de velocidade de raciocínio e habilidade, ele é capaz de deixar qualquer marcador louco com suas arrancadas em campo aberto e dribles em espaços pequenos.
Após se destacar no Muangthong United, da Tailândia, Chanatip foi disputar a J-League com o Consadole Sapporo em julho de 2017. Após seis meses de inicial adaptação, o meia-atacante tailandês foi um dos destaques da equipe japonesa em 2018. O Consadole Sapporo terminou a J-League na quarta posição no que foi o seu melhor resultado na elite do futebol japonês.
Omar Al-Soma (Síria)
Diante de um país devastado pela guerra e por condições ruins de vida, o futebol se torna uma das poucas formas de felicidade da população. Dentro desse contexto, Omar Al-Soma é um dos responsáveis para um jogo competitivo por parte da seleção da Síria, que bateu na trave para se classificar nas Eliminatórias para a última Copa do Mundo, quando caiu para a Austrália na repescagem.
O atacante de 29 anos é um dos jogadores mais regulares da Ásia há muito tempo. Em sua trajetória pelo Al-Ahli, clube que defende desde 2014, Al-Soma somou mais gols do que jogos em duas temporadas, tendo uma marca de, no total, 128 gols e 18 assistências em 132 partidas disputadas pela equipe da Arábia Saudita.
Heung-Min Son (Coreia do Sul)
Talvez o jogador mais famoso de toda a Copa da Ásia, visto o recente sucesso que faz vestindo a camisa do Tottenham, um dos clubes de destaque na Inglaterra. Pela seleção da Coreia do Sul, a coisa não é diferente: Heung-Min Son é o principal protagonista da equipe treinada por Paulo Bento, que soma uma passagem como técnico do Cruzeiro, e busca o objetivo de conquistar o terceiro título da história do país.
Recentemente, Heung-Min Son conseguiu a liberação do alistamento militar obrigatório ao conquistar a medalha de ouro nos Jogos Asiáticos - que equivale ao Pan-Americano na América do Sul -, uma competição que é praticamente Sub-23. Livre do exército, Son tem tudo para ser um dos destaques da competição principal do continente asiático. Na seleção, o camisa 7 atua como um atacante, sendo a principal arma ofensiva da Coreia do Sul.
Alireza Beiranvand (Irã)
Dizem que uma boa equipe começa por um bom goleiro e Beiranvand segue o ditado à risca. Imponente com os seus 1,94m de altura, o arqueiro iraniano de 26 anos une uma impressionante envergadura com reflexos rápidos para proteger o gol dos comandados de Carlos Queiroz.
Titular da Seleção Iraniana e do Persepolis, Alireza Beiranvand já mostrou do que é capaz na disputa da Copa do Mundo de 2018 na Rússia com grandes defesas (inclusive pegando pênalti de Cristiano Ronaldo) e na Champions League da Ásia do mesmo ano quando garantiu a sua equipe na finalíssima contra o Kashima Antlers com uma excepcional defesa em cabeçada do experiente meia Xavi.
Bashar Resan (Iraque)
Meia iraquiano de 22 anos é companheiro do goleiro Beiranvand no Persepolis. Bashar Resan é o grande cérebro e criador da Seleção do Iraque, onde estreou com apenas 17 anos, 8 meses e 13 dias em um amistoso contra o Peru em setembro de 2014.
O jogador impressiona com a bola nos pés seja conduzindo, protegendo ou fazendo o esférico correr. Bashar Resan não tem o costume de fazer gols. Mas quando o Iraque tiver chances de finalização pode ter certeza que a bola passou pelos pés do meia.
Nguyen Quang Hai (Vietnã)
O meio-campista de 21 anos liderou o Vietnã na conquista da Copa Suzuki, em 2018, sendo eleito o melhor jogador do torneio. Nguyen Quang Hai é uma das principais revelações do futebol asiáticos nos últimos anos, sendo um meia com capacidade de organizar e encontrar companheiros livres com um bom passe. Além da qualidade da troca de bola, o atleta também tem boa noção da leitura de espaços, o que possibilita dribles curtos e precisos.
Apesar da pouca idade, Quang Hai foi eleito o melhor jogador vietnamita do ano passado e será o líder da seleção, que foi quarta colocada da Copa da Ásia em 1956 e 1960, sendo a melhor campanha da equipe até os dias atuais. Outro ponto chave do jogador são as cobranças de bola parada, tanto para finalizar diretamente para o gol ou cruzar na área.
Akram Afif (Catar)
Atacante catari de 22 anos, Akram Afif é um jogador que alia velocidade e habilidade. Preciso nas jogadas individuais, ele conta com um pé direito certeiro nas finalizações. Akram Afif costuma jogar aberto pela esquerda para buscar espaços por dentro e usar o seu pé direito.
Vinculado ao Villarreal, Akram Afif já atuou em solo europeu por Sporting Gijón e KAS Eupen, da Bélgica. Hoje no Al Sadd de seu país, o atacante é o vice-artilheiro da liga nacional com 14 gols marcados em 13 jogos pela equipe dos espanhóis Xavi e Gabi.
Shoya Nakajima (Japão)
Indo contra o destino de grande parte dos jogadores japoneses na Europa, Nakajima é um dos principais jogadores do Portimonense, de Portugal. Chegou por um empréstimo de baixo custo vindo do FC Tokyo e impressionou os diretores da equipe de Portimão, que o compraram em definitivo após o atacante de 24 anos marcar 10 gols e dar 13 assistências na última temporada.
O jogador, que atua preferencialmente pelo lado esquerdo do ataque, foi convocado para amistosos antes da Copa do Mundo da Rússia e, apesar de ter balançado as redes em uma partida, não esteve na lista final do Mundial. A Copa da Ásia será o seu primeiro torneio pela seleção principal, e ele já terá que encará-lo como uma das referências da seleção do Japão, que passa por um período de reformulação.
Abdullah Otayf (Arábia Saudita)
Otayf é uma das referências técnicas de uma Arábia Saudita que vem em período de evolução desde a última Copa do Mundo. Dentro da equipe treinada por Juan Antonio Pizzi, que busca fazer com que seu time crie jogadas por meio do toque de bola e jogadas trabalhadas, o volante tem papel fundamental, já que se destaca justamente pelo controle do jogo e a troca de passes.
O volante sofreu uma lesão no início da temporada saudita - que começa praticamente no mesmo período que a maioria dos campeonatos da Europa - e por isso não é titular absoluto do Al-Hilal. Apesar disso, o treinador Juan Antonio Pizzi classifica Otayf como fundamental dentro de sua seleção e ele provavelmente estará em campo pela equipe alviverde, que busca o quarto título continental de sua história.