Pivô de algumas polêmicas nas redes sociais pelas fortes opiniões que dá sobre política, futebol e outros assuntos, Juninho Pernambucano, aniversariante desta quarta-feira, voltou a ser notícia no início de janeiro. Após erro da arbitragem no jogo entre Flamengo e Bangu na estreia do Campeonato Carioca, o ex-jogador deu a entender que o Rubro-Negro é sempre "ajudado" pelos juízes. De acordo com o ex-jogador, o Flamengo foi beneficiado com a marcação de um gol irregular na partida de estreia no Campeonato Carioca, contra o Bangu, onde o Rubro-negro saiu vencedor pelo placar de 2 a 1.
Essa é apenas mais uma de uma extensa lista de episódios controversos colecionados pelo ídolo do Vasco e do Lyon ao longo da carreira dentro e fora dos gramados. Relembre algumas delas
CRÍTICAS AO GESTO DE 'CHORORÔ' DE VINICIUS JR
Em fevereiro de 2018, ainda no Flamengo, Vinícius Júnior fez um gol contra o Botafogo pelo Campeonato Estadual e comemorou com o famoso gesto de "chororô". A partida disputada em Volta Redonda terminou 3 a 1 para o Fla e resultou na eliminação do Alvinegro da Taça Guanabara. A comemoração controversa no terceiro gol, já nos acréscimos, acirrou os ânimos dos torcedores do Botafogo. Juninho não poupou críticas a joia do Rubro-Negro na transmissão da TV Globo e classificou a atitude como deboche.
– Eu sou contra o deboche. Acho que é algo que gera o ódio, e o ódio é uma das piores coisas que a gente pode sentir. Vivemos um momento muito complicado. As pessoas estão matando por isso. O Exército está na Favela e não está aqui no meu condomínio onde tem muita gente que não usa droga. Não podemos alimentar essa cultura do ódio – disse.
FORA DA TRANSMISSÃO DA FINAL DA TAÇA GUANABARA
Após as críticas ao gesto de Vinicius Júnior, Juninho pediu à Rede Globo para não ser escalado para comentar a decisão da Taça Guanabara de 2018, entre o Flamengo e o Boavista em razão dos ataques sofridos pela torcida rubro-negra nas redes sociais.
– 'Lixo humano, vou te matar, tu é Paraiba, filho da puta, viado, vai chupar uma rola.' Foram só as pequenas coisas escritas pela torcida da massa para mim, do povo? As ameaças serão levadas à delegacia segunda. Não farei o jogo amanhã, pedi para não fazer. Onde estamos?
'FEIO E NORDESTINO'
Em março de 2018, Juninho partcipou do programa "Seleção SporTV" para comentar momento de crise no Flamengo que havia demitido o então técnico Paulo Cesar Carpegiani e seis dirigentes. O comentarista e ex-jogador atribuiu a barração de Renê do time ao preconceito da torcida rubro-negra com o lateral-esquerdo por ele ser "feio e nordestino". O comentário gerou revolta dos flamenguistas e deu origem a uma nota de repúdio do clube carioca.
– Falta comando. É a torcida que escala o Vinicius Junior. A torcida tirou o Renê. Você vai para uma semifinal em que você tem a vantagem do empate, a torcida tira o Everton, que joga na ponta esquerda, que é decisivo, para improvisá-lo na lateral porque o Vinicius Junior tem que jogar e o Renê é ruim. Mas como o Renê é ruim se chegou no Flamengo? Cada um tem sua característica. O Renê é feio, é nordestino e não é amigo de ninguém. Essa é a realidade. O Brasil é preconceituoso. O brasileiro é preconceituoso. E a torcida da massa é preconceituosa.
ATAQUE A JORNALISTAS E SAÍDA DO GRUPO GLOBO
Em maio de 2018, Juninho rescindiu o contrato com o Grupo Globo, após criticar jornalistas que cobre clubes de fitebol, os setoristas, durante o programa "Seleção SporTV'.
– Eu sei que eles ganham mal, mas cada um tem o caráter que tem. Se eu sou setorista, o que eu ia fazer? Ia tentar fazer um ótimo trabalho para tentar ir para outra etapa, subir. Entre quem cobre o futebol, a prostituição está muito grande. Isso é muito perigoso – criticou Juninho.
Alguns minutos após a declaração, o jornalista André Rizek foi obrigado a interromper o programa para ler ao vivo uma nova enviada pela direção de jornalismo da própria TV Globo, causando enorme constrangimento no ar:
– Há bons e maus profissionais em todas as categorias. Temos mais de 30 setoristas trabalhando hoje no Grupo Globo e eles recebem aqui nossa confiança e solidariedade. Muitas vezes são eles que mais sofrem com desequilíbrio e eventual violência dos torcedores. Isso não quer dizer que o Juninho não tenha o direito à sua opinião, o que é e continuará sendo livre. Mas é importante fazer esse registro. – dizia o texto.
