Tragédia no Flamengo. O incêndio na estrutura provisória do clube vitimou dez atletas das categorias de base, que, com investimentos milionários nas últimas temporadas, alcançou resultados e 'deu frutos'. Considerado por muitos, o golpe mais duro dos 123 anos da história do Clube de Regastas do Flamengo, que ainda busca explicações e respostas.
O LANCE! mostra as histórias de outros clubes que também sofrem com tragédias no futebol e como eles fizeram para se reestruturar e seguir no caminho das vitórias. Casos como o de Manchester United (ING), Torino (ITA) e Chapecoense dão o exemplo a ser seguido. Confira!
CHAPECOENSE
A luta para se reerguer da tragédia que deixou 71 vítimas do acidente aéreo na Colômbia ditou o ritmo do clube em 2017. Passado um ano do baque, a equipe terminou o ano com muito orgulho: além de ter conquistado o Campeonato Catarinense, ratificou sua permanência na elite do Brasileirão.
O trabalho, porém, foi árduo. A vasta reformulação trouxe uma chegada frequente de jogadores - quase um elenco inteiro, além da utilização de diversos atletas das categorias de base - e a contratação do técnico Vagner Mancini foram importantes na retomada. Vale lembrar que o clube não aceitou um "bônus" para não ser rebaixada nos anos seguintes.
BRASIL DE PELOTAS
Em 15 de janeiro de 2009, o Brasil de Pelotas perdeu dois atletas e um integrante de sua comissão técnica em acidente de ônibus, no interior do Rio Grande do Sul. Considerado por muitos torcedores o maior jogador da história do time de Pelotas, Claudio Milar estava no acidente.
A reação da equipe Xavante veio com três pontos: investimento local, boa administração e apoio da torcida. O comércio da cidade passou a investir diretamente na equipe que, com a diretoria fazendo boas contratações, fez com o clube fizesse boas campanhas no Gauchão. A torcida também abraçou a ideia e passou a lotar os jogos em casa, gerando boa renda. O Brasil de Pelotas está na Série B do Brasileirão.
THE STRONGEST
A Tragédia de Viloco aconteceu em 26 de setembro de 1969, quando um avião acidentou-se numa região montanhosa e de difícil acesso, denominada "La Cancha", situada em Viloco, uma localidade situada no departamento de La Paz. Todos os 69 passageiros (destes, 17 jogadores do The Strongest) e os cinco tripulantes, faleceram.
Depois da Tragédia de Viloco, o The Strongest reconstruiu a equipe com jogadores cedidos por clubes bolivianos e até pelo Boca Juniors, que cedeu nomes como Fernando Bastida e Victor Hugo Romero. Em campo, a equipe deu resultado: foi campeão da Liga de La Paz em 1970.
MANCHESTER UNITED
Em 1958, o Manchester United perdeu oito atletas do elenco em um acidente na cidade de Munique na Alemanha. O voo que levava a delegação de volta à Londres, mas devido a neve na pista não conseguiu decolar. Caiu após a tentativa com 44 pessoas a bordo e pegou fogo, entre elas estavam torcedores do clube, jornalistas e jogadores, astros do time.
Com novas contratações, o Manchester terminou o campeonato nacional em segundo lugar. Tendo Bobby Charlton (um de seus sobreviventes no desastre) entre os titulares, a equipe foi finalista da Copa da Inglaterra. Já na Taça dos Clubes Campeões Europeus, caiu nas semifinais para o Milan. A imprensa atribuiu o retorno da equipe no cenário do futebol ao empenho do diretor Matt Busby em não desistir do clube.
TORINO
Após o desastre no qual o avião que transportava sua delegação se chocar com uma torre de igreja em 1949, vitimando 31 pessoas (dentre elas, 18 jogadores), o Torino ainda teve um suspiro de orgulho. Sagrou-se campeão italiano de 1948/1949 (em solidariedade, os demais clubes também escalaram juvenis na reta final da Série A).
Mas, no ano seguinte, já foram sentidos os efeitos: outrora base da seleção da Itália, a equipe ficou bem mais modesta, e foi apenas sexto lugar no Italiano. Mais tarde, a equipe decaiu muito, e até amargou rebaixamentos. A reconstrução veio com o tempo, investimento a longo prazo nas categorias de base e estruturação. Com isso, voltou para a elite do futebol italiano.
ALIANZA LIMA
Após o desastre de 1987, que culminou na morte de todos os jogadores e de sua comissão técnica, o Alianza Lima contou até com o retorno de jogadores aposentados, caso de Cubillas. Mas perdeu fôlego na busca pelo título e foi superado pelo Universitario naquele ano. Entretanto, foi bom para manter a base para os anos seguintes e ajudar o clube a se recuperar da tragédia.