AMEAÇAS DE MORTE E DENÚNCIA NA DELEGACIA
No mês de junho do ano passado, Juninho acionou a Delegacia de crimes de informática do Rio de Janeiro, alegando ter recebido ameaças de morte de torcedores do Flamengo, ligados à jornalistas. Ele compartilhou reproduções das ofensas e dos perfis acusados em suas redes sociais.
– Dever cumprido. Delegacia de crimes de informática com o atendimento alto nível dos Delegados Pablo Sartori e Marcos Motta e o inspetor Carlos Lopes. Chega de ameaça e opressão. Todos citados inclusive quem participa indiretamente. Chega de pilha e ódio irresponsável. Acabei de postar no meu Face, ameaças de morte e violência feitas a mim pela torcida do flamengo das redes, que se relaciona com setoristas, repórteres etc. Claro que não são todos. São fanáticos. Fascistas não me calarão. Agora não tem nota oficial né covardes ? – escreveu no Twitter.
ACUSAÇÕES DE CENSURA
Em entrevista ao jornal "El País" publicada em outubro de 2018, a primeira após a saída do Grupo Globo, Juninho reclamou de ter sofrido censura na emissora carioca por questionar o trabalho da imprensa.
– Fui censurado na Globo por denunciar que tinha setorista vendido, que se envolve com sacanagem. É o setorista que pauta o noticiário, porque cobre de perto os jogos e treinamentos. Quando ele se prostitui, fode o ambiente no clube. É preciso combater o que tá errado lá embaixo na cadeia de produção do jornalismo para pautar coisas mais sérias. E aí, em pleno ano de 2018, sofri censura ao vivo na TV. Nenhum jornalista me defendeu. Pelo contrário, ainda fui humilhado pelo Milton Neves, que deu uma tuitada me ridicularizando. Antes, já tinha recebido ameaças de torcedores. Se eu fui censurado e ameaçado, significa que toda a imprensa também foi, meu amigo. E ninguém compreendeu isso, talvez por ignorância ou medo de perder o emprego. Aquela nota interrompendo o programa para me censurar partiu de um diretor covarde, que eu ainda não sei o nome. Foi a gota d’água. Na mesma semana, decidi não prestar mais serviços à Globo e pedi para sair – disparou Juninho.
SAIA JUSTA COM RODRIGO
Em 2015, em entrevista à Rádio Globo, Juninho escolheu como alvo das críticas o então zagueiro vascaíno Rodrigo . Após derrota do Cruz-Maltino para o Grêmio, o jogador foi acusado pelo pernambucano de exercer uma "liderança exagerada" dentro de campo e de desrespeitar a torcida.
– O Rodrigo precisa se desculpar com a torcida do Vasco. O capitão não ironiza a torcida. Esse poder que ele tem sobre o time me chama a atenção. É um poder exagerado. O Rodrigo bate falta, tiro de meta, manda o goleiro cair, enfim, tem algo por trás disso. Não é legal.
Na semana seguinte, depois da vitória do Vasco por 2 a 1 no clássico contra o Fluminense, Rodrigo aproveitou os microfones ligados na saída de campo para responder o ex-jogador, criando uma saia justa ao vivo.
– Você disse que eu cobrei o tiro de meta, cobrei porque o goleiro não estava aguentando mais. Tudo o que você fala (liderança exagerada), por exemplo, mandar o goleiro cair, ele caiu porque o Guiñazu estava sangrando. Tá? Um abraço para todo mundo – desabafou o defensor, de maneira ríspida, à TV Globo.
Juninho não deixou barato e rebateu:
– Continuo achando que ele tem excesso de poder. Respeito, mas sou comentarista e vou falar o que eu achar que tiver de analisar
GESTOS OBSCENOS
No Campeonato Brasileiro de 2012, ainda como jogador, Juninho atuou na derrota do Vasco por 3 a 0 para o Sport, em São Januário. Irritado com xingamentos de torcida do Leão, o ídolo vascaíno respondeu com um gesto obsceno e outro que remetia à torcida do Santa Cruz, rival do clube nordestino. O jogador foi suspenso por dois jogos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
No ano seguinte, durante uma cobrança de um escanteio no clássico contra o Flamengo, ele foi fotografado por um torcedor na arquibancada do estádio Mane Garrincha fazendo um gesto parecido ao feito por uma torcida organizada do Vasco aos rivais, por trás do seu corpo.
AGRESSÃO NOS ESTADOS UNIDOS
Em 2013, quando ainda jogava pelo New York Red Bulls, o ídolo vascaíno perdeu a cabeça na derrota do seu time para o Sporting Kansas City, por 1 a 0, pela Major League Soccer. Já nos acréscimos da partida, jogando em casa diante da torcida, o jogador tentou apressar o goleiro adversário a cobrar um tiro de meta, mas em vez de simplesmente devolver a bola, deu chutão e acertou em cheio o peito do goleiro dinamarquês Jimmy Nielsen. Juninho foi expulso e o episódio repercutiu mal na imprensa especializada americana